• Vinte e Seis •

159 15 0
                                    

Valeska

Entrei em casa com um sorriso estampado na cara. Nada melhor do que uma transa no meio da madrugada.

Olhei pra Tamara jogada no sofá quase caindo.

Vanessa: Foi onde?- Perguntou vindo da cozinha com um copo de água na mão.

Eu: Tu não tava dormindo praga?- Jogo as chaves no hack e vou pra cozinha.

Vanessa: Voltou assim feliz, deve que tava com aquele gostoso.- Me viro dando um tapa em seu braço.- Ai, sua safada.

Eu: Safada é sua vó.- Ela rir alto.

Tamara: Que porra ta acontecendo ai?- Resmunga levantando a cabeça pra nos olhar.

Vanessa: Sua amiga que tava transando até  essas horas.- Bate o dedo no pulso.

Ela dá um pulo do sofá caindo no chão  em seguida. Reclama de dor e se levanta colocando as mãos na cintura.

Tamara: Não acredito que fez a gente voltar só pra dar!- Gritou.

Eu: Cala boca Tamara, vai acordar os vizinhos.- Passei pro quarto indo procurar uma roupa confortável.

Peguei o que precisava e segui pro banheiro vendo as duas conversarem na sala.

Tomei um banho quente pra relaxar.

Tamara: Se eu soubesse tinha ficado na resenha.- Comentou me olhando brava.

Eu: Como se você nunca tivesse me aprontado uma dessas.- Mandei beijo no ar.- Vou dormir.

Me deitei na cama e depois de um tempo senti a cama se afundar, abri os olhos e vi Vanessa de banho tomado e com outra roupa.

Vanessa: Mana.- Me olhou.- Quantos anos ele tem?- Arqueei a sobrancelha confusa com sua pergunta.

Eu: 29 anos.- Ela arregalou os olhos.- Mas por que a pergunta?

Vanessa: Curiosidade.- Se virou ficando de costas para mim.

Ai tem coisa, eu conheço a minha irmã. E vou descobrir o que é.

Fecho os olhos pegando no sono rapidamente.

....

Dias depois...

Me arrumava na frente do espelho ajeitando o cabelo em um rabo de cavalo.

Puxei meu short de malha que insistia em subir por conta das coxas grandes.

Peguei minha bolsa, verificando se havia pegado tudo e sai de casa trancando a porta.

Eu: Bom dia Joana.- Acenei para as dona que regava algumas plantas.

Joana: Bom dia menina.- Sorri.

Sai travando o portão e segui o caminho até o ponto de ônibus. Vejo Tamara vindo dançando sem se importar com os olhares sobre ela.

Eu: Vai passar o crédito ou no débito?- Ela me encara sem entender.- Essa vergonha ai.

Tamara: Vai se foder Valeska.- Me da um tapa leve.- Sou uma excelente dançarina.- Joga cabelo.

Dou risada e entramos na nossa condução, escolhemos um lugar mais ao fundo e nos sentamos.

Eu: Posso saber o motivo da felicidade?- Pergunto olhando meu rosto no reflexo do celular.

Tamara: Rogério me chamou pra ir com ele no show do Natan.- Fala batendo palmas.- Eu já ia de qualquer forma, mas só o fato se não ter que oagar ingresso me faz feliz, e ainda com a companhia daquele gostoso.- Dou risada negando com a cabeça.

Eu: Ainda não sei se vou.- Faz biquinho.- Tava querendo ficar de boa, descansar.

Tamara: Deixa de besteira Valeska.- Olho pra ela com cara de brava.- Passa tanto tempo naquela casa que ja ta virando parte dela.

Eu: Vou pensar se vou ou não.- Ajeito o rabo de cavalo e observo o movimento la fora.

Não demorou pra chegarmos na barraca que tava simplesmente lotada, hoje era sábado e o calor que fazia estava perfeito pra um dia de praia.

Fui direto na cozinha pegando uma garrafinha de água gelada.

Voltei pra sala perto do palco e cumprimentei o pessoal. Luan ainda estava no comando do grupo, ele deu um tempo de ficar no meu pé. Acho que entendeu que não estou afim de papo.

Não demorou para iniciarmos a apresentação chamando a galera para dançar com a gente.

Amava meu trabalho. Mas que me dava um cansaço, dava. Desci do palco indo procurar por mais água.

Voltei para sala pegando todas as minhas coisas. Saio acompanhada da Tamara que reclama por estar com fome.

Luan: Valeska!- Olho pra trás vendo ele vir na minha direção.

Eu: Esqueci alguma coisa?- Pergunto tampando o sol com a mão.

Luan: Não que eu saiba.- Sorri.- Queria mesmo é saber se você vai no show do Natan.- Olho pra Tamara la na frente que sorri acenando.

Abaixo a cabeça pensando no que responder. Sabia que ele provavelmente fosse querer ir comigo, mas sabia que se eu fosse talvez encontre o Borges por la, e vai ficar um clima  tenso. Não que eu tenha algo com ele.

Eu: To pensando ainda sabe.- Olho pra ele vendo seu sorriso sumir na mesma hora.

Luan: Ah...- Coça a cabeça.- Se por acaso você decidir ir, me liga.- Faz gesto e sorri fraco.

Eu: Pode ser.- Dou um sorriso e me despeço dele com um beijo no rosto.

Caminho até minha amiga que mantém um sorriso estampado no rosto, nem parece que estava reclamando há cinco minutos.

Eu: Não me olha com essa cara.- Entrelaço nossos braços  e atravessamos a rua.

Tamara: Você vai com ele?- Pergunta olhando as unhas.

Eu: Nem pensar.- Nego com a cabeça escutando sua risada alta.

Tamara: Eu sei que está gamadinha no negão, mas acho que devia dar uma chance pro branquelo.- Olho pra ela fazendo bico.

Até que ele é bonito e parece se um cara legal. Mas eu realmente tava envolvida com o Borges. Tem algo diferente nele, que consegue me deixar mais atraída do que o normal.

Não demorou muito para nossa condução passar. Entrei vendo que está cheia, mas por sorte tinha dois lugares vagos no fundão.

...






ValeskaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora