• Nove •

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Borges

Passei a mão na cabeça prestando atenção no que a ruiva falava.

Fabiana: Deve ter sido uma barra ficar todos esses anos na prisão.- Falou calma encostando no meu braço.

Eu: Não imagina o quanto.- Sorri fraco tentando não deixar ela no vácuo.

Fabiana: Sabe.- Me olhou nos olhos.- Gostei de você.- Sorriu e dessa vez eu analisei ela por completo, corpo avantajado. Mas nem se compara com o da preta que sumiu da minha vista a pouco.- A gente podia conversar la dentro, mais reservado sabe.- Subiu a mão até meu pescoço.

Por mais que meu corpo vibrasse com aquilo, não era o que eu queria. E quando eu coloco na cabeça que quero uma coisa, eu vou até o fim.

Eu: To de boa ruiva.- Vejo ela sorri sem graça e na sequência uma garota chama por ela que se afasta sem dizer nada.

Agradeço mentalmente por isso. Qualquer um iria querer ficar com Fabiana, bonita e com o corpo na medida. Mas meu foco era outro.

Caminho de volta até os meus amigos e só vejo Ryan de conhecido por ali. Rogério já sumiu.

Pica Pau: O que ela queria?- Perguntou olhando pra frente enquanto bebia do seu copo.

Eu: Render pra mim.- Falo calmo e ele ri.- Qual foi?- Pego meu copo e ficou no mesmo lugar desde que eu sai.

Pica Pau: Geral de olho na dona da festa e tu recusando a menina?- Confirmo com a cabeça ficando sério.- Tu não existe negão.- Bate no meu ombro rindo.

Eu: Não é quem eu to querendo.- Dou de ombros pegando a garrafa de whiskey da mão dele e enchendo meu copo.

Olhei pro lado vendo Rogério dançar junto de uma moreninha no estilo índia, neguei com a cabeça e ele olhou pra ca mandando beijo.

Sempre foi assim, Rogério pegando todas que rendia pra ele. Ryan sempre na calada, ninguém nunca sabe quem ele ta ficando. E eu focado em uma de cada vez.

Pego meu copo e resolvo dar uma volta pra ver se encontro a mulher que to desejando.

Vejo ela próximo ao carro de som, dançando ao som do funk acompanhada da amiga.

Parei por ali olhando cada movimento que ela fazia. Só imaginando ela repetindo tudo aqui na minha frente dentro de quatro paredes.

Ela pareceu sentir que estava sendo observada e olhou pro lado focando em mim. Permaneci sério e me aproximei.

Eu: Boa noite.- Falei por cima da música, já que aonde estávamos o som era bem mais alto.- Bora trocar uma ideia comigo ali?- Faço o convite, gosto de ser direto.

Valeska: Por que eu aceitaria?- Pergunta sorrindo enquanto jogada as tranças pra trás.

Eu: E só pra gente conversar, vou te morder não.- Falo olhando em seus olhos.- A não ser que você queira.- Me inclino falando em seu ouvido e vejo ela sorrir.- Vamos?- Estendi a mão ela que demora um pouco pra segurar na mesma.

Vejo ela falar algo com a amiga que estava do lado conversando com outra garota.

Valeska: Pra onde ta me levando?- Pergunta enquanto caminhamos em direção a minha casa.

A medida que andamos o som fica mais baixo. Mas não a ponto de deixarmos de escutar.

Paro em frente a minha casa e encosto na grade ficando de frente pra ela que para cruzando os braços.

Eu: Ta com medo de mim?- Pergunto olhando sério pra ela que solta um sorriso e vira a cabeça pro lado.

Valeska: To querendo saber qual a sua.- Descruza os braços ajeitando a bolsa no ombro.

Umideço os lábios com a língua e desço meu olhar pra tatuagem de rosa entre seus seios.

Eu: Te conhecer melhor.- Subo o olhar novamente para seus olhos escuros. - Se é que você me entende.- Deixo escapar um sorriso de canto e vejo ela ficar sem graça e abaixar a cabeça

Valeska: Acho que nunca te vi por aqui.- Comenta me encarando com os olhos estreitos.

Eu: Fiquei um tempo fora.- Seguro sua mão puxando ela pra perto de mim.- To querendo saber como faço pra desenrolar um beijo seu.- Sussurro em seu ouvido e ela sorri jogando a cabeça pra trás.

Valeska: Agora foi direto ao ponto.- Estala a língua no céu da boca, oscilando o olhar entre a minha boca e o meus olhos.

Não perco tempo e avanço sobre seus lábios carnudos. Sua língua invade minha boca entrando em sincronia com a minha. Levo minhas maos até sua cintura e a puxo colando nossos corpos.

Ela passa as unhas por meu pescoço me arranhando de leve, o que me faz arrepiar. Sinto meu amigo la em baixo se animar com o toque da preta.

Nos separamos com dois selinhos e ele se afasta sorrindo.

Eu: Perdição.- Jogo a cabeça pra trás  e escuto sua risada gostosa.

Olho pra trás vendo as luzes da casa apagada, apenas a luz aqui de fora acessa. Indicando que minha avó que tinha ido dormir.

Valeska: Você mora aqui?- Olho pra ela que olha pra casa com certa curiosidade.

Eu: Quer entrar?- Respondo com outra pergunta fazendo ela arquear as sobrancelhas.

Ela nega com a cabeça e bate duas vezes no meu peito, prendo ela em meus braços a impedindo de se afastar.

Xxx: Valeska!- Olho pro lado vendo a amiga dela vindo enrolando o cabelo na mão.- Vamos?- Para do nosso lado cruzando os braços.- Oi.- Fala pra mim.

Eu: E ai.- Solto a preta na minha frente deixando ela livre pra falar com a amiga.

As duas se afastam um pouco e cochicham por alguns segundos.

Valeska: Preciso ir.- Fica na ponta dos pés e me dá um beijo no canto da boca.

Passo a mão por sua nuca travando seu rosto a centímetros do meu. Ela sorri e vem me beijar me deixando com ainda mais vontade dela.

Valeska: Tchau.- Fala se afastando e a amiga dela acena pra mim.

Fico ali parado olhando as duas sumirem de vista ao virar a esquina.

ValeskaWhere stories live. Discover now