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Levantei com cuidado quando Nathan se aproximou da mesa, não queria ouvir sermões, muito menos queria dar um show na frente de Harry. A noite já ia de mal a pior.

-Eu disse para você não fazer isso.- disse Nathan para Mark.

Mark levantou as mãos, se rendendo antes de ser condenado.

-Sinto muito, não resisti.- ele sorria para mim de um jeito engraçado, o que me fez rir também.

Revirei os olhos para os dois, que conversavam como se eu não estivesse ali, e me virei para encontrar o banheiro feminino.

-Onde você vai?- perguntou Nathan, ao mesmo tempo em que segurava meu braço, não me deixando cair.

-No banheiro. Posso?- disse, olhando dele para a sua mão, no meu braço.

-Eu vou com você.- disse ele revirando os olhos e me soltando.- Você mal consegue se manter em pé sozinha.

Fiquei olhando para ele, sem acreditar de fato na sua desculpa, depois tirei os sapatos e os deixei em baixo da cadeira em que antes estive sentada.

-Problema resolvido.- pisquei para ele e sai andando, enquanto ouvia Mark rir, deixando Nathan ainda mais indignado com a situação.

Caminhei a passos concentrados, estava conseguindo ir sem muitas dificuldades, mas me senti desanimada quando percebi que teria que atravessar a pista de dança para chegar ao banheiro. Caminhei o mais rápido que pude, desviando de mãos, e olhares que vinham na minha direção. Eu era mais baixa que a maioria das pessoas ali, e me sentia tonta com as luzes que piscavam deixando tudo em câmera lenta, mas nem assim ousei parar.
Encontrei o banheiro feminino sem muitas dificuldades, e quando entrei ele estava inacreditavelmente vazio. Me instalei na primeira cabine que vi, tentava respirar e me manter de cabeça erguida, mas tudo parecia rodar. Depois de acionar o botão da descarga e baixar a tampa da privada, sentei outra vez, tentando recobrar o equilíbrio para sair dali.
Foi quando ouvi um baque na porta, me fazendo dar um pulo no lugar. Alguém tinha entrado no banheiro, e mesmo que não pudesse ver do reservado, não demorou para que as vozes viessem a me contar que eram.

-Você me dá muito tesão.- disse Alicia.

Me encolhi, não querendo que ela me visse ali, tentando evitar uma situação que pudesse me fazer perder o controle. Não quebraria mais nenhum banheiro na minha vida, ainda mais, por causa dela.

-Vou chupá-lo até você gozar em mim.- ouvi Holly sussurrar alto de mais.

Uma ruga surgiu entre as minhas sobrancelhas em confusão, não entendia o que estava acontecendo ali. Achei que era apenas Alicia, pronta para uma orgia, coisa natural para ela. Mas então ouvi sua amiga dizer aquilo, e não consegui conter minha curiosidade, espiei pela fresta que tinha entre o trinco da porta e a parede do reservado.

Então meu coração pareceu morrer. Entre as duas garotas, estava Harry, sem camisa e sem qualquer tipo de pudor. Ele lambia os peitos de Alicia, enquanto Holly colocava a mão dentro de suas calças.
Os três pareciam perdidos, movidos por um desejo ardente, que não os permitia temer que alguém entrasse. Assisti tudo, sem conseguir parar de chorar. Vi Holly baixar as calças de Harry e chupá-lo, enquanto ele gemia e enfiava a mão em baixo da sai de Alicia.

A cada segundo, senti meu coração se partir em mil pedaços. Ouvi tudo que eles disseram, cada gemido, cada palavra maliciosa e ruído criado. Assim como vi eles trocarem de posição e fazerem as coisas mais inusitadas, sem emitir um barulho que fosse.
Eu não conseguia me mexer, mal conseguia respirar, de tanto que eu chorava ao presenciar aquela cena. Aquela tortura durou por quase vinte minutos, antes que alguém batesse na porta, os fazendo se apressar.

Quase, sem quererWhere stories live. Discover now