Pure Wolf (JiKook - ABO)

Capítulo III

Busan, Coreia do Sul, Atualidade

Tal como previsto, quase não havia movimento na biblioteca naquele dia, mesmo nos andares superiores. Assim, os betas estavam na galhofa ao telefone e Jimin encontrava-se a abrir o livro que tinha escolhido para ler. Foi surpreendido pelo conteúdo que incluía tanto informação banal conhecida por todos desde pequenos como alguma informação curiosa sobre assuntos já esquecidos pela maioria. Basicamente, explicava um pouco as "regras" da sociedade em que viviam e o que a tinha originado.

No início do mundo, as criaturas que habitavam a terra eram animais, a humanidade e, claro, os puros. Os animais eram seres irracionais e que ainda habitavam o planeta atualmente, existindo entre eles as mais variadas espécies imagináveis. A humanidade habitava a maior parte do planeta e eram seres inteligentes, dotados da capacidade da fala e com um pensamento mais evoluído que os animais. Depois havia os puros, criaturas que viviam escondidas como humanos, mas com essências de animais, podendo transformar-se integralmente num e com um intelecto e físico muito mais avançado. Por exemplo, se um puro tivesse a essência de uma cobra, poderia transformar-se numa, embora com proporções maiores do que o animal original, quando quisesse. Cada puro, no entanto, era obrigado a transformar-se uma vez por mês, na lua cheia, podendo até dizer-se que seriam escravos da mesma. Os puros eram criaturas imortais que, quando procriavam entre si, davam a origem a seres puros.

Com o decorrer do tempo, no entanto, os puros começaram a procriar com os humanos, formando assim os híbridos e acabando por levar a humanidade a desaparecer. Depois aconteceu uma catástrofe, sobre a qual não havia informações concretas, que levou os puros à quase extinção, não existindo praticamente nenhuns atualmente. Eram extremamente raros e todos os encaravam como seres muito perigosos e poderosos. Tão raros que nenhum era avistado há anos.

Os híbridos, inicialmente, possuíam a maioria das características dos puros, exceto a imortalidade. Podiam transformar-se completamente em animais, eram "escravos" da lua e regiam-se pelas necessidades e hierarquias sobre as quais os puros viviam originalmente. No entanto, com o tempo o sangue puro foi perdendo a sua potência e na atualidade já ninguém conseguia transformar-se na totalidade, havendo quem conseguisse ganhar pelo, quem conseguisse fazer crescer uma cauda e até quem ganhasse umas orelhinhas felpudas e fofas. As hierarquias e necessidades é que se mantinham inalteradas.

As criaturas superiores, no topo da hierarquia, eram os alfas. Os seus físicos eram naturalmente maiores e mais definidos, eram mais poderosos e geralmente tinham personalidades dominantes. Ocupavam os cargos de maior destaque e importância na sociedade, desde políticos, a polícias e diretores de empresas. O cheiro deles geralmente era bastante forte, de forma a que atraíssem os seus parceiros. A maioria dos alfas era de sexo masculino, havendo raramente mulheres nessa posição.

Os betas eram considerados criaturas adaptáveis. Podiam possuir físicos de alfa e personalidades de ómega ou vice-versa. Podiam encontrar-se no intermédio, sendo uma mistura variada das características dos dois. O seu cheiro geralmente era neutro e suave. Ocupavam as posições mais diversas na sociedade podendo serem vistos a trabalhar como médicos ou simples vendedores de gelados. A imaginação era o limite para eles. No entanto, a nível romântico a coisa era mais complicada, uma vez que geralmente não eram par nem para alfas, nem para ómegas por toda a questão da infertilidade.

Os ómegas eram as criaturas mais frágeis e menos dominantes na hierarquia. Geralmente eram pequenos e de físico frágil, ocupando posições mais neutras como empregados de café ou vendedores numa livraria. Libertavam um cheiro doce e a maioria era do sexo feminino. Tudo neles era feito para serem protegidos por um alfa. A sua função principal inicialmente era ter filhos e, por isso, apesar de serem o nível mais baixo hierarquicamente, eram muito valorizados pela população.