Desirée faz parte de uma família religiosa e muito conservadora. Ela acaba se apaixonado perdidamente pelo seu professor de matemática, o Miguel.
Os dois vivem uma intensa relação, professor e aluna com muito sexo e tesão.
Mas ela ver o seu mundo mu...
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Realmente a notícia caiu como uma bomba para todos, mas eu já esperava uma reação não muito boa, e foi o que aconteceu.
— Como você conseguiu esse emprego? — Pedro me indagou desconfiado.
— Eu vi um anúncio no Instagram, enviei o currículo por curiosidade e eles me ligaram falando que eu havia preenchido vaga. Eu preciso estar lá na segunda, para a entrevista.
— Eu ainda não entendi — minha mãe falou franzindo o cenho — Como você vai pra São Paulo? Vai ficar aonde? Não temos um parente que more lá.
Eu já estava esperando as perguntas e também os olhares desconfiados, me mantive firme e com o semblante sereno, mas por dentro estava passando um tsunami de emoções.
Ou eu ia pra esconder a minha gravides de tudo e todos, e evitar falatório ou eu ficava e aguentava o que estava por vir, e sinceramente, era mais antes ir embora e não dá esse desgosto pra minha família que tanto tem orgulho de mim.
Ao mesmo tempo que sentia um alívio por está falando que ia para São Paulo, a angústia por está escondendo o real motivo da minha partida, estava me corroendo por dentro.
— Gente é uma oportunidade muito boa, não é um bicho de sete cabeças. A Stefany mora em São com a mãe dela, vou ficar com elas, já até falei com ela, e não tem problema eu ficar lá por um tempo — me sentei para almoçar.
— Pelo jeito você já tinha planejado isso não é mesmo DESIRÉE?— minha mãe me olha com um olhar acusador.
— Ela está certa mulher! — fala meu pai em tom grosseiro— DESIRÉE já é maior de idade e sabe o que é bom para ela, se é isso que ela quer, devemos apoiá-la. E outra ela está indo para trabalhar.
Eu sei que a pessoa que eu mais vou decepcionar será o meu pai, ele sempre me deu apoio, e sempre esteve do meu lado em tudo. Estou indo justamente para não dar a ele motivos para me olhar com desprezo, quando ele souber que a sua princesa fez muita coisa que não deveria.
Durante o almoço ficou aquele burburinho entre minha mãe e meus irmãos, meu pai apenas me olhava sereno e com um sorriso no rosto. O almoço terminou, ajudei a minha mãe nos afazeres de casa e subir para o meu quarto, liguei para Stefany avisando que no domingo eu chegava em São Paulo.
Logo em seguida, o Daniel foi até o meu quarto:
— Posso falar com você ? — ele fala ainda parado na porta.
— Claro, o que foi?
— Você sabe o que foi. A …
— Eu sei, ela tá grávida. A mãe me falou, e pelo jeito ela não recebeu a notícia de braços abertos.
— Claro que não, você sabe muito menos que a nossa família é muito conservadora, sem contar que a religião e o fato do papai ser pastor pesa ainda mais.
— Eu sei. Mas você não veio aqui pra falar sobre isso, veio?
— Na verdade não, o que eu quero mesmo, é pedir pra você conseguir um emprego pra mim em São Paulo. Vou me casar com a Amanda, e não quero viver com ela e nosso filho aqui na casa dos coroas.
— Nossa. Você falando assim, parece até o Pedro — sorri.
— Tô falando sério. Quero uma vida diferente da que vivemos. Não estou falando que é ruim. Mas já que eu vou ser pai, tá mais que na hora de mudar e tomar juízo, trabalhar e construir um futuro e você sabe que aqui não vamos ter isso.
— Sim, eu sei. Quando eu já estiver lá, eu vejo se consigo um emprego pra você.
Ele sorriu para mim e me deu um abraço, senti um aperto no coração, meus olhos marejaram. Ver o meu irmão se tornando responsável me deixou emotiva, sem contar que os hormônios da gravidez deixam a gente sensível.
Assim que ele saiu do quarto, comecei a arrumar a minha mala, olhei e o Pedro estava parado encostado na porta:
— Você vai mesmo? — ele indaga me olhando com os olhos levemente marejados.
— Sim, saio amanhã bem cedo.
Me surpreendeu ver o Pedro emotivo, já que ele não é muito de demonstrar seus sentimentos. Várias vezes pensei que ele não se importasse comigo devido a maneira como ele me tratava; com rigidez e quase sempre com grosseria.
— Boa sorte, espero que você consiga o vai buscar lá — ele saiu antes mesmo d'eu falar algo.
— Obrigado — murmurei.
Pensei que a minha mãe e também o meu fosse falar algo, porém me enganei, nenhum dos dois foram. Eu precisava pedir o dinheiro pro meu pai, afinal eu não podia ir pra São Paulo com uma mão na frente e outra atrás.
Na hora do jantar estava um clima pesado, minha mãe me olhava com raiva ou com desgosto sei lá. Pedro não falava e muitos olhava, Daniel dava um sorrisinho de canto uma hora e outra, o meu pai estava triste, seu semblante caído e sem olhar para mim, me deu a entender que ele não estava feliz com a minha partida.
Minha mãe levantou primeiro da mesa e foi logo arrumando a pia e varrendo a cozinha.
— Deixa que eu faço mãe, já estou quase terminando.
Foi como se eu tivesse falado com uma parede, não obtive resposta ou qualquer reação que fosse.
Pensei :
" Se eu indo pra São Paulo, ela já está me tratando assim com frieza, imagina se ela souber o motivo, deu tá indo, agora que eu vou mesmo, nem que seja de carona"
Me lembrei da mesa e fui pro meu quarto, me deitei encolhida na cama, e um aperto no meu me fez chorar baixinho, escutei alguém batendo, virei era o meu pai.
— Você está bem ? — ele entrou e sentou na cama, me sentei e fiquei encolhida próximo a cabeceira.
— Por que a mãe é assim comigo pai? O que eu fiz pra ela ?
— Você não fez nada, não liga pra isso. Agora eu quero conversar com você — ele me olhou sério.
— Se for pra pedir pra me não ir pra São Paulo, não adianta pai, já tomei a minha decisão.
— Não, não é isso. Eu sei porque você quer ir.
Meu coração disparou.
✌️✌️✌️✌️✌️✌️✌️✌️
E lá vamos com mais um capítulo... Obrigado por estarem lendo até o próximo beijo 😘
