Capítulo 21 | Perguntas

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Beatriz
Caímos na minha cama, as gargalhadas fizeram-se a trilha sonora. Ele não cessava as cócegas e, não conseguindo parar de rir, eu já estava ofegante.
_ Filipe...- consegui chamá-lo, fazendo-o parar repentinamente, fixando o seu olhar no meu, percorrendo todo o meu rosto com ele e depois fixando-o na minha boca. Um sorriso ladino tomou conta dos seus lábios e ele pareceu deliberar qualquer coisa antes de tomar a decisão de me beijar. Quase que automáticamente a minha mão subiu até ao seu pescoço e eu senti o arrepio que lhe provoquei. Ele intensificou o beijo e eu correspondi, apesar de começar a nascer um certo medo na minha cabeça. Isto era algo completamente novo para nós. Filipe e Beatriz. Nem parecia...real.
Quando os nossos lábios se separaram por falta de ar, mordi o meu tal era a quantidade de perguntas que tinham surgido na minha cabeça. O que é que estávamos a fazer? Ele queria... não. Ele não faria isso. Faria? E se eu negar? Ele pode ficar...desiludido.
O toque do seu polegar na região fez-me focar-me nele novamente e ficar um pouco mais calma. Desta vez, os seus lábios encontraram o meu pescoço. Sim, vai acontecer, mentalizei. Tive praticamente a certeza quando senti algo mais duro pressionado contra a coxa. Os beijos continuaram, subindo até ao canto da minha boca, ponto em que ele levantou a cabeça poucos centímetros, para que os seus olhos encontrassem os meus. Um pequeno sorriso brotou nos seus lábios, mas um sorriso diferente do que eu esperava. Não o sorriso que eu recebi muitas vezes... do Pedro, neste tipo de situação. Não vou mentir, não foi o sorriso mais inocente, mas foi doce de certa forma. Era esta a diferença entre eles dois.
Apesar disso, eu já tinha vivido aquilo com o loiro. E estava a vivê-lo agora com o Filipe. Já tínhamos passado por experiências parecidas, mas esta? Território desconhecido.
Ele tem expectativas, de certeza. Então porque parou? Pensa que eu sou assim tão frágil? Arrependeu-se? Eu posso...tentar.
Puxei-o novamente para mim, numa tentativa de o fazer perceber que ele não tinha que se retrair por minha causa. Desta vez, quem comandava era eu, intensificando ou tornando o beijo mais lento. Seguindo os passos dele, basicamente. Pequenos sons deixavam os seus lábios, e eu não percebi se de prazer se pedidos para que eu parasse.
_ Beatriz. - chamou-me. Várias vezes ouvi o meu nome sair dos seus lábios. Sou tão péssima assim? - Meu...amor. - parei, finalmente - Temos de parar.
A sua boca disse uma coisa, mas os seus olhos mostravam algo completamente diferente. É sempre assim, tão confuso? Eu precisava de respostas.
_ Por-Porquê? - questionei de forma atrapalhada. Espera...se calhar é porque...- Aah. Isso. - deixei escapar depois de seguir os seus olhos e quase que de imediato escondi o rosto entre as mãos enquanto ele ria. Depois, encostou-se á cabeceira da cama e chamou-me para o seu colo. Eu mantive o rosto escondido, já que a ideia de me sentar no colo dele com ele ainda...assim, era um bocado assustadora ao mesmo tempo que tentadora. Assim, o rubor que já tomava conta do meu rosto - e restante corpo - intensificou-se. - Eu...eu não devia. - percebi que me tinha afastado quando senti a sua mão segurar de forma suave mas firme a minha cintura. E, de repente, toda a insegurança foi embora. Foi como se ele reafirmasse que eu podia e devia fazê-lo.
Ouví-lo perguntar se eu estava bem fez-me realmente pensar, não, ter quase a certeza de que ele era perfeito. E ouvi-lo dizer aquelas palavras, "Porque eu te amo." depois de ter dito o que disse, depois de me fazer ver realmente que eles, ele e o meu ex-namorado não tinham nada em comum - nem aquelas três palavras que me fizeram sentir tão especial quando vindas do loiro tinham o mínimo sentimento, percebi agora que as tinha ouvido vindas do Filipe. Isso e o facto de eu me ter sentido diferente agora - fizeram-me perceber que era amor. Ele começava a parecer realmente o meu lar.
_ Eu...- comecei, os meus olhos já marejados apenas com a ideia de transformar em palavras os meus pensamentos. Ele não permitiu.
***
Passou-se uma semana desde que o Pedro foi suspenso, ou expulso ainda não consegui perceber bem. O facto era que eu não o via há algum tempo e estava...bem, estava realmente radiante com a ideia. Era menos uma preocupação para mim, menos uma para a escola e menos uma para nós, eu e o Filipe.
Passou-se também uma semana desde que tínhamos estado juntos, juntos. É claro que eu o via nos corredores, aqui e ali beijávamo-nos, e por vezes durante a aula ele passava entre as mesas só para me tocar muito suavemente o braço quando passasse pela minha. E sim, eu morria por dentro com a ideia de não ter dito nada depois do que se passou.
Eu sei, meu amor. Já mo disseste várias vezes.
A frase repetia-se inúmeras vezes na minha cabeça. Quando é que eu tinha dito? Quando o tinha mostrado? Mais perguntas.
Eu precisava, desesperadamente, de conversar com a Luana. Com a preocupação da altura de testes, nem tinha tempo para vida social. Não que tivesse normalmente, mas especialmente agora, eu precisava dela. Tinha de contar-lhe o ocorrido. Sim, ela diria a coisa certa. Ela saberia acalmar-me.
Peguei no telemóvel e mandei-lhe mensagem.
Eu: Luana? Estás aí?
Esperei pela sua resposta mas ela nunca chegou, ela sequer viu a minha mensagem.
Arrastei-me até á cama e deixei cair o corpo sobre o colchão macio. Deixei escapar um suspiro antes de me acomodar realmente debaixo dos lençóis e tentei dormir. Tentei mesmo.
Mas na minha cabeça a única coisa que se passava era uma cena que me envolvia neste sítio com uma certa pessoa.
_ O que é que estás a fazer comigo, Filipe? - proferi, num tom de voz baixo antes de apagar.

***
Nota
Olá! Tudo bem?
Queria deixar aqui o meu pedido de desculpas pela demora na atualização do livro. Nos últimos dias tenho enfrentado um bloqueio criativo, que me impede de realmente fazer isto como deve ser. Ainda assim, tentei escrever este capítulo o melhor que pude e sem o tornar muito confuso... peço também desculpa se tiver falhado nessa parte. É basicamente isso, darlings.
Bjo <3

Meu Querido ProfessorDove le storie prendono vita. Scoprilo ora