28

23.4K 1.8K 105
                                    

Capítulo 1/3


Gabriel

Acho que nunca senti tanto medo até Manu entrar na sala de reunião e me falar que Lia estava a caminho do hospital. Nem me recordo se falei alguma coisa, um agradecimento ou algo do tipo. Eu apenas corri até o elevador com Manu em meu encalce me entregando um pedaço de papel. Enquanto o elevador descia para a garagem, abri o papel para descobrir que era o endereço do hospital.

Quando cheguei ao local, Lia tinha acabado de dar entrada na emergência. Tentei entrar na sala, mas uma enfermeira me impediu. Fiquei duas horas esperando alguma notícia, o que quase me levou a loucura. Meu coração só acalmou quando o médico veio falar comigo e me deu a notícia de que Lia e Valentina estavam bem.

Não sei por quanto tempo fiquei velando seu sono. Estava cansado, mas na minha mente, se eu fechasse os olhos, algo iria acontecer com elas. Eu estava parecendo minha mãe que ia a meu quarto verificar se eu e Eduardo estávamos respirando.

Quando ela finalmente acordou, foi como ver o sol nascer novamente e dessa vez mais brilhante. Minhas meninas estavam bem e eu cuidaria para que continuasse assim.

— Está confortável assim?

Tínhamos acabado de chegar em casa e eu estava os travesseiros nas suas costas.

— Se você colocar mais algum travesseiro, vou ter que voltar ao hospital por conta de dor nas costas – disse rindo.

— Só quero que fique confortável.

— Deite aqui comigo. Isso é tudo o que eu preciso, aliás, nós precisamos, não é mesmo filha?

Lia tocou sua barriga e ficou aguardando uma resposta sua.

— Está com fome?

— Não. Aquele negócio que colocaram no meu soro roubou minha fome. Agora porque não relaxa um pouco e deita aqui comigo?

Como pediu, deitei na cama e a trouxe para o meu lado.

— Nem acredito que agora você está bem. Não vou deixar você sozinha nem por segundo.

— Já conversamos sobre isso, você não vai pedir licença do trabalho para ficar em casa.

— Então estamos com um impasse, porque eu não vou deixar você sozinha.

Lia sentou na cama e me encarou.

— Gabriel, eu entendo sua preocupação, mas não pode ser tão categoricamente com sentido de repouso. Vou deixar as caminhadas de lado, algo que eu queria muito fazer, nada de fazer faxina e nada de comer frituras, doces ou qualquer outra coisa que não esteja no nosso cardápio. E em troca, você vai continuar indo para o trabalho. O que acha? É um bom acordo?

— Admito que seja um bom plano, mas não vou fazer isso.

— Deixa de ser teimoso. Valentina ainda tem dois meses de espera aqui dentro. Vai mesmo parar seu projeto por tanto tempo assim?

— Sim, eu vou – fui categórico.

— Gabriel, vou fazer outra proposta. Vamos contratar alguém para ficar comigo...

— Você nunca foi a favor na primeira vez...

— Estou sendo agora porque eu não quero você longe do seu projeto.

— Não está fazendo isso para me manter longe, certo?

— Como se eu conseguisse – ela riu – agora porque não descansamos um pouco e conversamos mais tarde?

A sua esperaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora