• Trinta e Seis •

132 14 0
                                    

Borges

No começo quebrei a cabeça com muita coisa que Fernandinho me colocou pra gerenciar.

É muita cabeça que trabalha pra ele, a grande maioria meninos novos. Mas esses são os mais fáceis de lidar, acatam ordens sem retrucar. Já os mais velhos se acham no direito de fazer o que bem entendem e isso me deixa puto.

Já cheguei deixando claro que não aceito bagunça, se ele me colocou no comando motivo teve, confia em mim.

Ryan é quem me dar mais força, já que Rogério fica distante e tem outra tarefas para executar no dia a dia.

Hoje eu tinha combinado de ir tomar uma com eles num barzinho no bairro vizinho, tava com a cabeça só focada no trabalho.

Evitei de ficar de conversa com a Valeska. Ela pode até não falar mas sei quando uma mulher está se apegando, e sei bem que ela vai se afastar quando descobrir o que eu faço.

Pica-Pau: Vou virar água até o sol nascer.- Passa por mim sorrindo e entra no carro.

Eu: Th tú ta no comando hoje, qualquer parada errada é pra me acionar na hora.

Th: Vai tranquilo Borges, ta tudo na paz por aqui.- Ele balança a cabeça. Um mês aqui e nunca vi esse maluco dar um sorriso se quer.

Entro no carro dando partida seguindo o caminho do local combinado.

Pica-Pau: Aquela é a Vitória?- Pergunta olhando pro lado, olho rápido.

Eu : Ela mesma.

Pica-Pau: Para o carro ai.- Encosto e vejo ele sair.- Daqui a pouco eu colo la, vou levar ela pra casa.

Fico um pouco vendo ele falar algo pra irmã que se irrita e grita batendo nele.

Sorrio e dou partida seguindo caminho, deixo o celular em cima do painel.

Posso estar longe mas a minha cabeça só fica naquela casa e no meu acordo com Fernandinho.

Entro na rua da Valeska pra cortar caminho e pra minha surpresa ela estava na rua, mas não sozinha.

Um homem falava algumas coisas com ele e tentava puxar a mesma que parecia recusar ir com ele.

Parei o carro e desci indo até o homem apertei seu pescoço e ele ainda teve a cara de pau de se apresentar como pai dela. A mesma chorava sem parar do nosso lado.

Minha vontade era de matar ele ali mesmo, se tem coisa que não tolero é abusador. Mas sabia que isso iria deixar ela mais assustada ainda.

Nem se quer deixou eu me aproximar, peguei as sacola que ela carregava e segui até sua casa.

Deixei as compras no balcão que separava a cozinha da sala.

Ela chorou por mais um tempo, levantei o olhar vendo que não chorava mais e estava secando o rosto.

Valeska: Me desculpa.- Ela pede abaixando a cabeça e em seguida se levanta indo pra cozinha.

Eu: Não tem pelo o que se desculpar.- Olho pra ela que enche um copo com água.- Você está melhor?

Valeska: Sim...- Diz ao terminar o cooo de água.- Muito obrigada.- Sorri pra mim.

Eu: Vem ca.- Me aproximo e chamo ela pro abraço, ela hesita um pouco mas em seguidae abraça passando as mãos por minha cintura.- Ele não vai mexer com você mais.

Sinto minha camisa ser molhada e percebo que ela voltou a chorar.

Valeska: Eu tive tanto medo.- Desabafa.- Ainda bem que você apareceu.- Levanta o rosto olhando pra mim.

Eu: Relaxa pretinha, ta segura agora.- Afago seu cabelo.- Toma um banho, vai se sentir melhor.- Ela assente e me solta.- Vou pedir um lanche pra nos.- Vejo ela sorrir e sair indo pro quarto depois passa indo pro banheiro.

Pego o celular vendo algumas mensagens do Rogério perguntando onde Ryan e eu havia se metido. Respondo por alto e digo que não vou.

Peço dois hambúrgueres grande e uma coca-cola de dois litros.

O lanche chegou antes dela sair do banho, deixei na mesa e fiquei pensando se eu ia ver se tava tudo bem ou se esperava mais um pouco.

Depois de uns minutos ela abre a porta e sai com uma toalha enrola no cabelo.

Valeska: Hmm.. Cheiro ta bom.- Vai até a cozinha mexendo nos lanches.- Obrigada por tudo.- Diz se aproximando de mim e me abraça.

Eu: Não fiz mais que minha obrigação.- Sorrio e ela me olha rindo.

Valeska: Preciso ligar pra minha irma.- Ela anda apressada até o sofá.

Eu: Ele realmente é  seu pai?- Pergunto vendo sua preocupação com a irmã.

Valeska: Padrasto.- Responde colocando o celular no ouvido.- Vanessa? Onde você ta?

Sai indo pro quarto e volta minutos depois com jma expressão mais relaxada.

Eu: E ai? O lanche vai esfriar.- Digo tirando da sacola.

Valeska: Eu escolho o filme.- Se joga no sofá ligando a televisão.- Tem problema com filme de romance?- Nego.

Vou até a cozinha e pego dois pratos colocando os lanches, ela aparece atrás de mim e pega dois copos e a coca indo até a sala.

Faço o mesmo e deixo os lanches em cima da mesinha de centro.

Olho pra televisão vendo o título do filme já imaginando as cenas melosas que viriam pela frente.

Assistimos o filme e ela acabou dormindo nos meus braços quando faltava uns vinte minutos de filme.

Preferi deixar ela em cima de mim, por mais que não fosse ser nada confortável dormir dessa forma.

Alcanço o celular na mesinha e mando mensagem pro Th avisando que voltaria apenas no outro dia.

Ele responde dizendo que cuidava de tudo, é o mais disciplinado entre os outros.

...

ValeskaWhere stories live. Discover now