Capítulo 75 - A fênix.

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Todos choravam, uns mais ruidosamente do que outros, mas choravam por dentro e por fora, havia na carta um pedido, uma esperança, além de um oceano de dores. Henri respirou profundamente ao acabar de lê-la e segurou as mãos de Laurent e Jacqueline, Nicolas e Louise fizeram o mesmo, estavam diante de um desafio primitivo. Alguns índios da aldeia haviam sido interditados no final do dia anterior e outros se juntaram aos Novos Estrangeiros voluntariamente, a humanidade estava apagando dia após dia, em cada recanto isolado em que restara.

Sentiram calor, não apenas da fogueira, mas também humano, sentiram-se amparados um pelo outro em um momento terrível e muita força parecia surgir de uma grande tragédia, do caos, da dor, percebiam silenciosamente sob a luz pálida que iluminava cada rosto que poderiam tecer um significado através da própria falta de sentido que lhes atormentava.

Mais um dia se seguiu apático, a luminosidade equatorial parecia ignorar as trevas que povoavam o interior daquelas pessoas, pálidas e frágeis. Henri sem que ninguém entendesse derrubou os pés que cresciam de mandioca, ainda bem prematuros, e diante dos olhares preocupados dos índios se livrou dos estoques excedentes de comida e desativou sua Usina de Glicose. Então, no final daquela tarde, quando o sol tingia de vermelho o horizonte, semeou o campo com grãos de milho e se pôs a regar e a cuidar pacientemente daquelas sementes, Nicolas lhe acompanhava arrancando ervas daninhas, depois se juntaram Louise e Laurent, por fim Jacqueline e alguns índios que restaram na tribo.

Pouco falavam e, à medida que as plântulas de milho brotavam, o trabalho se tornava maior, demandando um incremento de cuidados por seus cuidadores. O mesmo trabalho foi realizado para outras culturas. Já que após a desativação da Usina de Glicose, a produção de alimentos voltara ao modo tradicional, o que gerava inicialmente uma preocupação sobre a capacidade que teriam de se alimentar. Sentiam fome, comiam apenas o pouco que restara e tinham que se dedicar a pesca.

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