13° Dia.

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4 de abril de 2016, San Diego.

Acordei com barulho vindo do outro lado.

A porta do quarto abriu-se e Richard entrou furioso.

"Tu vais aprender a ficar calada!" - Grita, apontando-me o dedo indicador.

Fui arrastada pelo cabelo até à sala onde ele partiu-me o braço. Quando ele parou e foi para o lado pude ver o senhor William amarrado a uma cadeira.

"Senhor William!" - Exclamei tentando levantar-me, mas logo Richard me deu uma bofetada, fazendo-me cair instantaneamente.

"Camilla." - Murmurou o senhor. "O meu filho é um maluco..."

"Cala-te!" - O homem de pé gritou indo até uma mesa onde tinha uns aparelhos. "O meu querido pai hoje vai ver o que eu faço com miúdas rebeldes." - Ele virou-se olhando-me com um sorriso maléfico no rosto.

"Por favor, Richard, não faças mais nada à rapariga." - William pediu, com a voz fraca.

"Queres sofrer por ela é isso?" - O homem amarrado abanou a cabeça levemente. "Ok, se é isso que queres." - Começa a escolher uma lâmina.

"Não! Se tens alguma coisa para fazer, faz-me a mim e deixa o teu pai ir-se embora." - Falei, tentando parecer confiante.

"Ora, ora." - Richard vira-se para mim com a lâmina na mão esquerda. "Vamos começar então!" - Dá uma gargalhada.

Fui colocada numa cadeira e fui amarrada à mesma. O médico abanava a cabeça negativamente várias vezes para mim e eu apenas dei-lhe o melhor sorriso possível neste momento.

"Sabes vou começar por cortar-te os seios e de seguida, vamos fazer terapia de choque, sabes o que é?" - Infelizmente, eu sei o que é.

"Não, Richard! Não lhe faças mais mal, pelo amor de Deus!" - William gritava com as suas poucas forças visíveis. "Eu dou-te o que tu quiseres."

"O que eu quiser?" - Richard virou-se para encará-lo e deu uma gargalhada. "Quero todo o teu dinheiro na minha conta e quero a tua cabeça em cima daquela mesa." - Aponta para a mesa que se encontra no centro.

Engoli em seco, observando a expressão confusa de senhor William.

"Então? Perdeste a língua?" - O psicopata continuava.

Onde raio Joshua se meteu?

"Liga para o meu advogado pois quero falar com ele."

Richard ligou para o advogado e colocou o telemóvel no ouvido do pai dele.

"Aquilo que eu te pedi ontem já está feito?" - Ficámos em silêncio. "Ótimo. Quero-o sem nada!" - Quando o pobre homem disse isto, foi claramente compreensível o que ele queria e o seu filho atirou o telemóvel do pai para o chão, zangado.

"O que tu fizeste?" - Grita.

"Apenas garanti-me que toda a minha fortuna fosse para a conta da Camilla." - Fiquei de boca aberta olhando para os dois homens á minha frente.

"Tu vais pagar por isto!" - Aponta-me a lâmina. "Mas primeiro, vais ser tu!"

Neste momento, temo pela vida do médico generoso e pela minha também.

O camiseiro do homem amarrado foi arrancado e atirado para um canto desprezível.

O homem começou a gritar quando a lâmina entrou no seu peito, sendo arrastada até ao seu umbigo.

"Pára com isso, Richard!" - Falei, enquanto as lágrimas desciam o meu rosto. "Ele é teu pai! Vais ficar com remorsos para toda a vida!"

"Ele escolheu assim!" - O homem olhou-me com os olhos cheios de vingança.

Aquilo predominou tanto tempo. Ele fez enormes cortes nos braços do pai, pernas e por fim, contou-lhe aquilo que se identifica como sendo homem.

O médico gritava de dores e eu tentava compreendê-lo.

"Estás preparado?" - O psicopata falou e logo vi William sendo abanado na sua cadeira.

Era a terapia de choque. Ele não parou aquela maldita máquina, deixando o homem morrer ali.

"Agora nós, minha menina." - Veio até mim, com um serrote na mão. "Tu tens uns belos seios, mas com a fortuna que o meu pai passou para ti, com certeza terás oportunidade de colocar implantes, portanto vou cortá-los."

"O quê?!"

Ouvi uma porta fechar de repente do outro lado. Devia ser Joshua... finalmente!

"Tu és dos piores psicopatas há fase da terra! Tu não és digno de seres chamado de humano pois nenhuma pessoa com senso comum e consciência poderia fazer o que tu fazes."

"Achas que eu me importo com o que estás a dizer? Tu nunca mais vais sair daqui, estás a perceber? Nunca!" - Ri-se.

"Richard, outra vez?" - Ouvi-o e suspirei de alívio. "O que tu fizeste ao teu pai?!" - Anda até ao homem que já morto continuava a ser abanado na cadeira.

Joshua desligou a máquina e veio até nós.

"O que lhe ias fazer?!" - Diz, zangado.

"O que se poderia fazer? Estou farto de a ter por cá! Ela tem que morrer, Joshua!"

"Quem decide isso sou eu, portanto aqui não és tu que tomas as decisões! Fazes o que eu te mando e de bico calado, percebeste?" - Aponta-lhe o dedo.

"Filho da puta!" - Resmunga antes de sair da sala.

Fui tirada da cadeira e levada para o quarto, como sempre.

"Ele fez-te algo?" - Sento-me na cama.

"O senhor William não deixou e por causa disso ele está morto." - Olhei para as minhas mãos. "Eu deveria estar morta, não ele. Ele mostrou ser uma ótima pessoa e tratou muito bem de mim quando cá veio."

"Não penses mais nisso." - Alisa-me o cabelo. "Trouxe-te alguma comida, pois amanhã virei mais tarde." - Entrega-me um saco pesado. "Espero que te portes bem, Camilla." - Olho-o. "Não quero voltar a ter que te magoar." - Sai do quarto.

Até parece que ele me magoa por minha culpa!

Nunca irei compreender esses psicopatas!

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71 Days Of PainWhere stories live. Discover now