61º Dia.

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1 de outubro de 2035, Nova Iorque.

"Eu não quero saber! Encontrem-na ou eu vos mato!" - Grito e a minha chefe chama-me. Entro no seu escritório.

"Camilla, não estou gostando das suas atitudes. Sei que a sua filha está desaparecida mas não tem o direito de exigir o que quer que seja aos seus colegas que principalmente, não têm culpa do acontecido. Tens de ter calma, até porque tens um bebé na tua barriga."

"Como quer que me acalme?! Estes incompetentes não fazem nada! Acha que eu não vejo?! Eu não posso ir para a rua pois estou de gravidez de risco, mas ainda assim, acho que terei de ser eu a procurar a Melaine, pois não há mais ninguém aqui competente para o fazer!" - Grito.

"Está a ser injusta, agente Collins. Estamos a fazer os possíveis e os impossíveis para ter mais pistas porém quem a raptou fez tudo ao máximo pormenor."

"Eu já lhe disse para reabriram o meu caso. Tenho a certeza que Joshua foi o causador de tudo isto! Procure-o!" - Bato na secretaria.

"Camilla, pare imediatamente!" - Levanta-se zangada. "Será necessário dispensa-la?!" - Nego, suspirando. "Ótimo! Vá para a sua secretária e me procure jornais e revistas em que saíram com o Joshua na capa." - Assinto. "Espero que não tenhamos de voltar a ter esta conversa de novo" - Saio do escritório vendo todos a olhar-me.

"Nunca me viram?! Trabalhem, porra!" - Grito. Os meus colegas logo assumem os seus trabalhos tal como ordenei. Sinto mais um pontapé da Sophie na minha barriga e tento relaxar devido a ela. Pego no meu casaco e saio da judiciária.

O melhor é eu descansar primeiro e depois, já bem mais calma, procurar Melaine.

Caminho normalmente, devido à minha casa se situar aqui perto. Abro a porta, entrando e ouvindo um barulho. Retiro a minha arma e olho em todas as direções.

"Camilla." - Ouço uma voz masculina, que é-me conhecida. Ando um pouco apertando o gatilho. "Estás grávida?!" - Olho para a minha sala de estar visualizando o improvável.

"O... O que tu fazes aqui?!" - Grito, não percebendo como ele pode estar aqui. Eu sei que há 18 anos que ando há procura do paradeiro do seu cadáver, mas ele está vivo? Como é possível?!

"Não estás contente ao ver-me? Eu realmente estou, porque vejo que me perdoaste, finalmente." - Levanta-se do sofá e eu aponto-lhe a arma, parando-o. "Mas que raio, Camilla?! Estás doida! Só podes estar, para seres da polícia." - Ri-se e dou um tiro que acaba acertando a minha taça de porcelana. "Tudo bem... Já não estás para brincadeiras. Eu posso explicar."

"Estou a ouvir." - Falo apenas.

"Eu só me lembro de olhar para a Melaine uma última vez e depois eu só sei que acordei num hospital. Ao meu lado estava um desconhecido. Eu não sabia nada sobre ele, porém ele me falou que era um sem abrigo e entrou naquela casa para roubar algo e quando me viu deitado pensou que eu podia estar vivo e levou-me para um hospital."

"Sabes que isso é estúpido pois todos estavam há tua procura!"

"Também não fiquei lá durante muito tempo. Foi-me reconstruído o pénis. Não é tão bom como o original, mas pelo menos ainda tenho algo."

"Achas que eu quero saber?!" - Grito. "Onde está a minha filha?!"

"Como assim onde está a nossa filha?! Ela não está na escola, ou assim?!" - Pela sua expressão percebo que ele não sabe verdadeiramente de nada. Mas quem afinal fez mal à minha filha?!

"Ela desapareceu há 3 dias atrás. Não temos pistas. Basicamente, não temos nada!"

"Eu vou procurá-la e vou encontrá-la." - Ele anda até mim e eu faço-o parar.

"Ela não sabe que és pai dela." - O mesmo olha-me sem um pingo de sangue no seu ser.

"O quê?! Tu não lhe contaste?! Que raio de mãe és tu?!" - Dou-lhe uma bofetada.

"Como achas que ela se sentiria ao saber que foi fruto de uma violação?! Achas que ela iria gostar de saber que pai dela matava várias mulheres por diversão? Que era um psicopata e que teve um incesto com a própria irmã?!"

"Camilla, eu estou a controlar-me." - Leva a mão à cabeça.

"O que vais fazer?! Achas que consegues fazer-me mal? Meu querido, aqui tu já não és nada! Tu não vales nada para nós!"

"Se eu não valho nada para vocês porque estás grávida de um filho meu?"

"Quem te disse que é teu?"

"Tu mudaste, Camilla. Tu mudaste!" - Ele está a tirar-me do sério! Ele pensa que pode aparecer quando quer depois de 18 anos e ter tudo de volta como se nada se tivesse passado. Se ele se esqueceu de todas as torturas que me fez, eu não me esqueci e todos os dias eu prendo algum sacana como ele! É esse o meu trabalho e eu escolhi-o por causa dele e do que ele me fez!

"Sai da minha casa!" - Ele nega. "Sai!" - O homem vem contra mim, fazendo-me bater na parede e retira a arma da minha mão, com algum esforço da sua parte. A arma cai no chão e é afastada pelo pé do homem.

"Eu sei que ainda não me esqueces-te, Camilla." - Leva a sua mão ao meu cabelo. Eu não quero acreditar que tenho este merdas na minha frente! Logo agora. "De todas as mulheres que tive, tu és o amor da minha vida. E eu sei que apesar de tudo o que te fiz, tu me amas ainda." - Ele aproxima o seu rosto do meu e eu dou-lhe um soco no seu abdómen.

Com o homem já no chão, arrasto-o até uma cadeira da sala de jantar e amarro-o lá.

"Camilla, eu posso ajudar-te!"

"Joshua, tu foste o causador de tudo isto! Por tua culpa eu não consigo superar todos os pesadelos que tenho contigo a cortar-me, a torturar-me! Eu não consegui esquecer nada! Por tua culpa eu estou num cativeiro todos os dias que é formado no meu cérebro. E eu sou estupidamente apaixonada pelo homem que causou todo este dano em mim." - Começo a chorar. "Porque não consegues ser diferente, Joshua?! Porque não sais da minha mente?!"

"Porque tu me amas." - A sua resposta era óbvia, mas eu não quero acreditar nisso. Eu não posso!

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71 Days Of PainWhere stories live. Discover now