Capítulo 28 - Dança com o Fogo

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Dado à tantos ataques que eles vinham sofrendo, Evangeline pediu que fosse ensinado a ela algumas técnicas de combate. Na sala de armas da mansão, Naevran estava de pé diante de Evangeline, segurando uma espada de treinamento enquanto explicava os princípios básicos de autodefesa.

A luz do sol filtrava-se pelas janelas, criando padrões de sombra no chão de madeira polida. O som suave de metal contra metal ecoava pela sala enquanto Naevran demonstrava os movimentos com habilidade e precisão.

Evangeline observava atentamente, seus olhos fixos no elfo enquanto ele movia-se com graça e destreza. Ela estava determinada a aprender, absorvendo cada palavra e gesto de Naevran com uma sede de conhecimento.

Naevran falava com uma voz calma e autoritária, suas palavras carregadas com uma confiança inabalável. Ele explicava os princípios fundamentais da autodefesa, destacando a importância da postura, do equilíbrio e da velocidade nos movimentos.

— Primeiro, mantenha os pés firmes no chão, os joelhos levemente flexionados. — Instruiu Naevran, seu tom autoritário misturado com uma pitada de sarcasmo. — Você não vai conseguir se defender se estiver tropeçando sobre si mesma como uma criança assustada. — Evangeline revirou os olhos, mas seguiu as instruções, ajustando sua postura conforme ele havia indicado.

— E depois? — Ela questionou.

— Então, você quer manter o centro de gravidade baixo e os braços levemente flexionados. — Continuou ele, demonstrando os movimentos com graça e precisão. — Assim você terá mais controle sobre seus golpes e estará pronta para reagir a qualquer ameaça. —
Evangeline assentiu, absorvendo as instruções enquanto praticava os movimentos.

— E se eu precisar atacar? — Um brilho perverso reluziu nos olhos do elfo.

— Ah, agora chegamos na parte divertida. — disse Naevran, um sorriso cruel em seus lábios. — Você vai querer mirar nos pontos fracos do seu oponente. Os olhos, a garganta, os pontos de pressão. Não se preocupe em ser gentil; você não está aqui para fazer amigos. — Evangeline levantou uma sobrancelha, mas seguiu as instruções de Naevran, executando os golpes com determinação.

Um som de desaprovação saiu de sua boca diante dos movimentos desajeitados dela. Com mãos habilidosas, ele envolveu suavemente seus braços ao redor dela, guiando seus movimentos com uma intimidade tensa.

— Concentre-se na sua postura. — Murmurou ele em seu ouvido, sua voz enviando arrepios pela espinha de Evangeline. — Você precisa ser firme e ágil. Entendeu? — Evangeline sentiu o calor do corpo de Naevran atrás dela.

Havia algo na proximidade dele que a deixava inquieta e excitada ao mesmo tempo, uma sensação que ela lutava para compreender.

— Viu? Não poupe suas forças. O inimigo não poupará. — Com isso ele saiu de trás dela, pondo-se na sua frente com um olhar desafiador. — Agora tente me atacar. — Foi a vez de Evangeline sorrir perversamente.

Ela estava esperando por aquele momento desde que o conheceu.

Com um olhar determinado nos olhos, Evangeline avançou, lançando-se em um golpe rápido e preciso.

Para sua surpresa, Naevran permitiu que ela o derrubasse, caindo de costas no chão com um impacto. Ele poderia ter facilmente evitado o golpe, mas algo em sua expressão indicava que ele havia permitido isso intencionalmente.

Evangeline sentiu um calor de triunfo se espalhar por seu peito enquanto se encontrava em cima de Naevran.

— Não é todo dia que uma humana te derruba, não é mesmo, Naevran? — Provocou ela, com um sorriso travesso nos lábios.

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