Diante daquela sucessão de cenas bizarras, o celular de Rachel tocou, era seu pai, ela então se afastou um pouco do tumulto da praça e atendeu:
__Filha, vou falar rápido o DDI é caro, tive um sonho com você e nesse sonho você estava na Guiana. Por favor, saia de Caiena, mantenha seus pensamentos limpos do passado e vá para a aldeia Antécume-Pata que fica perto de Maripasoula. Lá há ainda uma chance de preservar a humanidade que há em você.
Ela mordeu os lábios, preocupada, e antes de a ligação ser encerrada disse:
__Eu te amo pai!
__Também te amo filha!
O toque mudo do celular prosseguia e ela corria de volta a praça enquanto buscava entre faces estranhas, rostos familiares; tal como um barco à deriva que busca um ancoradouro.
Mas, após percorrer várias vezes a praça nenhum conhecido mais estava presente, Rachel suspirou preocupada então se pôs a vagar entre casarões históricos e ladeiras e, mais tarde, entre palafitas. Chegou ao Félix Éboué, horas mais tarde estava descendo em um bimotor fretado na pequena pista de Maripasoula e dizia irritada para si: "Em uma coisa devo concordar, eles viajam bem mais rápido".
Na isolada Maripasoula, andava estava transtornada, o medo de uma intervenção dominava sua cabeça cada vez que via alguém vestido de verde. Não conseguiu um barco no cais e amedrontada, embrenhou-se, sem pensar, em uma trilha que adentrava a mata. Caminhou mesmo sem saber se aquela era a trilha correta, pelo menos parecia leva-la ao sul para longe de Maripasoula e isso lhe dava ainda algum conforto.
Caminhou durante horas até sua cabeça se tornar confusa devido à fome e a exaustação física, tempos depois tombava desacordada no chão úmido e coberto de folhas da trilha.
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Os Novos Estrangeiros
Science FictionRachel Aroeut não é apenas uma adolescente rica, órfã, depressiva, que fala com os mortos e é apaixonada por seu psicólogo. Ela é mais do que isso: ela também frequenta aulas de voo comercial. Em uma vida marcada por lutos e pelo tédio, Rachel se to...
