Capítulo 35 - Passado adormecido

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Naevran & Evangeline

Evangeline deixou Naevran sozinho em seu escritório e voltou para seu próprio quarto para se vestir. Enquanto ela se preparava, Naevran ficou sozinho com seus pensamentos na sala iluminada apenas pelas chamas das velas. Ele se encontrava em uma espécie de transe, lembrando-se vividamente do dia em que viu Evangeline na floresta, no solstício de primavera.

Naevran lembrava-se vividamente de como seus olhos se encontraram naquele momento, como se o tempo tivesse desacelerado ao redor deles, criando um espaço único onde apenas eles existiam. Ele se sentiu atraído por ela naquele instante, cativado pela sua beleza, mas também pela sua coragem.

Quando ela finalmente entrou no escritório, Naevran ficou sem fôlego diante de sua beleza deslumbrante. Ela parecia uma deusa, envolta na luz suave das velas, seu vestido branco destacando sua pele imaculada e seus cabelos caindo em ondas suaves sobre os ombros.

Ela era como o sol, tão bela e intocável.

Seus olhos encontraram os dele, faiscando com uma intensidade que o deixou sem palavras. Naevran sentiu-se como se estivesse olhando para a face de uma estrela, de tão radiante que era a presença de Evangeline diante dele. Ela parecia tão deslumbrante e bela como naquela noite de solstício.

Agora, vê-la novamente usando o mesmo vestido branco trazia à tona uma enxurrada de emoções que Naevran lutava para esconder. Ele se sentia hipnotizado pela sua beleza, pelo brilho em seus olhos enquanto ela se aproximava, pelo jeito como o tecido do vestido envolvia delicadamente suas curvas.

Mas havia mais do que apenas atração física. Naevran se via encantado pela sua presença, pela sua personalidade vibrante e pela força que ela exalava. Ele não conseguia evitar o turbilhão de pensamentos que o invadia, questionando-se sobre o que o futuro reservava para eles, se ele seria capaz de protegê-la dos perigos que os cercavam, se ele era merecedor do amor que ela despertava nele.

Ele se levantou da cadeira, incapaz de desviar o olhar dela, sentindo-se como se estivesse sendo puxado por uma força irresistível em sua direção. Seu coração batia descompassado no peito, uma mistura de medo e desejo borbulhando dentro dele.

Quando ela finalmente chegou perto o suficiente, Naevran lutou contra a vontade avassaladora de tocar sua bochecha, sentir a suavidade da sua pele sob seus dedos. Ele queria dizer tantas coisas, expressar tantos sentimentos que o consumiam por dentro, mas as palavras pareciam fugir dele naquele momento.

— Tão bela quanto no dia em que nos conhecemos. — Ele murmurou, sua voz carregada de uma mistura de admiração e dor. As palavras escaparam de seus lábios antes que pudesse contê-las, revelando uma parte de sua alma que ele tentava desesperadamente manter oculta.

Evangeline então sorriu timidamente, olhando-o com aqueles olhos esperançosos que o enchiam de dor e pensamentos perigosos de "e se". Ele desviou o olhar por um instante, incapaz de suportar a intensidade do contato visual por mais tempo.

— Não nos conhecemos naquele dia, tecnicamente. — Ela lembrou.

Naevran emitiu um riso curto, como se também se recordasse desse fato.

Então, com um esforço monumental, ele empurrou as emoções tumultuadas para o fundo de sua mente, bloqueando-as com uma máscara de serenidade. Ele retornou seu olhar para Evangeline, determinado a manter a distância entre eles, mesmo que isso partisse seu coração em pedaços.

— Pois bem. — O elfo disse num suspiro, pegando o globo em cima de sua mesa e o estendendo para a jovem pegá-lo.

Com um gesto decidido, Evangeline pegou o globo de cristal e o segurou firmemente em suas mãos, sentindo a energia pulsante que emanava dele. Ela sabia que aquele era um passo importante em sua jornada, um passo em direção ao desconhecido e ao perigoso.

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