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Lia

Quando despertei do meu sono, me deparei com Gabriel segurando Valentina em seus braços, andando pelo quarto. Os dois pareciam estar bem à vontade. Como era possível duas pessoas se darem tão bem em menos de vinte e quatro horas?

Nada que fizesse ou falasse nesse momento, poderia descrever o que eu estava sentindo. Gabriel havia abdicado de muitas coisas para tornar a minha vida e a de Valentina mais fácil. Ele era um cara incrível e eu ainda não acreditava quanto sorte eu tinha por tê-lo ao meu lado.

— Acho que vamos dispensar a contratação de uma babá para me ajudar. Você está conseguindo cuidar dela sozinho – falei para chamar sua atenção.

— Eu não queria te acordar. Você parecia estar em um sono profundo, e como pode ver, estamos nos entendendo super bem. Valentina está se comportando muito bem.

— Você tem jeito com bebês. Vai ser um grande pai – falei com sinceridade.

— E você será uma grande mãe – ele disse sorrindo.

Valentina começou a se remexer e logo em seguida começou a chorar.

— O que você estava dizendo sobre ela se comportar?

— Acho que é a fome que está falando por ela.

— Então traga ela aqui – falei erguendo os braços para recebê-la.

Gabriel caminhou até minha cama e colocou Valentina em meus braços e depois sentou de frente e ficou observando nós duas. Valentina estava impaciente, até abocanhar meu seio e começar a sugar. Sua mãozinha delicada foi posta sobre meu peito como apoio e eu fiquei observando seu gesto.

— Ainda não consigo acreditar que ela está aqui – falei sem tirar o olhar dela.

— Acho que nem eu. Parece que estamos no meio de um filme e tudo isso está acontecendo com outras pessoas.

— Só acredito que é real porque as dores foram bem reais – olhei para ele e sorri.

— Eu sinto muito.

— Pois eu não. Foi como Marcos me disse antes, cada dor valeu apena. Valentina é perfeita e nasceu saudável.

— E tem uma ótima garganta. Você viu o escândalo que fez quando foi retirada?

— Ela vai ser boa no grito, bem melhor do que eu.

Nós dois rimos e ficamos nos encarando por alguns segundos. Ouvimos o barulho da porta sendo aberta e olhamos ao mesmo tempo.

— Nossa, que bom que acertei de primeira. Não imaginei que a maternidade fosse tão grande – disse Mel fazendo sua bela entrada.

Parecia ainda mais bonita desde o nosso último encontro. Vestia uma calça jeans cintura baixa superapertada, uma blusa preta transparente, com uma regata da mesma cor por dentro. Seus cabelos estavam mais longos e mais platinados, em uma escova perfeita. Uma maquiagem um pouco pesada para o ambiente, mas ainda assim combinando com tudo nela. Em uma mão segurava uma bolsa de marca famosa e na outra trazia um pequeno vaso de flores.

— Achei que ligaria quando chegasse – disse Gabriel se levantando da cama.

— Meu celular descarregou a caminho daqui, você acredita? Oi Lia, trouxe flores para você. Pensei em chocolates, mas além de te dar uns quilos a mais atrapalhariam na amamentação – disse sorrindo.

— Obrigada. Não sabia que estava de volta ao Brasil.

— Cheguei ontem. Teria ido ver vocês, mas depois de horas intermináveis em um avião, eu precisei descansar um pouco. Registrei-me em um hotel em Copacabana e depois pedi para que minha agente procurasse um SPA.

A sua esperaWhere stories live. Discover now