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Lia

Gabriel tinha razão. Eu havia escolhido o homem errado. Por que Gabriel não surgiu primeiro? Teria sido tudo mais simples e a essa altura, já estaríamos casados e Valentina seria sua filha de sangue, não que isso importasse muito para ele.

Gabriel era sem dúvida o único cara perfeito em toda a face da terra, mas ele nunca me ouviria admitir isso. Ele havia estado comigo em todos os momentos e acho que isso era mais do que uma prova de que seu amor por mim era verdadeiro. Eu deveria agradecer a Deus por isso.

Voltei a deitar na cama e tentei dormir algumas horas antes de Valentina despertar e com uma fome sem medida. Minha filha, alguém que sempre estaria ao meu lado, mesmo que todos um dia me deixassem.

Despertei algumas horas depois alarmada. Olhei a hora em meu celular e me assustei ao ver que tinha dormido demais.

— Valentina...

Com cuidado me levantei da cama e segui para o quarto de Valentina. Quando entrei, encontrei Gabriel sentado na poltrona, tendo algum tipo de conversa com minha filha. Parecia a cena mais normal do mundo, um pai contando uma história para sua filha.

— Por que não me acordou?

Gabriel ergueu o olhar e me encarou.

— Achei que poderia conversar com ela mais um pouco enquanto você dormia. E acho que deu certo, veja – disse Gabriel mostrando levemente o rosto da minha filha.

Aproximei-me com cuidado para não despertá-la e sentei no braço da poltrona.

— Não me canso de olhar para ela. Tão pequena e ao mesmo tempo tão grande – falei baixinho para não acordá-la.

— Eu concordo.

Ficamos os dois olhando para ela sem se preocupar com o tempo.

— Precisamos pensar no que vamos fazer quando eu voltar a trabalhar – Gabriel iniciou a conversa.

— Eu dou conta sozinha – falei sem muita certeza.

— Não é um bom momento para dar uma de orgulhosa. Eu sei que consegue, mas como você mesma disse, é mãe de primeira viagem, tudo é novo e não quero chegar em casa e te encontrar com a cabeça raspada.

Tentei não rir, mas não consegui. Gabriel achava mesmo que eu fosse uma mãe louca?

— Não sou Britney... E eu adoro meus cabelos, diga-se de passagem. Mas concordo que estou com um pouco de medo. Posso falar com a Ana...

— Ana está descartada, ela tem a faculdade, o estágio, o namorado... Podemos contratar alguém temporariamente.

— Você quer contratar uma estranha para cuidar de Valentina?

— Cuidar não, auxiliar você nas tarefas. Podemos ver algumas agências e fazer as entrevistas.

— Não gosto muito da ideia.

— Nem eu, mas eu preciso voltar ao trabalho e me preocupo em deixar vocês sozinhas.

— Com certeza você deve estar certo, mas podemos não pensar nisso agora?

Logo depois do jantar preparado por Gabriel, que estava se mostrando um bom chefe de cozinha, voltei para o quarto para dar uma olhada em Valentina e vi que dormia com um anjo. Fiquei alguns minutos apenas olhando para ela até Gabriel aparecer com uma lista de agência de babás. Não era bem esse o nome, mas eu trataria com tal.

A sua esperaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora