Capítulo 38 - Uma cama e dois corações

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Naevran & Evangeline

A queda livre no abismo do penhasco era uma mistura tumultuada de adrenalina e terror para Naevran. Enquanto caíam em direção ao mar tumultuado, ele segurava Evangeline firmemente em seus braços, sentindo cada batida acelerada do coração dela ecoando contra o seu próprio peito. O vento zunia em seus ouvidos, obscurecendo qualquer outro som, e o ar salgado lhe invadia os pulmões.

Evangeline, por sua vez, estava agarrada a Naevran, com os olhos bem fechados e o coração disparado. A sensação de queda livre era avassaladora, mas ao mesmo tempo, uma estranha calma tomava conta dela quando sentia os braços fortes do elfo ao seu redor. A vertigem do momento parecia suspender o tempo, e ela se agarrava à esperança de que sobreviveriam à queda.

Com um estrondo ensurdecedor, eles atingiram a superfície da água, mergulhando fundo nas profundezas do oceano. A pressão da água os envolveu, e por um instante, tudo ficou escuro e silencioso.

À medida que emergiam das profundezas do oceano, Naevran sentiu o peso inerte de Evangeline em seus braços. Ela estava à beira da inconsciência, os cabelos encharcados grudavam-se em seu rosto pálido, e ele podia ver bolhas de ar escapando de seus lábios entreabertos. A preocupação apertou seu peito enquanto ele lutava contra a correnteza, segurando-a com firmeza enquanto nadava em direção à margem distante.

Enquanto Naevran lutava contra as correntezas impiedosas do mar, Evangeline mal conseguia distinguir a realidade da fantasia. Seus sentidos pareciam embotados, sua mente mergulhada em um turbilhão de emoções conflitantes. No entanto, mesmo na confusão de sua mente, uma imagem persistia: a figura imponente de Naevran, puxando-a pela água com uma determinação feroz.

A água turbulenta tentava arrastá-los de volta ao mar, mas Naevran estava determinado a alcançar a segurança da costa. Com cada braçada, ele se aproximava mais da areia, sentindo o esforço físico pesar sobre seus músculos cansados. Ainda assim, ele não desistia, impulsionado pelo instinto de proteger Evangeline a todo custo.

A cada braçada de Naevran, cada impulso para a segurança da costa, Evangeline sentia seu coração bater mais forte. Ela confiava em Naevran de uma maneira que não conseguia explicar totalmente, uma confiança profunda e instintiva.

Finalmente, seus pés tocaram o fundo arenoso, e Naevran puxou Evangeline para fora da água, levando-a nos braços até a praia. Agora, fora da água, ele põe a jovem delicadamente na areia. O elfo ajoelhou-se ao lado dela, observando com apreensão enquanto ela permanecia imóvel, o peito subindo e descendo com respirações fracas.

Raskë, exausto e ferido, juntou-se a eles na areia, um lembrete sombrio dos perigos que enfrentaram.

O elfo permaneceu ao lado de Evangeline, uma sentinela vigilante em meio à agitação da praia. Naquele momento, Naevran soube que não importava o que o futuro reservava, não importava quais desafios teriam que enfrentar, ele estaria ao lado de Evangeline até o fim. Porque ela era sua luz na escuridão, sua esperança em meio ao caos, e ele faria qualquer coisa para mantê-la segura e protegida, mesmo que isso significasse sacrificar tudo o que ele era.

A jovem aos poucos sentia sua consciência se restabelecendo, enquanto tossia freneticamente ao se sentar na areia, sentindo as mãos de Naevran postas suavemente em suas costas.

— Me lembre de nunca mais aceitar pular de um penhasco em direção ao oceano. — Ela murmurou, tirando um suspiro aliviado de Naevran.

Ele respondeu com um sorriso irônico:

— Não se preocupe, coelhinha. Tenho certeza de que enfrentaremos desafios muito mais emocionantes pela frente. Talvez na próxima optemos por algo um pouco mais... seguro. Ou não. — Naevran piscou, deixando no ar a sugestão de que o perigo sempre parecia segui-los onde quer que fossem.

Lendas de amor e maldiçõesWhere stories live. Discover now