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Valeska

Fiquei frustada ao ver Fabiana se aproximar e jogar pra ele. Murchei todinha.

Tamara: Vem.- Me puxou pela mão.- Vamos curtir.- Levantou o copo quase vazio balançando o gelo que tava dentro.

Seguimos para dentro da casa para poder pegar mais bebida.

No meio do caminho Tamara achou um conhecido e começou a conversar com ele.

Aproveitei pra tomar um pouco de água e continuar com a bebedeira.

Eu: Quem era?- Perguntei vendo ela parar do meu lado enchendo o copo com energético e whisky.

Tamara: Um velho amigo.- Jogou o cabelo pra trás fazendo charme e eu dei risada.

Enchi meu copo com gin novamente, me amarro nessa bebida. Pra mim ela só perde pra licor de amarula.

Começou a tocar uma música com a vibe muito envolvente. Puxei Tamara pela mão e fui guiando ela pra fora da casa. Nos aproximamos do carro de som e entramos em uma coreografia que só a gente sabia.

Senti meu corpo queimar e automaticamente olhei pro lado vendo o Borges me observar dançar, fiquei sem graça na hora.

Ele se aproximou fazendo um convite pra gente conversar mais afastado. Fiquei meio receosa, mas resolvi aceitar.

Em poucas palavras acabei cedendo e caindo nos encantos do preto dando um beijo quente nele.

Tava curtindo o momento até ouvir a voz da Tamara me chamando. Me afastei dele afim de saber do que se tratava.

Tamara: Ele ta aqui amiga.- Falou baixo, parecia nervosa.- O Alex.- Arregalei os olhos e olhei pra trás dela procurando. Não foi difícil achar ele no meio da galera, ao lado de uma loira.

Eu: Vamos então.- Ela assentiu e eu fui até o Borges me despendido dele.

O preto tem um beijo gostoso que me prende, e uma pegada que chega até subir um calor.

Sigo pela rua acompanhada da minha amiga que está desinqueta do meu lado.

Eu: Relaxa Mara.- Abraço ela de lado passando meu braço por seu ombro.- Ele te viu?- Ela nega com a cabeça.

Tamara: Tava lá com aquela outra.- Faz uma pausa.- Eu tenho é dó dela, sabia?

Eu: Na sua vez ninguém avisou.- Sou sincera.

Alex foi o primeiro namorado dela. Na época em que eu ainda nem a conhecia, até porque se eu tivesse conhecido eu teria metido esse cara na cadeia. Ela demorou pra me contar da relação abusiva que os dois tinham. Até bater nela, ele batia.

Tamara: Você é ruim amiga.- Dá risada me fazendo rir também.- Eu atrapalhei seu romancezinho, né?- Parou olhando pra mim.

Eu: Foi bom! Eu ia acabar cedendo aos encantos amiga, homem gostoso do caralho.- Ajeito meu short e ela sorri voltando a andar.

Entrelaço meu braço ao dela e continuamos nosso caminho.

Tamara: Nunca tinha visto ele por aqui.- Comenta me fazendo rir que ela pensou a mesma coisa que eu.

Eu: Disse que ficou fora por um tempo.- Ela parou me encarando.- Oxe, o que foi?- Perguntei cruzando os braços.

Tamara: E se esse cara tiver sido preso doida.- Bate na cabeça fazendo gestos.

Eu: Deixa de ser paranóica Tamara.- Volto a andar e ela me acompanha.- E outra, foi só uma beijo.- Ele me olha desconfiada mas fica calada.

Nos separamos e cada uma vai pra uma lado. Apesar de já ser tarde as ruas estavam cheias, até mesmo tinha algumas crianças brincando enquanto os pais bebiam e conversavam nas calçadas.

Me aproximei da minha casa tirando a chave da bolsa pra abrir o portão. Levo um susto quando sinto alguém segurar firme o meu braço.

Sergio: Isso é hora de voltar pra casa?- Senti o cheiro de alcool ficar mais forte a cada palavra que ele pronunciava.

Eu: Me solta.- Puxei meu braço mas ele segurou mais forte.

Sergio: To de olho em você.- Falou baixo soltando meu braço e levou a latinha de cerveja até a boca.

Observei ele seguir pela calçada cambaleando até se encontrar com um grupo de bêbados no bar da esquina.

Entrei em casa querendo tomar um banho, senti meu corpo sujo.

Solange: Onde você tava Valeska?- Minha mãe acende a luz da sala me dando um susto.

Eu: Deixei recado pra senhora.- Passei por ela indo direto pro meu quarto.

Solange: Mas isso são horas de chegar?- Me olha de cara fechada e braços cruzados.

Eu: Não enche mãe.- Pego um pijama e minha toalha.- Já to bem grandinha.- Vou em direção a porta e ela segura meu braço.

Solange: Não quero saber de você se envolvendo com vagabundo por ai não.- Apontou o dedo na minha cara.- Você pode até ser maior de idade, mas ainda mora debaixo do meu teto.- Bateu a mão no peito.

Eu: A senhora deveria tá dando bronca e no seu maridinho que ta la fora caído na calcada, completamente bêbado.- Falo olhando em seus olhos e ela me encara ficando calada.

Não digo mais nada. Sigo pro banheiro. Entro embaixo do chuveiro ligando-o no morno, deixo a água cair sobre meu corpo e sinto algumas lágrimas rolarem pelo meu corpo.

Queria muito ir embora, mas apesar de todas as coisas que eu passo aqui, sinto que devo ajudar minha mãe.

Não gosto desse homem aqui dentro, sinto uma coisa ruim toda vez que o vejo, mas ela não  me escuta.

Termino meu banho. Me visto, escovo os dentes e sigo pro meu quarto trancando a porta.

Me jogo na cama sentindo um alívio. Fecho os olhos e automaticamente me lembro do beijo daquele preto, que pegada!

Não demoro muito para adormecer.

....

ValeskaWhere stories live. Discover now