Valeska
Levantei da cama sentindo meu corpo doendo. Ontem eu aproveitei a folga para da uma faxina no meu apartamento. Sempre faço apenas o básico durante a semana, mas chega uma hora que precisa fazer uma limpeza pesada.
Peguei um short de malha, uma cropped preto e uma calcinha e segui pro banheiro. Tomei um banho frio que era pra ver se eu despertava mais.
Sai indo até a cozinha e passei um café forte e tomei comendo uns biscoitos caseiros que comprei de uma dona que tava vendendo na parada de ônibus, achei ela um amor.
Escovo os dentes e pego minha bolsa jogando meu celular dentro e sai de casa seguindo pro ponto de ônibus.
Tamara: Bom dia!- Grita no meu ouvido.
Eu: Para com isso menina.- Ela ri.- Bom dia.
Tamara: Pensando na morte da bezerra?- Olho pra ela negando com a cabeça.
Não demora para o nossa ônibus aparecer, entrei indo direto pro fundo e me sentei perto da janela.
Entrei na barraca cumprimentando o pessoal e não demora muito para subirmos todas no palco.
Dancei até sentir minhas pernas tremerem. Acho que nunca vou me cansar de fazer isso, a energia é muito boa.
Desci do palco indo até o bar e pedi uma garrafa de água gelada, tomei tudo voltando para a salinha ao lado do palco.
Fabiana: Uma pena que vocês não foram na resenha, doi muito boa.- Me aproximo dela que conversava com a Tamara.- Inclusive o Borges tava la.- Fala olhando pra mim e eu reviro os olhos.- Uma pena que ele não está mais com você, a pegada dele é muito boa.- Dá um sorrisinho.
Ignoro o que ela disse e pego minha bolsa dentro do armário.
Tamara: Ela não sabe o que fala.- Fala tirando os pirulito da boca.
Eu: Não to nem ai para esses dois, que ela engola ele. - Digo calma.
Tamara: Pode acreditar que ela vai engolir.- Encaro ela que dá risada.- Desculpa amiga.
Seguimos até o ponto de ônibus. Hoje o trânsito estava devagar e pro meu azar vejo um carro branco que conheço bem. Ele me olha la de dentro e sorri fraco.
Não dá pra acreditar que ele jogou tudo no lixo dessa forma.
Cruzo os braços e olho pro lado, e para o meu azar o carro permanece por mais algum tempo bem a minha frente.
Diferente das outras vezes que vi ele por ai, o mesmo está sozinho.
Logo lembro da fala da Fabiana la dentro e sinto um pontada em saber que em poucos dias ele já estava com outra. Homem é tudo igual mesmo, nenhum presta.
Bato o pé no chão sentindonuma sensação estranha passar pelo meu corpo.
Tamara: Ta bem amiga?- Pergunta me trazendo de volta a realidade.
Eu: Ta sim.- Sorrio fraco.- Tu não se choca com mais nada nessa vida né?- Pergunto percebendo que ela está de boa com isso.
Tamara: Quer que eu faça o que? Fique chorando? Quem perdeu foi ele, mãe ta gostosa e livre.- Desfile fazendo pose no final.
Eu: Só tu mesmo pra me fazer sorrir.- Digo dando risada dela.
Tamara: Nasci pra palhaça mesmo.- Da de ombros sorrindo.- Mas, aconteceu mais alguma coisa contigo? Tu também não é de se abalar por macho não.
Eu: Esse ano não chegou nem na metade e ja me aconteceu cada coisa.- Ela balança a cabeça concordando.
Nosso ônibus finalmente aparece e entramos indo pro fundo.
Demorou tanto pra ele finalmente subir o outeiro que já havia escurecido.
Desci e me despedi dela que ia seguir pra casa.
Senti meu corpo se arrepiar. Olhei para os lados e não tinha ninguém por perto, como sempre só alguns carros passando.
Apertou os pasos na tentativa de chegar mais rápido. Mas parei quando senti que estava sendo observada, olhei pro lado e não vi ninguém.
Apertei a bolsa no braço e corri até o portão, abri e fechei travando em poucos segundos.
Subi as escadas sentindo um alívio. Parei no alto e olhei pra rua e tive a impressão de ver um cara se esconder atrás do poste do outro lado da rua.
Entrei pra casa e tranquei a porta.
Tomei um copo cheio de água e segui pro banheiro. Tomei um banho quente para tentar relaxar.
Sai enrolada na toalha e soltei um grito vendo um cara na minha sala, ele logo correu tampando minha boca com a mão.
Xxx: Shiu! Gritar vai ser pior.- Sinto uma lágrima descer pelo meu olho.- Vou tirar a mão, mas tem que se comportar.- Levanta a camisa revelando o revólver prata na cintura.
Ele tira a mão da minha boca e se afasta um pouco.
Eu: Quem é você? O que quer comigo? Isso é coisa do Borges? Para com isso cara.- O choro vem forte.
Xxx: Shiu, sem choro.- Me olha sério e eu engolo o seco.- Vai vestir uma roupa, fazer isso contigo assim não vai dar reggae.- Olho pra ele sem entender.- Vai logo porra, e sem tentar gracinha.
Assinto e entro no quarto fechando a porta. Encosto na mesma e tento respirar.
Olho pra janela que não tem grade, mas pular daqui eu vou me quebrar toda.
Xxx: Anda logo porra.- Bate na porta.
Seco as lágrimas e procuro por um short e uma camiseta larga. Me visto rápido e saio do quarto.
Xxx: Cadê seu celular?- Abaixo a cabeça.- Melhor falar logo.- Tira o revólver da cintura. Aponto pra minha bolsa no sofá e ele vai até la pegando o celular.
Vejo ele desligar o mesmo jogar no chão. Meu celulae novinho, mal terminei de pagar ele.
Xxx: Nos vamos sair daqui, se caso ver alguém finge que somos amigos.- Assinto e ele pega a chave da porta.
Eu: Por que você ta fazendo isso?- Desço as escadas devagar.
Xxx: Fica calada namoral.- Me guia até um carro na esquina, entro no banco de trás vendo o mesmo cara tatuado que vi conversando com Borges naquele dia do ensaio.
...
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Valeska
RomanceEla é do tipo que não desiste por nada Calculista e não paga de emocionada Sempre sorri porque chorar não muda nada Antes sozinha do que mal acompanhada...