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26 de março de 2016, San Diego.

"Bom dia." - Acordo com a voz de Joshua.

Vi-o com um tabuleiro nas mãos com o pequeno almoço.

"Come." - Sento-me na cama e pego no tabuleiro.

O homem saiu novamente.

Começo a comer depressa. Estou a morrer de fome. Porque eles só me dão o pequeno almoço? Porque é a refeição mais importante?

"Hoje, vou pintar o teu cabelo." - O homem entra com uma caixa de tinta daquelas da Loreal na mão.

"Porque tenho de pintar o cabelo?" - Pergunto, com a boca cheia.

"Porque eu quero!" - Grita.

"Tudo bem..." - Murmuro.

Depois de comer, ele fez-me sentar no chão e começou a pintar-me o cabelo de castanho caramelo.

Esperei o tempo que dizia na caixa enquanto Joshua olhava-me sorrindo.

"Vais ficar igual a ela." - Fala.

"A ela quem?" - Pergunto.

"À Beatrice."

O quê?! Não me digam que agora ele pensa que eu sou a Beatrice?

"Mas eu não sou a Beatrice e nunca serei! Eu sou a Camilla!" - Gritei.

"Tu aqui já não és a Camilla! A partir de hoje és quem eu quero que tu sejas!"

Ele levou-me para uma casa de banho. Pelo menos está melhor que o meu quarto e a sanita está limpa ao contrário da que tenho no quarto.

O psicopata começou a lavar-me o cabelo. Quando acabou, secou o mesmo.

Olhei-me ao espelho e odiei a cor do meu cabelo.

"Vamos!" - Ele agarra-me no braço com força.

"Eu preciso de fazer uma coisa." - Falo.

"O quê?" - Diz, severo.

"Preciso de usar a sanita." - Falo.

"Ok." - Larga-me o braço. "Faz o que tens a fazer então."

"Vais ficar aqui?" - Ele afirma. "Preciso da minha privacidade."

"Ok." - Vira-se de costas.

Não era bem isso que eu queria.

Mal desci as minhas calças vi uma enorme mancha vermelha. Na minha roupa interior também tinha.

Acabei de fazer a minha necessidade.

"Joshua?" - Murmurei.

"Como sabes o meu nome?" - Ele virou-se, zangado.

"Estava no diário." - Falei depressa.

"Hum... o que queres?"

"Eu preciso de tampões."

"Precisas do quê?" - Ele fala confuso.

"Anda aqui." - Ele aproximou -se e eu mostrei-lhe as calças com o sangue.

"Tiveste um aborto?" - Ri-me. "Qual a graça?"

"Isto é menstruação." - Falei.

"Ok, eu não sei o que falas."

"Período? Aquilo que as mulheres têm?!"

"Ah, a Beatrice tinha isso."

"Todas as mulheres têm." - Reviro os olhos. "As outras nunca te pediram tampões?" - Ele nega.

"Elas nunca falavam comigo." - Murmura. "Veste-te."

Assim o fiz, saindo da privada.

"Eu irei comprar-te os tais tampões." - Fala, enquanto caminhamos para o quarto onde estava. "Enquanto isso, tu ficas aqui quieta!"

"Ok." - Murmurei. "Joshua?" - Falei antes de ele ir.

"Sim?"

"Traz uns comprimidos."

"Para quê?"

"Para as dores." - Ele assentiu e saiu.

Sinceramente, eu não sei se ele vai trazer o que lhe pedi.

Sentei-me na cama agarrando os meus joelhos.

Começou a chover lá fora.

A porta abriu-se e apareceu o homem do carro.

"Olá, Camilla." - Fala, sentando-se há minha frente.

Não respondi.

"Queres brincar?" - Olho para a sua mala.

Neguei ligeiramente com a cabeça.

"Mas eu quero." - Abriu a mala.

Levantei-me da cama.

As dores de barriga começaram. Maldito período! Vem sempre nas más alturas.

"O que foi? Estás com medo?" - Levantou-se também.

Ele tira uma lâmina da sua mala prateada, mais parecida a de um doutor.

"Eu quero brincar e tu vais ser o meu brinquedo." - Agarra-me no braço.

"Pára!" - Grito.

A minha manga da blusa foi rasgada e ele começou a abrir um enorme corte ao longo do meu braço e antebraço. Gritei de dor.

"Pára!" - Fui atirada para o chão quando Joshua gritou.

Com uma mão agarrei-me à barriga e com a outra agarrei-me ao braço que estava todo ensanguentado.

"Sai daqui, Richard!" - O rapaz de cabelo preto falou e o outro saiu logo com a mala.

Gritei de dor. Joshua ajoelhou-se há minha frente e entrou em choque sem saber o que fazer.

"Temos de coser." - Ele falou.

"O quê?!" - Gritei. "Vais coser-me o braço?"

Ele saiu.

As dores predominaram cada vez mais fortes.

O homem voltou com linha e uma agulha.

O que raio ele guarda aqui para ter tudo isso?

"Estás preparada?"

"Não!" - Exclamei.

"Trinca isto." - Tira a sua t-shirt dando-me a mesma.

Trinquei e ele começou a coser-me o braço. Os meus gritos eram abafados pelo pano de licra que se encontrava na minha boca.

Depois de tanto tempo a sofrer, ele finalmente acabou.

Tirei a camisola da boca e tudo começou a andar há volta.

"Joshua..." - Caí nos braços dele.

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71 Days Of PainOnde histórias criam vida. Descubra agora