Capítulo 31 - Verdades crucificadas

8 4 0
                                    

Evangeline se encontrava no quarto de Nikolai. O príncipe parecia animado em ter um momento mais íntimo com ela após a dança no baile.

Nikolai serviu vinho e olhou para Evangeline com um sorriso encantador.

— Fico feliz que tenha aceitado vir até aqui, Evangeline. Tenho que confessar que mal conseguia tirar meus olhos de você durante o baile. Você é verdadeiramente encantadora. —

Evangeline sorriu, tentando esconder o desconforto que sentia ao estar ali sob falsas pretensões. Ela agradeceu ao príncipe e pegou a taça de vinho, tentando manter a compostura.

— Está sendo uma noite realmente encantadora. — Ela comentou, bebericando o vinho em sua taça enquanto olhava o quarto opulento ao redor.

Evangeline observou disfarçadamente o pequeno globo de cristal sobre uma base de ouro acima de uma estante próxima. Enquanto Nikolai falava, ela planejava sua movimentação para pegá-lo sem que ele percebesse.

Procurando um contexto para se aproximar da estante, ela observou que ao lado do cristal havia uma adaga muito singular, com cabo prateado e pedras preciosas cravadas, além de uma escrita antiga.

— Se me permite perguntar, de onde vem aquela adaga, vossa alteza? — A jovem perguntou, apontando para o objeto.

Nikolai foi até a estante e a pegou na mão, levando-a até Evangeline.

— É uma arma feérica, uma relíquia antiga que foi obtida por meus ancestrais durante a guerra com os elfos. — Evangeline engoliu em seco, temendo que aquela lâmina também tivesse algum tipo de maldição.

Mas havia surgido uma interessante oportunidade de fazer algumas perguntas para Nikolai. Ele certamente tinha informações interessantes e de um ponto de vista privilegiado sobre a verdadeira história da guerra entre os humanos e os elfos.

— É real o que dizem sobre o que começou a guerra entre os povos? — Ela perguntou, tentando parecer mais interessada na adaga do que na resposta dele.

— Oh, sim. A amável princesa Elizabeth se apaixonou pelo filho de Ancalagon. — Evangeline ficou surpresa por descobrir que o nome da princesa era o mesmo de sua mãe.

Nikolai já havia bebido algumas taças de vinho, ele parecia sujeitável a responder muitas perguntas.

— O que você sabe à respeito dele, o elfo? — Seria interessante se Nikolai revelasse algo sobre o passado de Naevran.

O príncipe deu de ombros.

— Meu tataravô, pai de Elizabeth, a mandou para Silverglade para que ficasse longe do bastardo que amava. Ele não ficou nem um pouco satisfeito, então atacou a caravana que a levava. Ele só não esperava que era uma armadilha e a princesa estava em outra caravana. — Por algum motivo, Evangeline não gostava do desprezo que o príncipe nutria pelos elfos.

— E o que fizeram com ele? — Nikolai sorriu, um sorriso que não era charmoso nem galanteador, era cruel.

— Vou te mostrar. Venha. — O príncipe deu as costas para ela, indo até a porta do quarto.

Evangeline aproveitou-se da deixa e rapidamente pegou o globo, escondendo-o dentro do vestido. Em seguida o seguiu, perturbada com a ideia do que Nikolai mostraria a ela.

Nikolai leva Evangeline através dos corredores até uma sala oculta no castelo, onde a luz é escassa e o ar pesado.

— Aqui está a resposta para sua pergunta. — Ele acende uma tocha, revelando uma cena macabra que tirou um suspiro aterrorizado da jovem.

Lendas de amor e maldiçõesWhere stories live. Discover now