Capítulo 5 - Lembranças sombrias

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Enquanto regressava da feira com alguns mantimentos, Evangeline avistou uma carruagem cruzando a rua principal em direção à propriedade do governador Lassun. A carruagem ostentava o distintivo de Silverglade: um grande "S" adornado com uma coroa sobre a porta.

Aquela era uma carruagem de Silverglade.

Curiosa se o mago estaria partindo, ela notou três outros homens dentro da carruagem através da janela aberta, ambos vestindo túnicas e capuzes semelhantes ao do mago, sugerindo uma conexão estreita com aquele homem maquiavélico.

Um pressentimento sombrio percorreu Evangeline, muito mais intenso desta vez. Algo sinistro estava se aproximando.

 Algo sinistro estava se aproximando

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Evangeline estava sonhando.

Naquele sonho, ela era novamente uma criança indefesa nos braços de Elizabeth. Sentia o coração da mãe batendo forte enquanto estavam dentro de um grandioso salão com paredes de pedra escura.

Assustada e chorando, Evangeline ouvia o som abafado de uma tempestade do lado de fora.

A voz de sua mãe parecia um emaranhado de sons, quase como um código indecifrável. Era como se estivesse submersa, incapaz de ouvir claramente.

Palavras soltas alcançaram Evangeline.

"— ... Ordem... feiticeiros... Silverglade. —"

Uma voz masculina e familiar surgiu no sonho.

"— ... tolo... humana... elfos...— "

Evangeline tentava desesperadamente recordar onde conhecia aquela voz.

Depois de um breve diálogo, ela conseguiu identificar mais algumas palavras.

"— ... magia... feitiço... esquecer...—"

"— ... Varianth... irmão... vilarejo... segura...—"

As palavras se tornaram ininteligíveis. Antes do sonho terminar, ela vislumbrou um par de olhos azuis, tão únicos e familiares quanto alguém que ela conhecia.

Evangeline acordou sobressaltada.

Seu coração batia forte no peito, e sua mente estava repleta de pensamentos.

— Isso não foi um sonho... — Ela sussurrou.

Era uma lembrança.

Evangeline recordou o último dia em que viu sua mãe. O dia em que encontrou O Corvo. O dia em que a marca surgiu em seu pulso.

Imediatamente, as palavras "Ordem", "feiticeiros" e "Silverglade" ecoaram em sua mente.

Os feiticeiros que perseguiam sua mãe faziam parte de uma organização conhecida como "A Ordem".

Gravando aquele nome na memória, ela olhou pela janela do quarto e viu que o sol estava prestes a nascer. Determinada, ela se levantou da cama, vestiu um de seus vestidos azuis e saiu sorrateiramente em direção à biblioteca da cidade.

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