Capítulo 34 - Bilhetes de um jardim

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Evangeline estava sentada em seu lugar favorito no jardim do castelo, um recanto tranquilo e isolado, cercado por arbustos floridos e uma fileira de rosas trepadeiras que deslizavam ao longo do pergolado de madeira. O sol da tarde derramava seus raios dourados sobre ela, criando padrões de sombras e luzes dançantes no chão de pedra.

Com um suspiro de contentamento, Evangeline mergulhou nas páginas de seu livro, deixando-se envolver pela história cativante que se desdobrava diante de seus olhos. O aroma suave das flores flutuava no ar, misturando-se com o som distante do canto dos pássaros e o zumbido suave dos insetos.

Ela se perdeu nas palavras, permitindo que sua mente vagasse para além das páginas, enquanto o mundo ao seu redor desaparecia em segundo plano. Era um refúgio bem-vindo da agitação do dia-a-dia, um momento raro de paz e tranquilidade em meio ao caos que cercava sua vida.

No entanto, ao folhear as páginas desgastadas, algo chamou sua atenção: um pedaço de papel dobrado entre as páginas.

Com curiosidade brilhando nos olhos, Evangeline cuidadosamente deslizou o bilhete de seu esconderijo improvisado. Ele estava escrito à mão, com uma caligrafia elegante e familiar que instantaneamente a fez sorrir. O coração dela começou a bater mais rápido enquanto ela lia as palavras escritas ali.

"Minha querida Evangeline,

Enquanto você se perde em algum canto tranquilo do jardim, imersa em suas páginas, decidi deixar um pequeno rastro de caos no seu refúgio de paz. Considere este bilhete como uma dose de sarcasmo para iluminar seu dia, ou quem sabe para desafiá-la a erguer uma sobrancelha em minha direção.

De qualquer forma, espero que este bilhete interrompa temporariamente sua jornada literária e desperte um sorriso, ou quem sabe um suspiro de exasperação. Seja qual for a sua reação, saiba que estou aqui, observando silenciosamente, e talvez até rindo um pouco da sua expressão confusa.

Gostaria de convidá-la para vir até meu escritório ao cair da noite, tenho coisas interessante para te dizer.

Se optar por ignorar meu convite, saiba que vou ficar profundamente desapontado. E, como você bem sabe, Evangeline, quando estou desapontado, minhas ideias de vingança tendem a ser um tanto... criativas.

Com um carinho ameaçador reservado apenas à você,

Naevran."

Seus olhos percorreram as palavras escritas com uma mistura de surpresa e diversão, enquanto um sorriso divertido curvava seus lábios. Era típico de Naevran deixar uma nota tão intrigante e provocativa, mesmo quando convocando-a para uma reunião.

Ela imediatamente olhou ao redor, procurando encontrá-lo escondido atrás de algum arbusto rindo dela. Bem, ele definitivamente riria ao perceber que ela caiu em mais uma de suas provocações ao procurá-lo.

E aquilo deixava uma dúvida intrigante em sua mente: Como Naevran, além de saber qual livro ela estivera lendo, sabia até mesmo a página da qual havia parado?

Isso sugeria que ele andou observando-a, furtivamente e em segredo. Aquilo causava uma excitação intrigante em Evangeline, que a levava a se perguntar em quais outros momentos o elfo a tinha sondado secretamente. Imediatamente ela corou, tentando eliminar esses pensamentos lascivos de sua mente. Isso era coisa daquele elfo delirante, não dela! Ainda sim, a jovem riu de si mesma e da ideia de Naevran estar agindo como um perseguidor sombrio.

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