Capítulo 15 - Entre o Destino e a Vontade

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Para poderem romper o laço que une a vida de Evangeline à de Naevran era necessário um item chamado Amuleto de Rompimento, onde este estava localizado ao norte de Silverglade, numa torre entre as Montanhas de Dhunadar

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Para poderem romper o laço que une a vida de Evangeline à de Naevran era necessário um item chamado Amuleto de Rompimento, onde este estava localizado ao norte de Silverglade, numa torre entre as Montanhas de Dhunadar.

Como Naevran sabia disso? Ele não disse. Apenas ordenou que Evangeline estivesse pronta na manhã seguinte para eles partirem à cavalo para uma viagem de muitos dias.

— Por que eu preciso ir, não estou mais segura na mansão? Tenho certeza que Raskë o acompanharia. — Evangeline resmungou, observando Naevran selar o mesmo corcel branco que ela havia usado no dia que fugiu com a faca que os levou até ali.

— Por três simples motivos. Primeiro, não confio em você para deixa-la sem a supervisão adequada. Segundo, não confio em ninguém para supervisiona-la adequadamente. Terceiro, Raskë estará ocupado com outros assuntos. —Ela bufou.

— Então por que você simplesmente não nos teletransporta até lá como costuma fazer? — O elfo parecia começar a se irritar com os questionamentos dela.

— Só posso ir para lugares dos quais já estive. — Ele se certificou que a sela estava bem presa, apontando para Evangeline subir.

Com roupas brancas de couro e o cabelo trançado, ela quase parecia um anjo de paz em seu majestoso cavalo branco. Já Naevran, parecia um ajo da morte. Sua vestimenta era negra, assim como a égua que ele montava. Havia espadas presas às suas costas, em coldres na perna e no cinto em volta do seu quadril.

Cavalgando lado a lado na estrada mal pavimentada, eles pareciam o completo oposto, mas que de alguma forma confusa, se complementavam. Como o dia e a noite, luz e escuridão. Naevran imerso em trevas, escondendo-se através de suas sombras. Já Evangeline, banhada de luz e inocência.

Naevran ia sempre à frente, como um rei acima de seu corcel que galopava majestosamente. Já sua expressão, porém, era de um general indo à guerra: fria, imponente e determinada. O vento balançava seu cabelo como as chamas de uma vela balançam a escuridão, levando até Evangeline seu cheiro de névoa e brisa marítima.

O dia passou, a noite chegou e trouxe consigo a lua e as estrelas no céu noturno.

Os dois haviam parado e amarrado os corcéis nas árvores, para acenderem uma fogueira e passar a noite. Nos alforjes presos nos cavalos havia comida e água suficiente até que entrassem no reino de Silverglade e pudessem reabastecer seus suprimentos.

Sentada no chão com as pernas esticadas e com os braços atrás do corpo sendo usados de apoio, Evangeline observava o fogo crepitar. Do outro lado da fogueira estava Naevran, em pé escorado contra uma árvore, mergulhado em pensamentos. A luz das chamas dançavam no reflexo de suas íris azuis e em seu rosto, que oscilavam entre luz e sombras.

— Naevran, posso perguntar algo? — Isso chamou sua atenção, tirando-o de sua teia de pensamentos.

— Você vai perguntar de qualquer jeito. — Seu tom de voz não foi rude, apenas áspero devido ao cansaço da viagem.

Lendas de amor e maldiçõesWhere stories live. Discover now