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Gabriel

Se eu achava Lia linda antes de ser mãe, agora que estava com Valentina em seus braços, parecia a figura perfeita de uma deusa grega. Ver as duas era como admirar uma pintura.

Estacionei o carro na garagem, e saltei para ajudar Lia com Valentina. Ela estava aliviada por sair da maternidade e voltar para casa. Peguei Valentina em meus braços, pendurei a bolsa da maternidade no ombro e esperei Lia para entrarmos juntos em casa.

— Nossa, como senti saudades de casa – disse Lia aspirando o ar da sala.

— Também senti sua falta aqui em casa.

Ana havia dividido o tempo para ficar com Lia na maternidade, então eu que já estava acostumado com sua presença me senti solitário no grande apartamento.

— Definitivamente Valentina adora ficar em seus braços. Comigo, ela não parava de chorar, mas com você, é como se fosse sua cama favorita.

— Está com ciúmes? – perguntei abrindo um leve sorriso.

— É claro que estou. Eu que a carreguei por nove meses, sofri com os enjoos e olha para quem ela dá sua atenção?

— Adoro ver você com ciúmes... E da própria filha. Vem, vamos para o quarto, você precisa descansar um pouco.

Levei Lia para o quarto, depositei a bolsa em cima da cama e coloquei Valentina em seus braços.

— Acho que ela quer se alimentar um pouco antes de tirar sua soneca da tarde. Vou preparar algo para você comer e já volto.

Preparei um lanche rápido e voltei para o quarto.

— Dormiu? – perguntei ao colocar a bandeja com cuidado em cima da cama.

— Sim.

— Então deixe que eu a coloco no berço para que você possa comer um pouco.

— Obrigada Gabriel, eu não sei como seriam as coisas sem o seu apoio até agora.

— Você e Valentina se tornaram uma parte muito importante na minha vida. Agora coma um pouco. Eu já volto.

Deixei Lia em nosso quarto e segui para o quarto de Valentina. Ela dormia tranquilamente, e nem imaginava o quanto já era amada. Tive o cuidado ao colocá-la no berço, o que eu menos queria era que ela acordasse. Lia precisava descansar um pouco, as olheiras em seus olhos eram provas de que ela precisava disso.

— Você deixaria sua mãe bem feliz se dormisse um pouco mais. Ela está muito feliz com sua chegada, e eu também. Só queria que soubesse.

Cobri com sua manta, e fiquei mais alguns minutos para ter a certeza de que ela não acordaria. Baixei o mosquiteiro e saí do quarto sem fazer barulho. Quando voltei para o meu quarto, encontrei Lia adormecida. A bandeja estava vazia colocada de lado. Retirei e coloquei em cima da mesa. Voltei para a cama e com cuidado a cobri com o edredom. Como fiz com Valentina, fiquei observando-a.

Saí do quarto e segui para a sala levando meu notebook. Iria aproveitar para ler meus emails. Apesar de estar de licença, eu queria estar por dentro do andamento dos projetos da empresa. Estava esperando o computador ligar quando meu celular tocou. Era Mel.

— Oi sumido.

— Oi Mel. Não estou sumido, agora sou pai.

— Na verdade você é tio.

— Se me ligou para falar sobre isso, está perdendo seu tempo...

— Sou sua amiga antes de tudo e é meu dever falar a verdade e você sabe disso. Mesmo negando, sabe que é bem estranho sua relação com a Lia...

A sua esperaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora