34º Dia.

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25 de abril de 2016, Santa Mônica.

Algo super gelado toca na minha face e no meu corpo, fazendo-me acordar sobressaltada. A pessoa que encontro à minha frente está com péssima cara e vejo que estou no seu quarto.

"Eu nunca imaginei que alguma das minhas vítimas pudesse matar um dos meus colegas." - Joshua anda de um lado para o outro, vagamente e parece calmo.

"Um dos teus colegas? Richard não era o único colega?" - A sua gargalhada alta ecoa no quarto que apenas é iluminado pela luz que entra da janela média do mesmo.

"Achas mesmo que só tinha um?" - Ri-se novamente. "Se pensavas que ao livrares-te do Richard que ias ficar mais a salvo estás muito mal enganada, meu amor." - Passa a sua mão no meu rosto, dando uma bofetada no mesmo.

A minha cara balança totalmente para um lado e tento segurar as lágrimas que enchem os meus olhos. Volto a olhar para o homem agora parado com a arma na mão, olhando para a mesma.

"Diz-me, de 0 a 10, quão mau era o Richard?"

"9." - Respondi apenas, não deixando marcas para dúvidas.

"O Cole será muito pior, meu amor."

Quem poderá ser o Cole? Mais um homem de boa aparência com um passado transtornado? Que os seus hobbies são matar mulheres inocentes? Torturá-las até à morte?

"Vamos fazer-lhe uma visita e acredita que tu irás implorar para que eu volte pois eu não sou tão mau como ele."

"Estarás lá?" - Pergunto, quando o homem puxa-me pelo braço, fazendo os meus pés caminharem descalços por todo o compartimento sujo de sangue.

"Talvez sim, talvez não." - Abre a porta do carro dele e entro.

Olho para o lado quando ouço um barulho estranho. Joshua acaba de fechar a algema que liga a minha mão à maçaneta da porta do carro do meu lado. Suspiro pesadamente e encosto a minha cabeça ao banco.

Joshua entra de rompão no carro, acendendo o mesmo e começamos a andar para lugar ainda desconhecido por mim.

"O Cole faz o mesmo que tu?"

"Ele é traficante de órgãos." - Engulo em seco, sem vontade de falar mais. "Tenho a certeza que ele daria muito dinheiro pelo teu coração." - Toca no meu peito e desvio obviamente a sua mão invasora. "Olha que se lhe negares qualquer coisa, irás pagar por isso. Eu até relevo algumas vezes o teu comportamento, porém desconfio que ele aturará tanto como eu. Acho melhor preparares-te."

Eu nem quero imaginar como será Cole ou do que ele é capaz.

Será que isto não tem maneira de acabar? Preferia levar com o cinto de Joshua do que ir para o tal sítio onde está Cole e talvez as suas vítimas.

Para onde irá Joshua depois de deixar-me lá? Ele falou que ia desistir de raptar mais mulheres, todavia, eu não posso confiar na sua palavra. Promessas para ele não são promessas. Promessas para ele são mentiras ditas por ele.

O carro pára e a minha curiosidade faz-me olhar para o enorme edifício há minha frente deixando-me boquiaberta. O que raio fazemos aqui?!

Ao olhar para o lado e ver que não há mais a presença de Joshua no carro, os meus olhos percorrem todo o espaço. Lá fora eu não o encontro e no carro também não.

"É esta?" - Ouço uma voz rouca e olho para o lado vendo o homem que me trouxe e outro de bata branca ao lado. "O que queres tirar dela?" - Arrepio-me só de ouvir e espero atentamente a resposta de Joshua.

"Faz o que quiseres com ela." - Como ele pode ter dito isso?!

"Vamos então." - O outro afirma enquanto tira-me as algemas e puxa-me pelo vidro aberto do carro.

"Existe uma porta no carro." - Bufo ao cair no chão.

Anormal!

"Eu sei, flor de estufa." - Desta vez sou puxada pelo cabelo.

Olho para trás vendo Joshua acenar com a mão. Ele vai deixar-me aqui? Neste local? Sem ele? O que poderão fazer-me aqui?!

Entro pelas portas de vidro e observo as mulheres nuas que trabalham arduamente nas máquinas de costura. O que fazem elas aqui?

"Continua a andar." - Assinto, andando ao lado do homem.

Passamos por uma sala onde um vídeo dá-nos a conhecer o que se passa lá dentro. Uma mulher está a ser serrada. Levei a mão à boca não acreditando no que estava a ver.

"Se parares mais uma vez, arranco-te a língua como lhe fizeram!" - O homem fala, apontando para a mulher morta em cima da cama, que situa-se do outro lado do vidro.

Ando ao lado dele em silêncio. Ele anda depressa mas sempre muito firme. Olho por vezes para os seus olhos, mas neles nada vejo a não ser um grande vazio que só cresce à medida que observo.

Paramos perto de uma porta e ele retira uma chave da sua bata um pouco avermelhada nos bolsos e logo abre a porta que dá para um quarto amplo e bem organizado.

"Ficarás aqui por enquanto." - Ouço e ele empurra-me para dentro do compartimento, todo pintado de branco. "Irás portar-te bem ou então serás sujeita a terapia de choque." - Engulo em seco, sentando-me na cama macia. "Acho que já deves saber o meu nome não é mesmo?"

"Cole?" - Digo a medo.

"Cole Mills. Irei ser o teu dono durante uns dias. Adorarei conhecer-te Camilla." - Dá um sorriso assustador a meu ver e sai, fechando a porta à chave, como era de esperar.

Porque raio Joshua colocou-me aqui?!

Um toque apressado é ouvido e os meus olhos observam uma enfermeira que treme por todos os cantos ao andar para junto de mim.

"Deite-se por favor." - Assim o fiz, deixando-me confortável. "Peço desculpa."

"Pelo quê?" - Digo, não compreendendo.

"Por isto." - Sinto uma picada no braço e assim percebo que ela injectou-me algo.

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71 Days Of PainDonde viven las historias. Descúbrelo ahora