Os Novos Estrangeiros

Capítulo 67 - A aldeia.

Na lateral da aldeia, que parecia uma grande clareira em meio a floresta; Laurent, Louise, Nicolas e Biko conversavam com uma criatura desengonçada que se apressou para conversar com Rachel e disse em tom de desculpas:

__Eu sinto muito, senhorita, Rachel...

Ela fixou o olhar em Ambedkar II, tentando disfarçar o desprezo que sentia pelos estrangeiros e esboçando um sorriso afirmou:

__Foi bom tê-los levado antes, acredite...

Ambedkar II tornando-se progressivamente mais humanizado esboçou um sorriso de volta, tal como se compreendesse os motivos que levaram Rachel a acreditar nisso.

Duas semanas depois, enquanto Laurent, Louise e Nicolas dançavam seminus com os corpos pintados com tintas indígenas e já eram queridos pelos índios. Rachel sentava-se em um tablado às margens do rio que margeava a lagoa, dedicava-se a olhar a lua, o céu e sentia dentro de si o mesmo vazio que sempre lhe acompanhava. Biko sentou-se ao seu lado e ela parecia distante e só instantes depois pareceu dar-se conta de sua presença e confessou:

__Sabe naquele dia, no meu apartamento, que você me pergunto algo como: "Como ser feliz?"

Ele concordou que se lembrava e ela prosseguiu olhando para o longe entristecida:

__No fundo ninguém sabe... A felicidade humana é uma mentira!

Biko pareceu confuso, Rachel parecia ter perdido as esperanças em sua luta e ele disse:

__Mas, você pensa nisso mesmo?

__Sim, acho que eu penso sim, você estava certo, Biko...

Ele esboçou certo grau de remorso nos olhos enquanto ela indagou:

__Nem sei qual é seu nome de verdade...

O engenheiro disse então:

__Henri, Henri Rousseau...

Ela esboçou um sorriso, ainda muito entristecida:

__Não iríamos ter dado certo – Sorriu e balbuciou – Rousseau e Arouet...

O engenheiro sorriu, mas rebateu:

__Estamos além do Iluminismo...

__Será?

Ele se mostrou um pouco perturbado com a indagação de Rachel e passaram mais tempo ali sem dizer qualquer coisa.