Capítulo 22 - Obsessão obstinada

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Os dias se arrastavam lentamente, e a ausência de Naevran era como uma sombra sobre Evangeline, uma presença constante que a assombrava a cada instante. Ela se sentia perdida em um labirinto de emoções confusas, incapaz de encontrar uma saída para sua dor. Cada momento era uma batalha incessante para afastar os pensamentos que a atormentavam. Evangeline se sentia como se estivesse à deriva em um oceano tempestuoso, sem nenhuma ilha de segurança à vista.

Ela se perguntava incessantemente o que havia acontecido com Naevran, por que ele a havia afastado com tanta crueldade após parecer lutar com tanta vontade para protegê-la. Se perguntava para onde ele havia ido, se estava ferido. Um certo alívio percorria Evangeline por nenhum ferimento ter surgido em seu corpo, o que indicava que, ao menos fisicamente, Naevran estava bem.

Evangeline estava frustrada consigo mesma, sentindo-se como se estivesse presa em um ciclo interminável de angústia e autoquestionamento. Ela se via refletida no espelho, os olhos vermelhos e inchados, testemunhas silenciosas de noites sem dormir e dias repletos de incerteza.

Sua frustração se transformava em irritação enquanto ela revivia cada palavra cortante de Naevran em sua mente. Ela se perguntava como pôde permitir que alguém como ele a afetasse tão profundamente, como pôde se permitir se importar com um elfo maldito por uma terrível maldição.

Cada vez que ela pensava nele, sentia um misto de raiva e tristeza, uma confusão avassaladora que a consumia por dentro. Ela se odiava por ter se deixado levar por sentimentos tão tumultuados, por ter se permitido ser arrastada para o turbilhão emocional que era Naevran.

Evangeline cerrava os punhos, sentindo a frustração borbulhar dentro dela como uma maré crescente. Ela sabia que precisava encontrar uma maneira de superar essa obsessão doentia por ele, de libertar-se das correntes invisíveis que a prendiam a ele.

Mas, apesar de todos os seus esforços, uma parte dela se recusava a deixá-lo ir. Uma parte dela ainda se agarrava à esperança de que talvez, apenas talvez, ela pudesse ser a pessoa capaz de salvá-lo de alguma forma.

E assim, Evangeline se via presa em um ciclo vicioso de autodestruição emocional, lutando para encontrar uma saída desse labirinto de sentimentos confusos e contraditórios. Ela sabia que precisava se libertar dele, mas o que ela não sabia era se tinha a força para fazer isso.

Era uma tarde chuvosa, Evangeline estava na sala de estar, observando silenciosamente a chuva cair através da janela. Juntas, Kate e Morgana se aproximaram de Evangeline, determinadas a fazer com que ela se sentisse melhor. Elas a cercaram com carinho, oferecendo palavras de encorajamento e conforto.

Evangeline não entendia como alguém como Naevran, apesar de tudo, pôde proporcionar a ela algo que sempre quis: amigas de verdade, como Katerina e Morgana.

— Eve, você está quieta há semanas. Por que não nos conta o que aconteceu entre você e Naevran? — Desde que retornaram, as duas vinham tentado inúmeras vezes animar a jovem, sem muito sucesso.

E Evangeline se recusava a contar-lhes o que havia acontecido, apenas disse que haviam conseguido o Amuleto de Rompimento.

Ela suspirou, dando de ombros.

— Muita coisas aconteceram entre nós. — Ela murmurou. — Coisas que eu prefiro esquecer. — As duas mulheres se entreolharam, preocupadas.

— Desculpe se estamos sendo um tanto... intrusivas. É que todos nós estamos preocupados. Desde que voltou você parece um fantasma e Naevran... — Morgana dizia, interrompendo-se por um momento antes de prosseguir. — Ele nunca passou tanto tempo fora. — Evangeline finalmente se virou para olha-las de frente.

Lendas de amor e maldiçõesWhere stories live. Discover now