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Lia

Percebi que Gabriel ficou chateado por não poder me acompanhar à minha consulta médica, mas Ana estava enchendo meu saco desde que descobriu minha gravidez para ser a primeira, a saber, se teria um sobrinho ou uma sobrinha.

Para tentar remediar a situação, iria passar comprar uma roupinha e colocaria em uma caixa de presente e lhe entregaria.

Estava na recepção olhando mais uma revista de mamãe e bebê quando a atendente me avisou que eu poderia entrar. Ana jogou a revista de qualquer jeito e já começou ir em direção à sala.

— Ana, só lembrando que a grávida aqui sou eu – falei tentando lhe acompanhar.

— Tenho culpa se você é lenta até para andar?

Quando entrei na sala, não era meu médico que me atendeu da última vez. No lugar havia um homem jovem, eu poderia chutar uns trinta anos, moreno, cabelos cortados curtinhos e bem cuidados com gel, olhos castanhos e um sorriso cativante.

— O que aconteceu com meu médico?

— Ele precisou ser afastado por motivo de saúde, mas você não precisa se preocupar, vou cuidar muito bem de você.

— Tenho certeza que sim, eu só estava acostumada com ele.

— Consigo entender. E a propósito, sou Marcos. Essa é sua irmã? – ele perguntou parando o olhar sobre o meu ombro olhando para Ana.

— Irmã de coração. Essa é minha amiga Ana.

— Geralmente as mamães vêm acompanhadas dos papais...

— Somos apenas nós três – falei me referindo à Ana e meu bebê.

— Perdão – disse parecendo constrangido.

— Tudo bem.

— Então vamos logo saber quem está aí dentro. Troque de roupa e depois deite-se naquela cama – disse apontando para a maca.

Coloquei aquela camisola desagradável e segui para a cama. Ana já estava sentada ao lado, assim como marcos. A mesma máquina que usei da primeira vez estava conectada a uma tela de computador aguardando para dar a noticia.

Quando me deitei, Marcos pediu para que eu erguesse a camisola, deixando minha barriga completamente exposta. Fiquei um pouco tímida por estar diante de alguém tão jovem, mas logo relaxei quando vi seu profissionalismo.

— Vamos rezar para que ele ou ela não seja tímido e que goste de se exibir – disse Marcos colocando um gel gelado em minha barriga – você pode sentir algum incômodo com o aparelho, mas fique tranquila, não vai machucar o bebê.

— Certo.

Só fui entender o que ele estava dizendo quando senti uma pressão do aparelho contra meu ventre. Demorou alguns segundos até que uma figura já conhecida apareceu na tela. Marcos ficou movimentando o aparelho até encontrar uma posição que desse para ver com clareza.

— Está vendo isso? Parece que está querendo dizer "oi mamãe, estou aqui".

Olhei com mais atenção e vi, era tão pequenino, mas já era amado. Só percebi que estava chorando quando Ana tocou meu rosto, secando as minhas lágrimas. Peguei sua mão e a segurei. Não foi preciso palavras, nós duas sabíamos que não importava o que acontecesse, nosso amor seria incondicional.

— Você poderia acabar com o suspense e nos dizer o sexo? – Ana perguntou sorrindo para marcos.

— não depende de mim... Ela ou ele está tímido – disse devolvendo o sorriso.

A sua esperaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora