𝐌𝐀𝐑𝐕𝐄𝐋 𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒 𝐈𝐈

Mission December 24, 1964¹ ✪ Bucky Barnes

Bucky Barnes se lembrava de cada vida que o Soldado Invernal havia tirado, de cada choro ouvido, de cada súplica de misericórdia pedida, Bucky Barnes tinha pesadelos com cada vítima que seu alter ego havia feito. Entretanto, existia uma em específico que lhe matava de culpa todas as noites.

O homem se lembra bem do dia em que tirou a vida de Sn Coleman, a jovem mulher de 34 anos, infelizmente ela sabia muito e a Hydra a transformou em sua missão. No dia 24 de dezembro de 1964 a jovem mulher foi executada, não antes de implorar muito, não antes de chorar e gritar por misericórdia, mas ela era a missão e mesmo que os olhos azuis do homem estivessem repletos de lágrimas e seu coração pedisse para parar, ele foi forçado a puxar o gatilho.

59 anos se passaram, Bucky nunca se esqueceu, se odiou cada dia que passou, pelo menos quando ele podia se lembrar. Agora ele é um homem livre de qualquer controle, um homem que tenta dia após dia compensar os erros do passado.

Em Louisiana ele ganhou um novo rumo, novos amigos, uma família, só que desta vez uma família totalmente convencional e normal. Era como se Sam e Sarah tivessem se tornado seus irmãos, como se as crianças fossem seus sobrinhos e Bucky finalmente teve algum tipo de paz, descanso.

── Olá, marinheiros. ── Sarah cumprimentou sorridente entrando no barco da família, Bucky e Sam estavam lá, apenas curtindo um dia de folga e tomando cervejas. ── Trouxe uma amiga pra apresentar.

── Olá, maruja. ── Sam cumprimentou a irmã de volta, a fazendo rir.

── Oi, Sarah. ── o outro homem também fez o mesmo, um sorriso de lado podia se notado.

── Tudo bem. ── Sarah então se virou e estendeu a mão para alguém, que relutante adentrou o barco também. ── Garota, esse barco nem tá movimentado.

── Ah, isso eu percebi, mas meu estômago ainda é fraco. ── o coração de Bucky errou uma batida ao ouvir aquela voz e sem querer acabou sorrindo mais, entretanto seu sorriso morreu quando lhe viu. ── Oi, gente.

── Essa é a minha amiga, rapazes, Sn Clark. ── a outra mulher lhe apresentou, seus olhos finalmente se chocaram com os olhos azuis de Bucky e seu coração parou por milissegundos, como se suas almas já se conhecessem.

── Olá, Sn Clark. ── Sam falou em um tom divertido, fazendo com que sua atenção saísse do homem a frente.

── Oh, oi de novo, Sam. ── sorriu desajeitadamente e segurou a mão que ele lhe oferecia.

── Cerveja? ── perguntou, você concordou, logo pegando a garrafa que ele lhe entregava. ── Esse é o Bucky, ele é caladão assim mesmo.

── Leva tempo pra desarmar a armadura que ele construiu. ── Sarah contou e você riu levemente, tomando um gole do líquido da garrafa. ── Fique aqui, eu vou verificar os garotos e volto logo.

Apenas assentiu e se sentou na cadeira que Sam lhe ofereceu, olhou para o mar, para o céu e para os olhos de Bucky, as três coisas tinham a mesma cor, com toda a certeza do mundo dava para se perder ali. Seus pêlos estavam arrepiados e sua cabeça latejou, no entanto tentou afastar aquele incômodo e sorriu para os dois homens.

── Seu nome é Sn? ── Bucky falou pela primeira vez, os lábios estavam secos e suas mãos inquietas, ele apertava aquela garrafa com força, os nós de seus dedos estavam vermelhos. Bem, os dedos humanos.

── É. ── de forma desajeitada confirmou e o silêncio surgiu outra vez. ── O braço é bem legal.

── Obrigado. ── o homem parecia incomodado e assim abaixou a cabeça.