Especial Joshua (64º Dia.)

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3 de outubro de 2035, Nova Iorque

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3 de outubro de 2035, Nova Iorque.

Vi o quão transtornada ela ficou a partir do momento em que falei. Ela sabe bem que ainda me ama. Sinto que lá no fundo ela se odeia por ter esse sentimento por mim.

"Vais deixar-me aqui?" - Falo, enquanto Camilla anda de um lado para o outro.

"Cala-te, antes que te mate." - Responde-me mal humorada. Rio-me e a mulher pára lançando-me um olhar ameaçador.

"Depois do que me disseste, desconfio. És boa demais, Camilla." - Pisco-lhe o olho. Ela revira os olhos. "Vá, não sejas chata e tira-me daqui. Afinal, quero conhecer o pai desse bebé. Ele mora contigo?" - Vejo que ela está a passar-se e continuo. "Não me digas que ele não quer assumir o bebé?!" - Gargalho, recebendo em resposta uma bofetada forte. Sinto a cara arder e ainda assim sorrio. Ela deveria saber que isto não é nada.

"O que queres de mim, seu canalha?! Já não te basta o que me fizeste?!" - Grita. Talvez seja melhor parar. Não quero ser o causador de um aborto espontâneo.

"Eu quero encontrar a nossa filha, ao contrário de ti que só ficas a andar de um lado para o outro a pensar na morte das galinhas." - Novamente recebo mais uma bofetada. "Boa! Vamos passar a noite assim." - Reviro os olhos.

"Como podes tu achar a Mel? Para todos estás morto! Ou vais dizer que falaste com todos os teus amigos assassinos durante estes 18 anos que passaram?" - Cruza os braços.

"Eu não falei com eles. Distanciei-me das mortes." - Ela franze o sobrolho. "Pronto, às vezes eu matei algumas pessoas, nestes 18 anos, mas nem foi como eu matava antes. Eu mudei!"

"Tu não mudaste e sabes porquê? Porque continuaste a matar pessoas inocentes! És o mesmo Joshua psicopata que eu conheci! Acredita, a Melaine nunca irá aceitar-te!" - Ela tinha tocado na ferida. Fiquei fora de mim e atirei-me para o chão com a cadeira. Aos poucos e poucos desamarrei as cordas que prendiam as minhas mãos, tal como ensinara a Camilla em tempos anteriores.

A mulher apenas fica de pé, com a arma na mão. O som do gatilho soa, indicando-me que bastava ela disparar e eu morreria. Só lhe faltava uma coisa: coragem. Sei certamente que ela não teria coragem de dar-me um tiro. Teve tantas oportunidades de o fazer enquanto estive amarrado e não o fez.

"Não vale a pena continuares com esse teatro." - Levanto-me, batendo na mão da mulher grávida, fazendo a arma cair no chão, do outro lado da sala. "Vamos ao que interessa!" - No exato momento o meu telemóvel tocou.

Privado.

Atendo, ouvindo apenas um homem falar o meu nome.

71 Days Of PainWhere stories live. Discover now