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Gabriel

— O que você está fazendo Gabriel? – Lia perguntou assustada quando me empurrou para longe dela.

Seus lindos olhos castanhos estavam arregalados, procurando uma explicação plausível para minha atitude.

— Me desculpe, eu não pensei... Eu só... – falei me odiando por não saber o que responder.

— Você me beijou... Você não pode fazer isso... Nós...

Lia se levantou da cama e começou a seguir em direção à porta.

— Lia, espera, a onde está indo? – perguntei me levantando logo em seguida.

— Eu preciso sair daqui...

Lia parecia perdida, sem saber como reagir ao que tinha acabado de acontecer.

— Olha, eu não sei o que me deu para fazer isso... Eu realmente sinto muito – falei tentando reverter a merda que tinha feito.

— Você me beijou... Gabriel, você é meu amigo, tio do meu bebê...

Consegui segurar Lia pelos ombros e a forcei a me encarar.

— Lia, olhe para mim, por favor – quase implorei.

Vi seus olhos marejarem e senti que ela estava prestes a chorar.

— Eu sei que sou seu amigo e estou feliz por ter me deixado voltar a ter esse posto. Esse beijo não significou nada, quer dizer, significou, mas não como eu esperava que fosse. Foi algo impensado e que não vai voltar a acontecer...

Eu estava mentindo na maior cara de pau. É claro que o beijo significou alguma coisa. Tinha sonhado com esse momento desde que me descobri completamente apaixonado por ela, mas eu sempre imaginei que quando isso acontecesse ela fosse me corresponder, ao invés disso, eu a assustei e agora teria que evitar que ela começasse a chorar.

— Não sei o que te levou a fazer isso, mas me prometa que não vai voltar a acontecer... Já estou com minha vida complicado o bastante para lidar com você querendo me beijar sem...

Lia não conseguiu terminar a frase, seus soluços roubaram sua voz e parecia que ela iria se afogar em suas lágrimas.

Puxei Lia de encontro ao meu peito e no primeiro momento, ela não me abraçou, mas eu não desisti, continuei segurando-a e acariciando suas costas até ela se render e aos pouco me abraçar. Sua cabeça relaxou em meu peito, enquanto ela ainda soluçava.

— Foi uma luta te convencer a vir morar comigo, e na primeira noite aqui eu te faço chorar. Desculpe-me – falei sem a soltar.

— Fui pega de surpresa...

— Posso dizer que eu também. Por favor, se eu te soltar agora, prometa que não vai sair correndo daqui e voltar para o apartamento da sua amiga.

— Prometo não fazer isso se me prometer que isso nunca mais vai se repetir. Estou grávida do seu irmão...

— Eu sei. Eu realmente sinto muito.

Afastei-a um pouco para ver seus olhos. Enxuguei seu rosto com minhas mãos e depois a beijei na testa, depois voltando a encostar sua cabeça no meu peito.

— Isso jamais voltará a acontecer – me doeu falar cada palavra, mas no momento era o que ela precisava ouvir.

Dei minha palavra. Lia ainda não estava preparada para saber dos meus sentimentos e enquanto a ferida causada pelo meu irmão não cicatrizasse, eu seria apenas seu amigo ou que ela quisesse que eu fosse.

A sua esperaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora