Capítulo 29 - Dois mundos

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 __Brasil: Moramos em uma região ocupada, na beira de uma encosta. É uma região que corre o risco de desmoronar. Minha filha postou o pedido de uma casa na internet. Tive um sonho estranho com uma coisa gelatinosa no céu ou talvez fosse uma ilusão de ótica, alguma coisa bem estranha. Quando eu acordei nosso morro não existia mais, estávamos em uma região plana, meu quarto agora tem vista panorâmica da cidade, é incrível. Há vários prédios aqui, todos muito modernos; nunca vi nada parecido nem no Leblon. Acho que foi um milagre de Deus e continuaremos, agora mais que nunca, contribuindo com a obra do Senhor.

Dois meses depois dezenas de milhões de pedidos de todos os tipos já haviam sido realizados, no entanto, o critério de seleção parecia tão obscuro quanto as tecnologias utilizadas para a elaboração dos itens pedidos. Os pedidos negados em primeira instância entravam em amarelo, as pessoas recebiam de algum modo um brilho amarelo, seja mentalmente ou nas mídias de comunicação. Havia pessoas que se queixavam que seus pedidos de casa própria eram negados, ao passo que surgiam relatos de que pedidos mais extravagantes, tais como roupas caras, iates e até mesmo jatinhos particulares eram realizados. Não se entendia realmente qual critério os estrangeiros utilizavam para distribuir ajuda.

Enquanto crescia a admiração pelos estrangeiros nos países cujas fronteiras estavam abertas para atuações de suas equipes, nos países que haviam bloqueado seus domínios, tais como a Federação Russa, China e Estados Unidos cresciam os protestos populares contra essas medidas, apesar de os governos permanecerem pouco flexíveis aos mesmos. Mas, naturalmente, os impactos econômicos da ação dos estrangeiros, chamavam a atenção do mundo e os EUA abria um processo na OMC buscando tornar ilegais esses tipos de intervenção econômica externa no mundo, já se contabilizavam os prejuízos em exportações de carros, aviões e aparelhos eletrônicos que a economia americana amargava, devido a realização de pedidos pelos estrangeiros, que geralmente produziam produtos com tecnologias muito superiores às presentes nos produtos daquele país.

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