Minha cabeça girava enquanto aquelas palavras se repetiam como algo do qual eu não queria acreditar ou como uma verdade que eu me forçava acreditar na tentativa falha de fazer doer menos. Pietro era a minha alma gêmea, daquelas que você sente que conheceu em outras vidas, daquelas que quando você a conhece acha que viverá para sempre ao lado dela e quer saber uma verdade dolorosa que ninguém te conta? Você não vai. Você vai conhecer o amor de sua vida e o mundo vai arrancá-lo de você sem pena alguma, da mesma forma que alguém arranca uma erva daninha de seu quintal ou da mesma forma que uma mãe arranca o band-aid do machucado seco de uma criança e dói muito.
A diferença é que uma erva daninha cresce para morrer e o machucado por baixo do band-aid logo vai cicatrizar, mas ninguém te fala sobre como é doloroso perder a sua alma gêmea e nem como isso te faz sentir que irá morrer também, porque na verdade você realmente morre um pouco.
O céu estava azul, azul como a velocidade dele, azul como os seus olhos, só que não devia estar daquele jeito, devia estar nublado e chuvoso, assim como a minha alma inteira estava.
── Oi. ── Natasha disse entrando em meu quarto, a porta estava aberta a dias e acho que todos tem medo do que eu posso fazer, eu entendo, mas não vou. ── Trouxe um suco.
── Obrigada. ── pela primeira vez em três semanas falei, Natasha até arregalou os olhos em surpresa, então sorriu sem mostrar os dentes.
── Como você tá hoje? ── olhei para o corredor e depois para minhas mãos, como eu estava? Eu não sabia, eu nem mesmo sentia algo.
── Anestesiada?
── Hum, acho que é compreensível, eu sinto muito, garota, mesmo. ── assenti com a cabeça e voltei a encarar o céu pela janela.
── Como ela tá? ── perguntei me referindo a Wanda.
── Igual ou pior do que você, a única diferença é que ela tem treinado. ── Nat contou.
── O céu tá azul.
── É, ele está. ── ela murmurou e senti ela se levantando e se aproximando de mim, que estava sentada na cadeira de minha escrivaninha.
── Não é justo. ── sussurrei, lágrimas caíram e então tentei as limpar, mas era em vão. Natasha apenas colocou uma de suas mãos no meu ombro e concordou com a cabeça, acho que era seu jeito de mostrar que estava ali para me ajudar.
── Vai doer por muito tempo ainda, Sn, mas eu prometo que esse não é o fim. ── suspirei fundo e assenti, era verdade.
── Acho que vou ficar em negação pelo menos por um tempo. ── falei e ela concordou, outra vez sorriu sem mostrar os dentes e então saiu, dessa vez fechando a porta.
Olhei novamente para o céu azul, apertei a foto que estava entre meus braços e meu peito, deixando a minha dor sair por meio de minhas lágrimas e na verdade a dor não diminuía, mas realmente não era o fim, não ainda.
── E aqueles planos que nós fizemos? ── perguntei para o céu, não tive resposta, era só um silêncio absoluto preenchendo todo o mundo.
Tati ⊗
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Esse imagine é inspirado na música "tv" da Billie e o intuito é ser triste mesmo kkkk queria pedir desculpas pelo último imagine do livro ser triste, mas ele já estava escrito a muito tempo e é isso. Espero que gostem, daqui a pouco volto para fechar o livro.
