Borges
Entrei em casa na hora da janta, o cheiro bom de comida tava por toda casa.
Mercedes: Vem jantar Darlysson!- Grita da cozinha, provavelmente escutar eu fechar a porta.
Eu: Boa noite.- Entro deixando o celular na mesa.
Pedro: Boa noite, melhoe fazer teu prato logo.- Diz enquanto enche uma vasilha de comida, esse daí é magro de ruim mesmo.
Encosto na bancada e olho para a mulher que me criou, largou tudo pra dar o melhor que podia pro Pedro e pra mim.
Nunca passou pela minha cabeça que eu iria estar na situação que estou agora. Jurei pra mim mesmo que aquele ano seria o último vivendo desta forma. Mas justo aquele dia eu rodei, por pouca coisa.
Mercedes: Ta pensando no que garoto ?- Ela para colocando as mãos na cintura.
Eu: Você sabe que amo a senhora e que eu faria de tudo por você.- Ela arquea a sobrancelha.
Mercedes: O que foi que tu aprontou dessa vez?- Pergunta logo após um longo suspiro.
Respiro fundo e passo a mão no rosto.
Eu: Vou embora daqui hoje, arrumei uma casa com o Ryan.- Ela se senta colocando a mão no peito.
Mercedes: Eu fiz de tudo, de tudo que eu podia pra vocês terem uma vida boa.- Vejo uma lágrima escorrer pelo seu rosto.- Para serem honesto, homens de bem.- Seus olhos ficam cada vez mais vermelhos.- Por que você faz isso filho?- Abaixo a cabeça e escuto calado.- Teve estudo, comida, casa, apoio de todas as formas. Deus te deu uma segunda chance que te mandou para aquele lugar, tu não enxerga isso Darlysson?
Eu: O buraco é bem mais embaixo vó, não da pea consertar erro de anos em dias não.- Olho pra ela que continua a chorar.- Depois de tudo que fiz não da pra tentar ser normal.
Mercedes: O problema é que você nem tentou, saiu da cadeia não tem um mês.- Levanta o dedo. Pedro observa tudo calado.- Eu não acredito nisso.- Balança a cabeça.
Eu: Me desculpa, mas vou seguir do meu jeito.- Falo sabendo que ela não aceita isso.
Ela abaixa a cabeça enquanto chora.
Decido ir guardar minhas coisas, não tem mais como voltar a tras na minha decisão.
Pedro: To ligado que não devia falar nada, mas...- Ele entra no quarto fechando a porta.- Tu nem deu chance pra si mesmo.- Encaro ele sem dizer nada.- Tava dispostoa te ajudar.
Eu: A parada não é tão simples quanto vocês pensam, não sabem nem a metade da merda que eu passei.- Coloco minhas roupas dentro da mala.
Pedro: Porra Darlysson, a vó sofreu esses anos todos sem você com a esperança de que tu iria voltar e fazer diferente.- Ignoro ele e continuo arrumando minhas coisas.- Não adianta conversa com você, ta diferente demais.
Escuto a porta ser aberta e fechada em seguida.
Me importo com minha vó, mas eles não sabem metade das coisas que passei la dentro.
Não estão na minha pele quando o pessoal que me conhecia antes sabendo do que fiz, e por onde estive todos esses anos.
To com quase trinta anos nas costas, sem profissão, sem experiência e com a ficha suja, to ligado que não tem espaço pra mim nessa vida de homem honesto.
Levo tudo pro carro. Não tenho muita coisa, maior parte eu me desfiz quando voltei, muita coisa que não me servia mais.
Volto pra dentro e vejo ela sentada na cozinha de cabeça baixa.
Eu: Não quero te ver assim.- Digo baixo.- Não tem mais volta pro que eu fiz, ainda vou pagar muito por tudo.
Mercedes: Tu já é grande filho, sabe bem o que está fazendo.- Ela fala calma.- Se cuida.- Se levanta me abraçando.- E não esquece da velha aqui.- Sorri passando a mão no meu rosto.
Eu: Sempre que dê eu venho te ver.- Abraço ela novamente.- Te amo.- Depoisito um beijo em sua cabeça.- Cuida do Pedro.- Ela assente.
Fico um tempo abraçado com ela e em seguida entro no carro pra ir embora.
Rogério ficou de levar as coisas do Ryan e ficar la por enquanto com a gente.
Viro na rua da casa da Valeska, até pensei em passar direto, mas to ligado que no começo vou ficar sumido até ficar ciente de toda a responsa.
Paro o carro logo na frente desço indo tocar campainha.
- Quem é? - Pergunta com a voz de sono.
Eu: Abre aqui pra mim.
Ela desliga e dentro de alguns minutos escuto o portão destravar revelando a preta vestida num pijama curtinho.
Eu: Oi.- Me inclino dando um selinho nela.
Valeska: Vem.- Me puxa pra dentro e subimos as escadas.- Vai vir todo dia? - Pergunta fechando a porta atrás de mim.
Eu: Só quando der saudades.- Me viro agarrando ela pela cintura e a beijo com vontade.
Valeska: Vai acabar enjoando da minha cara.- Ela sorri.
Eu: Difícil...- Beijo seu pescoço.- Tu é gostosa demais.- Ela suspira.- Tem quantos desses?- Pergunto passando a mão pra dentro do short.
Valeska: Tenho alguns, gostou foi?- Pergunta olhando no meu olho.
Eu: Gostei.- Afundo a mão no seu cabelo passando nuca.- Me prefiro sem.- A beijo até ficarmos sem fôlego.- Deixa eu ver aquela marquinha de perto.- Ela sorri e assente.
Transamos no sofá mesmo.
Ajeito as correntes no pescoço e ela joga as pernas por cima das minhas. Olho pra ela deitada no sofá só de calcinha.
Eu: Preciso ir.- Passo a mão na sua barriga subindo até os peitos macios.
Valeska: Não vai dormir aqui?- Pergunta se sentando.
Eu: Tenho que resolver algumas coisas.- Digo olhando pra baixo.- Talvez eu suma por um tempo.- Ela me olha sem entender.- Relaxa gata.
Valeska: Você ainda é um grande mistério pra mim.- Se levanta vestindo a roupa.
Eu: Sei que tu gosta.- Passo a mão por sua cintura e a beijo.- Te vejo em breve.
Me despedi dela e fui direto pra casa onde será minha casa pelos próximos tempos. Rogério e Ryan tava la jogado na sala tomando cerveja e jogando video game.
Conversei um pouco com os cara do turno da noite. Tudo calado e centrado , do jeito que eu gosto.
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Valeska
RomanceEla é do tipo que não desiste por nada Calculista e não paga de emocionada Sempre sorri porque chorar não muda nada Antes sozinha do que mal acompanhada...