Capítulo 16 - Fúria e sangue

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Momentos depois que o sol nasceu naquela manhã, Evangeline despertou de seu sono desconfortável, recostada contra uma árvore. Bocejando, ela olhou ao redor.

A fogueira estava apagada, os cavalos estavam lado à lado do outro lado, mordiscando os pescoços um do outro. Mas faltava a presença de um certo elfo intrigante.

Ela se levantou, espreguiçando-se e deu mais uma olhada ao redor. Era possível ouvir o som de água corrente perto, indicando que havia um rio nas redondezas. Seguindo o som, ela caminhava sozinha entre as árvores. Alguns metros depois, ela avistou o rio numa pequena baixada. Mas não só isso, ela também viu Naevran banhando-se no rio.

Ela parou por um momento, sem fazer barulho, observando-o de longe. Seu coração batia um pouco mais rápido ao contemplar a visão diante dela. Naevran estava de pé na água, com a água perigosamente baixa na altura de sua cintura. Os músculos esculpidos de seu corpo eram destacados pelas gotas d'água que escorriam pela sua pele bronzeada.

Seus ombros largos e definidos pareciam esculpidos pela própria natureza, enquanto sua postura imponente transmitia uma aura de confiança e sensualidade. Cada movimento fluído revelava uma força e agilidade inegáveis, enquanto ele se inclinava para molhar o cabelo escuro. A água brilhava ao redor dele, refletindo os tons dourados do sol nascente. Evangeline não conseguia desviar os olhos, hipnotizada pela beleza masculina diante dela. Seu olhar percorria cada centímetro do corpo de Naevran, capturando cada detalhe, cada curva e músculo definido.

Evangeline sentia-se como se estivesse presenciando uma cena de um sonho, incapaz de desviar o olhar. Ela sabia que não deveria estar ali, observando-o dessa maneira, mas não conseguia resistir à tentação de admirar a beleza selvagem e indomável de Naevran, tão vívida e poderosa naquele momento.

Enquanto observava Naevran no rio, Evangeline sentia uma mistura tumultuada de emoções se agitando dentro dela. Por um lado, havia uma atração inegável por aquele ser misterioso e imponente à sua frente. Ela não podia negar a beleza selvagem que emanava dele, nem a forma como seu coração acelerava ao vê-lo se mover com tanta graça na água.

Mas ao mesmo tempo, havia uma parte dela que quase o detestava por ser tão prepotente, tão impenetrável. Ela se irritava com a arrogância que ele exalava, a maneira como parecia fechar-se para qualquer tipo de conexão genuína. Evangeline se via lutando contra a vontade de se render à atração que sentia por ele, resistindo à tentação de se deixar levar por suas palavras suaves e seu sorriso sedutor.

Era um dilema moral que a consumia, pois percebia que estava se perdendo na linha tênue entre o fascínio e a repulsa pelo elfo. Por um lado, ela queria desvendar os segredos que ele guardava tão zelosamente, mergulhar nas profundezas de sua alma e descobrir o que o tornava tão complexo e intrigante. Mas por outro lado, ela temia o que poderia encontrar lá, temia o preço que teria que pagar por se envolver com alguém tão obscuro e impenetrável.

Evangeline se via presa em um turbilhão de sentimentos conflitantes, incapaz de encontrar uma solução para o dilema moral que a assombrava. Ela sabia que precisava ser cautelosa, que não podia se deixar levar pelas aparências sedutoras de Naevran. Mas ao mesmo tempo, algo dentro dela ansiava por se render ao desconhecido, por explorar os mistérios que ele representava.

Era uma batalha interna que ela não podia vencer, uma luta entre o coração e a mente que a deixava confusa e perdida em um mar de incertezas.

Enquanto suas emoções lutavam dentro dela, Evangeline de repente percebeu que ele estava olhando na direção dela. Seu coração deu um salto de surpresa, e ela se enrijeceu por um instante, a sensação de ser pega em um momento tão íntimo inundando-a de calor e constrangimento.

Lendas de amor e maldiçõesWhere stories live. Discover now