Capítulo 39 - Liberdade e Redenção

38 3 3
                                    

Naevran

Enquanto cavalgavam em direção ao estábulo mais próximo para venderem os corcéis, Naevran evitava o olhar de Evangeline à todo custo. Ele se encontrava mergulhado em um mar de pensamentos turbulentos. O som dos cascos dos cavalos ecoava pelas ruas de pedra, mas sua mente estava longe dali, presa na lembrança daquela manhã.

Ele repreendia a si mesmo por ter permitido tamanha proximidade, por ter sucumbido à fraqueza de seu coração e sussurrado palavras que jamais deveriam ter sido ditas. Aquele breve momento de vulnerabilidade agora se transformava em um fardo pesado, uma lembrança constante de uma verdade que ele se esforçava para negar.

Cada batida dos cascos era um lembrete doloroso de suas próprias falhas, de sua incapacidade de manter a distância necessária para proteger a si mesmo e a Evangeline. Ele sabia que suas palavras haviam aberto uma porta que não poderia mais ser fechada, uma porta que os conduzia perigosamente ao precipício de algo que nenhum deles estava preparado para enfrentar.

Enquanto o vento cortava o ar gélido da manhã, Naevran sentia o peso da responsabilidade sobre seus ombros. Ele tinha que encontrar uma maneira de se afastar, de retomar o controle sobre suas emoções antes que fosse tarde demais. Mas, por mais que tentasse, ele sabia que aquela faísca de esperança que havia acendido entre eles não se extinguiria facilmente.

Mas Naevran estava determinado a proteger a todo custo a humana que havia tomado seu coração, não com violência, mas com a suavidade de uma brisa matinal acariciando seu rosto. Era uma descoberta tão bela quanto assustadora, uma dança perigosa nas margens do abismo. Ele faria isso, mesmo que sacrificasse sua própria felicidade.

No fundo de sua mente, uma pequena voz sussurrava uma verdade inegável: quando mais ele a amava, mais próximo estava de destruí-la. E isso o assombrava mais do que qualquer ameaça externa que enfrentassem.

Evangeline montava ao seu lado, o silêncio entre eles carregado de uma tensão palpável. Naevran podia sentir a turbulência emocional que a consumia, refletida no brilho inquieto de seus olhos violetas. Era uma dor compartilhada, uma luta silenciosa que os unia mesmo quando os mantinha separados.

 Era uma dor compartilhada, uma luta silenciosa que os unia mesmo quando os mantinha separados

اوووه! هذه الصورة لا تتبع إرشادات المحتوى الخاصة بنا. لمتابعة النشر، يرجى إزالتها أو تحميل صورة أخرى.

Evangeline

Eles finalmente haviam retornado para a mansão na Floresta das Lamentações. Com o coração apertado por ter sido ignorada por Naevran durante todo o restante daquele dia, Evangeline refugiou-se no seu cantinho de paz no jardim banhado pelos tons dourados do sol poente, enquanto o céu se tingia de laranja e vermelho. Seus olhos se fixavam no horizonte distante, onde o sol se despedia lentamente do dia, mergulhando no horizonte além.

Um suspiro escapou de seus lábios enquanto ela mergulhava em suas próprias reflexões. Seus pensamentos eram como nuvens escuras que obscureciam seu coração, pesando sobre ela com um fardo quase insuportável. Ela temia o final incerto de sua história com Naevran, temia que suas esperanças fossem apenas ilusões fugazes, destinadas a desvanecer-se ao primeiro sinal de adversidade. Mas havia um medo ainda maior que a assombrava, um medo que se enraizava profundamente em seu âmago. Era o medo de que ela e Naevran nunca pudessem sequer ter a chance de um começo, que suas vidas permanecessem separadas por uma muralha impenetrável de circunstâncias e destinos entrelaçados.

Lendas de amor e maldiçõesحيث تعيش القصص. اكتشف الآن