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Lia

Quando acordei pela manhã, estava envolvida confortavelmente pelo edredom. A forte claridade me incomodou um pouco, mas foi o barulho do mar que me despertou de vez.

Levantei da cama confortável, diferente da minha e olhei os quatro cantos do quarto. Era quase o dobro do meu. Um guarda-roupa que ocupava toda a extensão de uma das paredes, com portas de correr, uma penteadeira com um enorme espelho, todos na cor branca.

Eu estava horrível, parecia que tinha sido jogada na máquina de lavar e deixada lá dentro para secar naturalmente.

Procurei por algum despertador, precisava saber o quanto eu estava atrasada para a aula. Quando saltei dá cama, aterrissei em um confortável tapete peludo. Era tão macio que me deu vontade de deitar nele e dormir.

Ajeitei o roupão e me arrisquei a sair do quarto. O cheiro forte de café fresco invadiu meu nariz e automaticamente meu estômago avisou que estava com fome.

Encontrei Gabriel já vestido, pronto para ir trabalhar. Estava com calça jeans esportiva, camisa social branca, paletó, sem gravata.

— Deveria ter me acordado ontem para que eu pudesse ir para casa – falei me apoiando na porta.

Gabriel levantou o olhar e me encarou sorrindo.

— Bom dia. Você parecia estar tão cansada que achei melhor deixar você dormir aqui.

— Não sei de onde vem tanto sono. Nunca fui assim.

— Gravidez causa isso.

— Virou especialista agora no assunto? – perguntei me aproximando do balcão.

— Nem de longe. Mas tenho um amigo chamado Google que sabe de tudo – riu mostrando suas covinhas.

— Sei. Sempre procuro seu amigo quando estou em apuros – falei embarcando na brincadeira – onde estão minhas roupas? Preciso ir para casa.

— Porque não fica aqui e dorme mais um pouco?

— É um convite tentador, mas não posso. E então, onde estão?

— Na lavanderia. Está dobrada em cima da máquina.

— Uau! Ganhei o serviço completo. Obrigada – caminhei até ele, fiquei nas pontas dos pés e o beijei no rosto – vou me trocar e volto para te acompanhar no café.

Meu vestido estava dobrado em cima da máquina, assim como minhas roupas íntimas.

Cristo!

Ele tinha vista minha lingerie, sorte minha que era umas das peças recentes que eu havia comprado.

Quando voltei à cozinha, a mesa já estava pronta e Gabriel tomava café puro enquanto mexia no seu celular.

— Preciso de um novo aparelho, esse aqui se afogou ontem – disse colocando o telefone em cima da mesa.

— Me desculpe...

— Você não teve culpa. O mar achou que seria engraçado nos dar um banho. Agora porque não senta e toma seu café? Não sabia ao certo se seus gostos culinários haviam mudado ou não, então coloquei um pouco de tudo.

— Meu cardápio não mudou muito, mas nas últimas semanas tem sido difícil segurar alguma coisa no estômago – falei enquanto me sentava.

— Para você deve estar sendo horrível, já que adora comer.

— Não sabe o quanto. Basicamente estou sobrevivendo de um copo de leite e três biscoitos de maisena.

— Vou ficar te devendo os biscoitos. Não sou muito fã, o que me faz lembrar que comprei algo que você adora. Só um minuto, vou buscar.

A sua esperaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora