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O juiz cruzou o tatame com preocupação no olhar, afastou a garota de mim com agilidade, e depois de ver que a garota estava bem olhou para mim assustado.
Quem poderia imaginar algo como aquilo, de alguém tão pequena como eu, não é?

Eu tinha feito à garota apagar, mas não era aquilo que estava apavorando todo mundo, e sim a bola em que meu pé estava virando.
A filha da puta tinha quebrado  meu pé.
Os paramédicos entram com pressa no tatame, imobilizando meu pé, o que me fez urrar de dor. Eu não tinha coragem de olhar para baixo, detestava ver essas coisas, ainda mais quando elas vinham de mim.

-Vai ficar tudo bem.- disse Nathan com a mão no meu ombro.

Mas quando os paramédicos tocaram a minha perna, nada parecia bem. A dor era forte de mais, e eu quase não conseguia conter o grito que queria sair. Eles colocaram algo rígido embaixo da minha perna, e o fixaram com ataduras, que contornaram a minha coxa inteira, mesmo por cima da calça do Kimono.

Olhei para Nathan apreensiva, com medo do que aquela dor significava. Parecia que eu já estava prevendo.

-Parabéns, campeã mundial.- disse ele com um sorriso contido.

Os paramédicos me ergueram com a ajuda de Nathan do chão, o que só provocou uma dor ainda maior. Eu estava equilibrada em cima de uma perna só, com o corpo inclinado para o lado, morrendo de dor, e mesmo assim não consegui olhar para outro lugar que não fosse o do juiz. Ele olhava para a arquibancada, segurando o braço da garota de um lado, e com o outro erguido. E aquilo era um bom sinal, significava que eu tinha ganho a luta.

Eu perdi a luta brilhante que Nathan fez, assim como perdi a comemoração que a academia fez ao receber as medalhas no pódio, porque estava aguardando atendimento, em um dos hospitais mais lotados da cidade

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Eu perdi a luta brilhante que Nathan fez, assim como perdi a comemoração que a academia fez ao receber as medalhas no pódio, porque estava aguardando atendimento, em um dos hospitais mais lotados da cidade. Meu pai não tinha deixado Alexander ir com a gente até o hospital, insistiu que ele ficasse e representasse a nossa academia, mesmo que o homem estivesse mais preocupado com a minha saúde do que com qualquer titulo.

Mas meu pai tinha razão, não ia adiantar ele ficar junto com a gente, aguardando por atendimento. Então ele fez o que meu pai mandou, mas assim que conseguiu se livrar, apareceu no hospital para saber das novidades.

A academia inteira estava na sala de espera quando a ambulância me transferiu de hospital. Eles aguardavam por mim lá, esperando que tudo estivesse bem.
Tive que ir para um hospital especializado em fraturas, o que para mim era um péssimo sinal, mesmo que meu pai falasse que tudo ia ficar bem.

Eu estava deitada em uma maca, aguardando pelo médico quando deixaram Alexander e Nathan entrar.

-Como você esta se sentindo?- perguntou Alexander.

A verdade é que a minha perna estava doendo muito, mas eu evitava dizer aquilo, para não preocupar ainda mais meu pai.

-Se eu não me mexer posso até ignorá-la.- disse com um sorriso fraco.

Quase, sem quererWhere stories live. Discover now