34

191 32 2
                                    


DESCULPA A DEMORA!!!

NÃO SEI MAIS COMO ARRUMAR HORAS NO MEU DIA... MAS MEUS DIAS NORMAIS ESTÃO VOLTANDO!!!

OBRIGADO E BOA LEITURA ;)



As horas voaram à medida que eu ia fazendo as minhas pesquisas. Tentei descobrir o máximo que pude sobre a vida dele, e aquilo realmente fez com que o tempo passasse rápido.

Quando dei por mim a casa estava completamente escura, e ele estava quase chegando do ultimo treino da noite. Ou seja, eu tinha perdido completamente a noção das horas.

Antes de sair do Facebook de Agnes pude ver a ultima mensagem de Harry brilhar no meu celular, e foi impossível não sentir uma fisgada no meu peito ao ler aquilo.

Harry C.- Eu preciso ver você.

Antes que eu pudesse ceder, sai da conta da minha amiga, ainda que meu coração se sentisse pesado com aquelas palavras. Nem que eu quisesse poderia negar que Harry ainda mexia comigo.

Ouvi o som da porta se abrindo e atirei meu celular para de baixo das almofadas, depois peguei o controle da TV e fiquei trocando os canais. Nathan passou pela porta completamente acabado, esgotado de tantas formas, que mal conseguia se mover sem arrastar os pés.

Ergui a cabeça na altura do sofá, escorei o queixo no escoro de cabeça e olhei na direção de Nathan.

-Pelo visto o Mestre voltou a dar os treinos físicos de matar.- falei sem emoção.

Nathan olhou para mim, depois tirou os tênis na porta e caminhou na minha direção sem pressa.

-Acho que alguém contou para ele que eu estava reclamando da falta de físicos.- disse ele sem forças até para ficar irritado.- Eu só preciso de um banho e cama.

Ele se jogou ao meu lado, me esmagando contra o sofá, como se seu corpo não fosse grande suficiente para ocupar aquele espaço sozinho.

-Você vai me esmagar!- protestei.

Ele olhou para mim, e me deu um sorriso fraco, depois escorou a cabeça no meu peito.

-Bem que você poderia me dar um banho não é?!- falou com uma voz melosa, que mais parecia a de um menino de cinco anos.

Revirei os olhos irritada, o empurrando para longe de mim.

-Eu já falei que não sou sua empregada.

Ele voltou a se escorar em mim, como se eu não fosse capaz de empurrá-lo para longe outra vez. Depois fechou os olhos e sorriu de maneira melancólica.

-Uma vez na vida, você poderia não ser essa rabugenta de todos os dias.

Eu não conseguia evitar sentir carinho por ele, assim tão perto de mim, mas ainda assim não conseguia esquecer as coisas que ele fizera questão de me esconder. Queria saber mais sobre ele, sobre as coisas que ele não queria falar, até aquelas que ele queria que ninguém soubesse.

Acariciei seus cabelos, tentando deixar todos os meus receios de lado. Eu não sabia como agir, não estava acostumada a ser gentil por livre e espontânea vontade. Ele sorriu, se aconchegando ainda mais em meu braço.
Meu coração acelerou ao lembrar de quando eu era pequena e minha mãe alisava meus cabelos, até que eu adormecesse. Fechei meus olhos ao lembrar dela, e antes mesmo que eu percebesse lagrimas invadiram meus olhos pela lembrança.

-Isso é ótimo. Eu até poderia me acostumar com isso todos os dias.- disse ele, me trazendo de volta das minhas doces lembranças.

Nathan ergueu os olhos para mim, e eu me obriguei a engolir as lagrimas que não queria que ele visse.

-Não se acostume mal.- disse com um sorriso malvado nos lábios.

Ele ficou me encarando de perto, o que me causava certo desconforto. Minha perna boa estava enrolada nas dele, e eu não tinha espaço para me virar e nem me afastar. Ele estava invadindo a minha privacidade, ocupando meu espaço pessoal. Mas aquela era a minha melhor oportunidade, para obter as respostas que rondaram a minha cabeça a tarde inteira.

-O Mark veio me visitar hoje.- disse sem nenhuma pretensão, apenas com a intenção de começar a conversa. Nathan se ergueu nos cotovelos no mesmo instante, esquecendo completamente o cansaço que o tinha feito se jogar ao meu lado.

-O que ele veio fazer aqui?- ele perguntou desconfiado.

Ele me encarava, buscando por respostas, como se algo muito importante tivesse acontecido sem que ele soubesse.

-Ele só queria me ver, saber como eu estava.- dei de ombros, como se aquilo não fosse realmente importante. Deitei a cabeça na almofada, desviando do olhar questionador dele. -Ele ficou surpreso de você estar morando aqui.

Um silêncio tenso se instalou entre nós dois, enquanto eu encarava o teto esperando que ele dissesse alguma coisa. Tentei não demonstrar o quanto estava curiosa, e ansiosa para que ele se aprofundasse na sua própria história.

-O que mais ele disse?- ele não parecia contente.

Ele tinha caído na minha armadilha.

-Ele me contou um pouco mais sobre você.- olhei para Nathan outra vez, sem nenhuma emoção.- Porque não me contou que era de Nova Jersey?

Ele ergueu uma sobrancelha, completamente surpreso por me ouvir dizer aquilo. Depois se sentou no sofá, visivelmente incomodado em ter que falar de si mesmo.

-Não achei que fosse importante.

Sentei também, ou seja, da melhor maneira possível que o meu gesso permitia.

-Você nunca me contou nada sobre você, estou morando com um completo estranho.- coloquei a mão no braço dele, afim de que olhasse para mim, mas o mesmo recuou como se meu toque o queimasse.

Ele levantou na mesma hora, com pressa e receio de somente olhar para trás. E aquilo sim foi um sinal de fumaça para mim, não estava entendendo a sua atitude esquiva, e gostando ainda menos dela. Afinal de contas o que Nathan tinha para esconder, ao ponto de querer fugir de uma pergunta tão simples?

-Hey, qual o problema?- perguntei.

Ele olhou para trás, com um semblante sério, o mesmo que eu estava acostumada a ver todos os dias antes dele baixar a guarda naqueles últimos meses.

-Eu não quero falar sobre mim, não me sinto bem com isso.

-E por que não?- disse com uma ruga entre as sobrancelhas.

Ele revirou os olhos irritados.

-Não é da sua conta.-então me deu as costas e seguiu em direção ao seu quarto. Depois bateu a porta com força, deixando uma pulga atrás da minha orelha.

Quase, sem quererWhere stories live. Discover now