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Gabriel

Voltei para o meu apartamento com um sentimento de vazio. Ver Lia novamente depois de tanto tempo não mudou em nada em meus sentimentos. Cada olhar que eu pegava dela, era como se um sol nascesse dentro de mim. E mesmo ainda estando tão abatida, era a garota mais linda que conheci.

Como meu irmão pôde deixá-la? Lia era como uma flor rara que nasce no pico de montanha. Estar com ela era como tocar as estrelas. Seu sorriso era capaz de desmontar qualquer tristeza e Eduardo tinha levado isso, embora eu tenha conseguido algumas amostras durante a noite.

Dormi com o dilema se deveria colocar detetives particulares para procurar por Eduardo ou esquecer tudo e aproveitar para me reaproximar de Lia. Será que eu estava sendo egoísta por não estar tão animado em saber o paradeiro do meu irmão?

Fiquei com a imagem de Lia gravado em meu coração, nunca deixei que ela sumisse e agora que eu estava de volta e não havia mais mágoa entre nós dois, eu poderia finalmente falar o motivo de ter contado a verdade para seus pais. O que fiz não foi por medo de perder sua amizade, foi pelo fato que deveria ser eu a estar namorando com ela, não meu irmão.

Tomei banho e coloquei apenas uma calça moletom e caí na cama. Do meu celular, respondi os emails do meu trabalho, confirmando minha presença no empresa na manhã seguinte.

Quando acordei pela manhã sem a ajuda do despertador, vi que havia deixado as cortinas do meu quarto abertas. Era bom poder dormir vendo o céu estrelado do Rio. Era bom saber que agora poderia ver Lia sempre que quisesse.

Levantei-me, abri a porta para a varanda e fiquei admirando o sol se erguer majestoso. Acho que depois de Lia, era a visão mais bela do mundo. Fechei os olhos, abri os braços e deixei os primeiros raios solares me abraçarem.

Com as energias renovadas e com disposição para começar meu dia, me encaminhei para a cozinha. Liguei a cafeteira e fui tomar banho. Saí enrolado em uma toalha e com outra secando os cabelos. Sentei na bancada e tomei apenas um café sem açúcar, tinha pegado essa mania com um amigo do Japão e não consegui largar.

Minha roupa já estava separada no guarda-roupa, calça social, camisa, gravata e paletó. Não sabia como era a empresa aqui no Brasil, mas no Japão, eles eram muito rigorosos com as roupas.

Quando estava pronto, pedi um Uber e fiquei aguardando. Seria meu primeiro dia na empresa filial e esperava fazer bons amigos, ou pelo menos ser bem recepcionado.

O prédio ficava no centro da cidade e chegar até lá me levou um bom tempo. Havia esquecido como os engarrafamentos do Rio de Janeiro eram cansativos.

Na portaria anunciei meu nome a um dos seguranças e logo que foi confirmada, ganhei o meu crachá. Agradeci e segui para o elevador. Minha sala ficava no décimo quinto andar e quando a porta se abriu, me deparei com vários guichês montadas metodicamente. Algumas cabeças se viraram em minha direção, mas ignorei. Eu era o novato, normal que atraísse algumas atenções.

— Você deve ser Gabriel Fontes.

Uma mulher alta e esguia se pôs na minha frente. Tinha longos cabelos loiros presos em um rabo de cavalo no alto da cabeça. Uma franja quase cobrindo seus olhos e um sorriso amistoso em seus lábios.

— Sim, sou eu.

— Sou Manuela, mas todos por aqui me chamam de Manu – disse me dirigindo sua mão para um cumprimento.

Apertei sua mão retribuindo seu sorriso.

— Sou sua nova assistente, mas não sou nova aqui... Trabalho aqui a seis meses...

A sua esperaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora