Capítulo 65 - O encontro na selva.

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__Você está bem?

Rachel estava com os olhos entreabertos, tentando se situar, uma mulher de aproximadamente quarenta e cinco anos, mas cuja aparência se mantinha bastante conservada, sem rugas profundas e com cabelos cor de cobre bem cuidados, sobre os quais havia um chapéu de selva.

__Qual é o seu nome?

__Rachel Arouet...

Ela sorriu por alguns instantes, Rachel completou tentando se sentar:

__Sim, Coralie Arouet, ela é minha avó...

Aquela mulher esboçou um sorriso e disse:

__Você é muito parecida com ela, quando ela era jovem.

__Sim, já me disseram isso...

__Você teve uma queda em seu nível glicêmico, mas eu já cuidei disso.

Descartou uma seringa e ajudou Rachel a se levantar, a psicóloga então já de pé e menos desnorteada, mas ainda muito dolorida, perguntou:

__E você? Qual é o seu nome?

__Jacqueline Passeron.

Rachel pareceu surpresa e após uma aparente busca mental exclamou:

__Você conhecia o Ettiénne Passeron?

Ela concordou um olhar um pouco abatido:

__Sim, era meu esposo.

O rosto de Rachel pareceu tenso, ela ficou boquiaberta por alguns instantes, enquanto a mulher indagou aparentemente sem perceber o embaraço da psicóloga:

__Rachel... Sim, Rachel, você tinha um Learjet?

Ela concordou sem graça e mostrando um semblante progressivamente mais triste e, logo, disse:

__Eu sinto muito...

Jacqueline tão logo sorriu e afirmou:

__Antes de ele morrer havíamos voltado à França e iríamos lhe agradecer, mas você já não estava mais no mesmo local, parece que havia mudado para um apartamento e como ficamos poucos dias...

Rachel indagou prontamente demonstrando um olhar confuso:

__Mas, agradecer pelo que?

__Bem, Ettiénne e eu estávamos pensando em nos separar logo antes de ele começar a atender você em Paris, na verdade, ele havia me pressionado por decidir entre ficar com ele na França ou aceitar uma proposta de trabalho aqui na Guiana Francesa...

Ela prosseguia com um ar tranquilo e até feliz:

__Mas, um belo dia ele aterrissa em um bimotor em uma pista próxima da aldeia, aparentemente sabia que eu estava lá... Foi lindo, um dos melhores dias de minha vida, o céu estava bem azul, sem nenhuma nuvem... Você sabe, chove muito por aqui...

Rachel esboçou um sorriso enquanto Jacqueline se locomovia pela trilha e continuava:

__A partir daquele dia, vivemos tempos maravilhosos, foram cinco anos inesquecíveis. Nos divertíamos muito e, além disso, ele podia voar e também ganhar algum dinheiro. – Com os pensamentos no passado prosseguia – Bem, antes de os alienígenas chegarem nesse país as pessoas transportavam coisas às vezes por barcos, mas o avião era o principal meio de transporte...

Os Novos EstrangeirosWhere stories live. Discover now