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Lia

Senti-me péssima por ter a primeira briga séria com Gabriel. Acabei me descontrolando e falando coisas desnecessárias.

Eu apenas me descontrolei por suas acusações sem sentido. Fiquei zangada por ele ainda defender Mel depois de descobrir que tinha sido ela a culpada por Eduardo voltar tão inesperadamente para o Brasil.

Quando ele saiu batendo a porta, achei que tinha ido longe demais e que tinha perdido Gabriel mais uma vez. Encolhi-me no sofá e chorei. Depois voltei a sentir raiva dele por ter me escondido sobre os almoços com a vaca da Mel.

Ouvir o barulho da porta se abrir aqueceu meu coração. Mesmo que ainda estivesse chateada, eu senti sua falta. Era algo que eu já havia me acostumado, a casa parecia tão fria e solitária sem ele.

Fingi estar dormindo porque estava com medo que se ele soubesse que eu tinha ficado acordada esperando por seu retorno, fosse querer ter uma conversa definitiva comigo. Gabriel havia ido atrás de Mel e eu não sabia o que tinha acontecido nesse meio tempo em que esteve fora.

Estava cansada demais para encarar uma nova discussão. Sei que estava agindo como uma covarde, mas eu queria apenas um pouco mais de tempo para colocar meus pensamentos em ordem e criar um bom argumento para lutar por ele.

Ouvi o barulho do chuveiro sendo ligado e quis muito, como outras vezes tomar banho junto com ele, mas me segurei.

Gabriel voltou para o quarto minutos depois. Ouvi quando mexeu em uma de suas gavetas de roupa íntima e depois saiu do quarto.

Achei que voltaria logo para a cama. Eu ansiava por isso, mas não aconteceu.

Fiquei lutando comigo, indecisa se tentava dormir ou se iria atrás dele.

Por fim, criei coragem e saí da cama. Andei em passos lentos e calculados em direção à sala.

A TV estava ligada e passava os créditos finais de um dos meus filmes preferidos. Gabriel estava adormecido no sofá. Suas feições estavam tranquilas e me deixou um pouco mais segura para fazer o que queria.

Deitei ao seu lado e rezei para que ele não acordasse em expulsasse.

— Por favor, não desista de mim – sussurrei esperando não acordá-lo.

Fui surpreendida quando Gabriel passou seu braço em volta da minha cintura e me puxou para mais perto do seu corpo.

— Eu não vou – sussurrou ao meu ouvido.

Naquele momento ficou evidente que não seria alguns maus entendidos que nos abalaria. Eduardo tentou me confundir com suas afirmações e acusações. Fez-me ficar insegura em relação aos sentimentos de Gabriel, mesmo já tendo inúmeras demonstrações do seu amor.

Eduardo iria descobrir o quanto eu tinha amadurecido com sua ausência. Ele estava certo em uma coisa, eu tinha o amado mais do que a mim mesma, mas isso ficou no passado. Gabriel era meu presente e futuro. E por tudo o que representava em minha vida, iria mostrar a Eduardo e Mel o quanto eu estava disposta a fazer para provar que amava Gabriel de verdade.

Com esse pensamento adormeci. Estava segura nos braços de Gabriel e não deixaria que outra briga nos separasse.

Não sabia exatamente que hora era, mas estava confortavelmente enroscada em um corpo quente, macio e másculo. Não estávamos mais no sofá e sim na nossa cama. Em algum momento da madrugada, Gabriel me carregou em seus braços e me levou para o quarto.

A sua esperaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora