6° Dia.

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28 de março de 2016, San Diego.

Acordei com a luz vinda da janela a dar-me no rosto.

Isto foi a primeira noite que dormi bem.

Há alguns dias que não leio o livro da Olivia.

Faço um esforço para sair da cama e ajoelho-me no chão tirando o livro debaixo da cama.

4° Dia.

Hoje ouvi uma conversa entre o médico e o Joshua. O médico chama-se Richard e sinceramente parece ser mais psicopata do que o outro.

Eles estão a preparar o próximo rapto.

Camilla Collins, 18 anos, cabelo preto. Tu, neste caso, ias para uma universidade.

Eles raptam pessoas como mudam de roupa interior.

Ela ainda cá estava e aqueles dois já sabiam que iam raptar-me? Eles são doentios!

Virei a página e está estava com a letra tremida.

5° Dia

Hoje foi um dos meus piores dias aqui.

Richard entrou aqui neste lugar imundo e bem...

Eu fui violada hoje.

Levei a mão á minha boca.

Guardei o livro debaixo da cama. Hoje não estou preparada para ler mais.

Levantei-me e fiz a minha higiene.

Retirei o ligamento do meu braço. Não está tão mau como estava mas continua quente.

Comecei a ouvir uma discussão do outro lado.

Fui até à porta do quarto e pus-me a ouvir.

"Onde a colocaste?" - Richard fala, irritado.

"Num lugar..." - Joshua retorquiu.

"Não me digas que a puseste no teu antigo quarto?" - Ouvi logo depois uma gargalhada. "Juro-te que só tornas-te isto mais fácil."

"Cala-te!"

Fiquei admirada com o grito de Joshua. O que ele está a fazer?

"Tu estás a apaixonar-te por ela é isso? Lembras-te do que aconteceu à última pessoa que amaste?"

"Já te disse para não falares na Beatrice!"

"Só espero que a Camilla seja como manteiga ao cortar como a Beatrice foi. Vou torturá-la. Vou..."

Não ouvi mais a não ser gritos.

Eles que se matem mas pelo menos não me cortem aos pedaços como fizeram a Beatrice.
Abri a bagagem e comecei a tirar a roupa.

Preciso de fazer algo para estar distraída do que se passa na sala ao lado.

Abri a primeira gaveta da cómoda e tinha uma moldura. Peguei na mesma.

Era Joshua e uma rapariga de olhos verdes e cabelo castanho caramelo. Ela era de facto muito bonita.

Guardei a moldura no mesmo sítio e coloquei os pijamas por cima dela.

Vesti um vestido de licra verde água.

A porta abriu-se e eu dei um sobressalto.

"Bom dia." - Joshua falou.

Havia sangue na sua camisola branca e ele tinha um olho negro.

"O que se passou?"

"Não faças perguntas!" - Grita.

Peguei na tosta mista e ele saiu.

Comi aquilo que ele me havia dado e continuei a arrumar a roupa.

Fui até à janela e apreciei o céu azul claro.

"Camilla..." - Só dei por conta que ele tinha entrado quando ele tocou-me no braço.

"Joshua." - Falo.

"Esse vestido..." - Olha-me da cabeça aos pés. "Fica-te lindamente."

Não agradeci. Dispenso elogios vindos de um raptor.

O homem há minha frente puxou-me para si.

"Larga-me!" - Gritei.

"Shh." - Colocou o seu dedo em cima dos meus lábios.

"Deixa-me ir." - Peço.

"Beija-me."

"O quê?!"

Eu não ouvi bem pois não? Aquele nojento!

"Beija-me ou irás sofrer." - Ameaçou e apertou-me mais fazendo doer-me o braço ferido.

"Joshua, o meu braço..." - Pedi mas ele apertou mais.

"Beija-me." - Disse novamente.

Não o irei beijar. Nunca!

"Ok..." - Larga-me e atira-me contra a parede.

Bati com o braço e logo chorei de dor.

O homem saiu e quando voltou tinha um chicote na mão.

Fui puxada pelo cabelo até à cama. Fui deitada de costas.

Senti uma chicotada e chorei de dor. A segunda ainda foi com mais força.

Há sexta falei.

"Eu beijo-te!" - Gritei antes de ele dar a sétima. "Eu beijo-te, mas não me batas mais." - Chorei desesperada.

Ouvi o chicote cair no chão. Ele pegou-me.

Olhei-lhe nos olhos ainda chorando.

"Eu vou beijar-te, mas primeiro deixa-me acalmar, por favor." - Falei gaguejando.

As suas mãos foram até ao meu rosto limpando as lágrimas que estavam presentes nele.

Agarrei o seu rosto com ambas as minhas mãos.

Respirei fundo.

Eu não acredito que vou fazer isso!

Beijei-o.

Ele mexeu a sua língua dentro da minha boca e fui obrigada a retribuir aquilo.

Não me arrisquei a parar o beijo pois ele podia dar-me novamente com o chicote.

Enquanto ele continuava com o beijo continuava de olhos abertos vendo ele de olhos cerrados.

Ele parou.

Finalmente!

"Desculpa..." - Murmura perto dos meus lábios. "Tens um beijo perfeito." - Dá um selinho na minha boca.

Agarro-me a ele. Não tenho força nas pernas.

Ele agarrou-me fortemente para que eu não caísse.

"Vou tratar de ti, minha Beatrice."

Psicopata doentio!

Deitei-me de costas na cama enquanto o homem rasgava o resto do vestido. Logo senti a água oxigenada na minha pele.

Chorei de dor.

Quando vou parar de sofrer?

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71 Days Of PainWhere stories live. Discover now