Meu Querido Professor

Capítulo 41 | Physical Attraction, Chemical Reaction

Beatriz

Nunca me tinha sentido derreter antes. Fisicamente derreter. Cristo, nunca tinha sentido metade das coisas que sinto neste momento – que o Filipe me está a fazer sentir – na minha vida. E, porra, o que eu estava a perder.
A boca dele não deixa a minha por longos minutos, já as suas mãos estão em todo o lado ao mesmo tempo e, ainda assim, não consigo deixar de desejar mais. Eu preciso de mais. Desesperadamente. De muito mais. Sempre li aquela frase clichê de fazer a outra pessoa perder a cabeça, de levá-la á loucura, e por aí adiante, mas nunca, nunca considerei que isso pudesse ser remotamente real. Novamente, só até hoje. Até agora. Ele está literalmente a fazer-me perder a sanidade e ainda nem aconteceu basicamente nada.
Exceto tudo.
Para além das suas mãos, que, ao que parece, adoram o meu rabo, a sua voz...por tudo quanto é mais sagrado, está mais rouca que nunca. Não sei se é dos meus ouvidos, se do meu estado de pouquíssima sanidade e um monte de pensamentos que me fazem simplesmente querer arrancar-lhe o que ainda tem vestido e fazer dele o meu parque de diversões por tanto tempo quanto eu puder ter, mas a sua simples voz faz-me coisas. Provoca reações que eu nem sabia que podia ter em momentos como este. Na realidade, a minha experiência não é muita, tão-pouco agradável, mas em momento algum pensei que envolver-me com ele fosse outra coisa que não isso. E agora percebo que essa não é, de todo, a melhor palavra para descrevê-lo. É avassalador, inebriante, e incrivelmente bom. Ele é incrivelmente bom.

Assim que a falta de ar começa a surgir, ele deixa os meus lábios e ocupa os seus com o meu pescoço.

Nota mental 1: arranjar corretor para cobrir as marcas que ele certamente vai deixar.

Nota mental 2: não esquecer de retribuir o favor.

E, com isso, toda a função correta do meu cérebro parece desaparecer. A partir daí, somos simplesmente nós. As coisas começam a tomar um rumo tão natural que nem preciso de pensar. Os seus lábios voltam a fazer o caminho de volta aos meus, mas desta vez deixam neles uma simples carícia antes de irem até perto do meu ouvido.
– Tens a certeza disto? – pergunta, a contenção palpável na sua voz. Praticamente reviro os olhos antes de agarrar no seu rosto e beijá-lo com tudo o que sou, assumindo o controlo pela primeira vez nesta nossa brincadeira para lhe dar a minha resposta. As nossas bocas dançam, como se tivessem treinado para este momento toda a vida, e as mãos dele exploram o meu corpo uma última vez antes de encontrarem as minhas ancas. Ele separa-se de mim por uma milésima de segundo, sorrindo contra os meus lábios antes de me segurar firmemente e inverter as nossas posições, fazendo o meu corpo embater no colchão macio. Como sempre, paira sobre mim e sorri-me.
– Vou entender isso como um sim. – Anuo, como se fosse tão óbvio como que a soma de um com um é dois. – Boa. Acho que não seria capaz de parar. 
***

Filipe

Nunca me tinha sentido tão bem. Nunca me tinha sentido tão feliz por estar vivo, nem assim tão alegre. As minhas bochechas estão muito perto de doer porque não consigo tirar este sorriso parvo do rosto, mas estou demasiado ocupado a preparar uma surpresa para me preocupar com isso. Isso e as minhas partes baixas que parecem não conseguir conter a excitação quando simplesmente penso na Bea. A sério. Basta o sorriso dela, ou a forma como os seus olhos se iluminam ao olhar para algo de que goste – e felizmente integro-me nesse grupo. O que me matou, mesmo, foram os sons que ela fazia a dormir, e a forma como se abraçou ao meu tronco para dormir. O meu coração quase explodiu.

Mas isso foi há um bocado, por isso, agora estou, como disse, a preparar uma surpresa. Junto alguns snacks, as flores que era suposto ter-lhe dado de manhã, e abro a Netflix na categoria Romance. Algo me diz que ela vai gostar de ver uma comédia romântica, e eu vou adorar vê-la assistir ao filme.