Especial Melaine (58º Dia.)

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28 de setembro de 2035, Nova Iorque.

Não consegui dormir a noite inteira devido às dores. A anestesia local que Josh me deu para poder dar pontos nos cortes que Jason fez, desapareceu e as dores voltaram. A madrugada ainda está instalada, porém as dores continuam.

Juro que não percebo o porquê de acharem que eu matei esse tal Joshua. Eu nem sei quem ele é! Porque haveria eu de matar alguém?! Não mato nem uma barata!

Só espero que a minha mãe me encontre. Sei que certamente deve ter ficado super preocupada. Ela como trabalha na polícia, talvez me encontre mais rápido, porém eu sei como dura este tipo de caso e ainda por cima estamos num sítio onde ninguém cá vem. Estou no inferno, literalmente.

Tento mexer-me e novamente solto alguns gemidos de dor. Os homens que vieram comigo no carro bufam novamente e um deles vem até mim.

"Estás com dores?" - Assinto. O que te parece, cara de banana?! "Não devíamos dar a ela uns comprimidos pelo menos?" - O homem de pé fala com o outro que está a fumar.

"O chefe não nos mandou dar comprimidos. Não te esqueças da tua família, Max. Jason mata-os se lhe deres algum tipo de ajuda. Lembra-te que Josh não nos paga o ordenado. Ele apenas é um rapazola." - O outro fala e Max fica a olhar-me com pena.

"Não quero que matem a tua família, portanto não te preocupes comigo." - Tento parecer calma, mas só quero gritar de dores.

"Falarei com Josh. Ele vai trazer alguns para ti, com certeza." - Sussurra-me. Assinto, vendo o homem voltar ao seu lugar inicial.

Jason parece ser um homem de destruir muitas famílias para ter aquilo que quer. Como podem ser capazes de matar sem ficar com um peso na consciência? Certamente, não há pessoas piores que ele. Pelo menos que eu saiba.

O sol nasceu e os meus olhos estão cada vez mais pesados. Jason acaba de chegar. O seu olhar penetra o meu e arrepio-me. Ele deve ser um assassino profissional, porque com aquele ar todo sério, não tem cara de psicopata.

"Já acordou a donzela?" - Anda para junto de mim.

"Ela não dormiu, chefe." - Max falou, sendo de seguida repreendido pelo colega ao seu lado que parecia estar muito zangado com a sua atitude.

"Penso que hoje poderás me dizer a verdade." - Jason fala, ignorando por completo o que Max havia falado.

"Já lhe disse o que sei..." - Murmuro.

"Max, vai buscar o alicate." - Encolho-me. Porque ele me odeia? Eu estou a dizer a verdade! Não vejo o porquê de tudo isto estar a acontecer!

"Vou te perguntar de novo, foste tu que mataste o Joshua?" - Nego com a cabeça e o homem pega na minha mão.

Tento tirá-la da sua mão e o mesmo não deixa. Uma unha é-me arrancada e grito de dor. Vejo Max encarar o chão e só peço que Josh, quem me prometeu ajudar, consiga que o pai dele apareça. Não sei quanto mais tempo vou conseguir estar aqui.

Outra foi-me tirada também, até não restar nenhuma nas minhas mãos.

"Levem-na para junto das outras." - Sou retirada do sítio onde estou e sou arrastada pelo chão até uma grande porta de ferro que é aberta de seguida, com um código. Sou atirada para dentro do local, vendo outras raparigas deitadas no chão ensanguentadas e umas sentadas. No fundo do local, contém uma janela como as da prisão.

Reparo que uma rapariga está de pé e a mesma está vestida de noiva. Na totalidade, estão aqui 12 raparigas contando comigo. Como é possível? Se nunca as encontraram, nunca serei encontrada também.

"Como te chamas?" - A noiva falou.

"Melaine." - Apenas proferi. Arrastei-me pelo chão, e levei ainda alguns minutos até conseguir sentar-me. "Porque estás aqui?"

"Traí o Jason e no dia do nosso casamento ele trouxe-me para aqui. Já vi tantas outras morrerem, que já sei qual será o meu destino." - Olhei-lhe e parecia que a mesma estava nos seus últimos dias. "Pensamos que conhecemos a pessoa que amamos e dormimos todos os dias e afinal ficamos a descobrir que ele é um psicopata que mata mulheres por puro prazer."

"Nunca conhecemos de facto ninguém. Não nos conhecemos o suficiente para sabermos o que faremos e o que faríamos." - Comento.

"Molly." - Ouvimos Jason chamar quando abre o portão. Vi a rapariga que dormia, começar a chorar, totalmente desesperada. Vejo que já nem tem dedos nos pés, nem nas mãos. "Vamos começar com a nossa brincadeira?" - O homem bruto puxa-a pelo cabelo, até à cadeira que está no centro.

A rapariga treme apenas. Vi nos seus olhos o terror, o horror de tudo isto. Aposto que ela deseja morrer o mais rápido possível, do que ser torturada mais uma vez.

O outro homem entrou, trazendo na sua mão uma serra elétrica e uma faca.

"Vamos ver se desta vez me dizes, quem foi o homem que te pagou para me tentares envenenar." - A rapariga mantém-se calada e treme por todos os lados. "Foi o Dylan?" - Grita. Molly apenas quase cai da cadeira e chora imenso.

"Porque faz isso às pessoas?!" - Falo, enfurecida.

Jason olha-me zangado, talvez por te-lo interrompido. A noiva balança com a cabeça negativamente, enquanto o homem vem até mim, acabando por ficar a milímetros do meu rosto.

"Aposto que estás desejosa de sofrer novamente, não é mesmo?" - Fala-me, tocando com a faca sobre o meu seio. "Pena que não é a tua vez, querida. É a vez da Molly." - A rapariga que está sentada no centro chora desesperada. "Molly, diz-me se foi ele!" - Grita novamente, indo ter com ela. A mesma não respondeu.

A sua camisola foi rasgada e o seu sutiã ficou do mesmo modo. Vi Jason cortar o mamilo direito da rapariga e os seus gritos ecoaram sobre toda a sala. Fechei os olhos para não ver o resto. Não conseguia. Aquilo doía em mim. Sentia o seu desespero.

Abri os olhos quando ouvi pontapés. A rapariga estava tentando que ele parasse mas o homem entrou e segurou-a. Jason começou a cortar o outro mamilo. Fechei os olhos de novo. Desta vez tenho a certeza que não os vou abrir de novo. Ouço minutos depois, a serra elétrica abafar os gritos sufocantes de Molly, até parar de ouvi-la.

Ouvi passos e algo ser arrastado pelo chão. Abro os olhos vendo os seios da Molly no chão. Arrepio-me. A rapariga foi levada, arrastada pelo chão, para fora do compartimento. Max entrou para tirar os seios do chão e os mamilos de Molly.

Todas as raparigas choram, inclusive eu. Como alguém tem coragem de fazer isto a uma mulher?!

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71 Days Of PainWhere stories live. Discover now