Capítulo 1 - Destino mascarado

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Tempos atuais - vilarejo do leste

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Tempos atuais - vilarejo do leste

As únicas coisas extraordinárias à respeito da jovem Evangeline eram seus singulares cabelos pálidos e seus olhos violetas. Fora essas características peculiares, ela era uma jovem comum levando uma vida comum, sem nenhum traço extraordinário.

Seus tios, Myrian e Kodak, eram os orgulhosos proprietários da floricultura mais conhecida do vilarejo Leste. Apesar da vida confortável que levavam, não eram afeitos a luxos extravagantes. A maior parte das lembranças de Evangeline era ligada àquele lugar, onde passava a maior parte de seu tempo ajudando nas vendas e cuidando das plantas.

Ela conhecia bem a rotina da floricultura, exceto durante os meses frios do inverno, quando tudo se recolhia em um silêncio gelado. Seus tios se preparavam meticulosamente para esse período, garantindo que não lhes faltasse nada.

Com a chegada da primavera, o vilarejo se animava para a festividade do equinócio, marcando o fim dos dias sombrios do inverno.

O vilarejo do Leste despertava para a magia da primavera. Guirlandas de flores adornavam as casas, enquanto aromas de ervas frescas e comidas deliciosas tomavam conta das ruas.

No centro da clareira ao lado da vila, a fogueira crepitava, iluminando dançarinos e músicos que celebravam a chegada da estação florida.

Em meio à alegria contagiante, Evangeline se sentia à parte. Seus olhos violetas observavam as meninas do vilarejo brincarem, seus corações transbordando de felicidade. Uma onda de tristeza a invadiu, intensificando a sensação de solidão que sempre a acompanhava.

Ela sempre fora um tanto solitária. Por algum motivo, as meninas do vilarejo sempre a excluíram e zombaram dela, chamando-a de órfã e acusando-a de ser uma bruxa devido à sua aparência única e sua mãe ser de Silverglade. Isso a deixava frustrada, imaginando que nunca teria uma vida completamente normal, com amigas que gostassem dela e não a acusassem de ser uma bruxa.

Mas no fundo, ela gostaria de ser uma. Ser como sua mãe provavelmente era.

Evangeline alimentava uma curiosidade incessante pelo desconhecido, alimentada por uma sensação persistente de que sua vida estava destinada a algo maior do que as paredes do vilarejo podiam conter. Desde criança, ela fantasiava sobre aventuras mágicas e amores impossíveis, influenciada pelas histórias que sua mãe costumava lhe contar antes de desaparecer.

Evangeline vestia o vestido branco de sua mãe, o mesmo que ela usava quando conheceu o marido, pai da jovem. A seda macia deslizava em sua pele, carregando o perfume doce e saudoso de tempos passados. Seus dedos tocaram a marca em seu pulso, um símbolo sinistro em forma de corvo que a assombrava desde o dia em que sua mãe desapareceu.

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