Pure Wolf (JiKook - ABO)

Capítulo XXVI

Busan, Coreia do Sul, Atualidade

- Posso saber como te chamas? – Perguntou o rapaz, finalmente tirando as mãos dos braços do ómega, para seu alívio.

- Chamo-me Park Jimin. – Respondeu, não querendo ser mal-educado com alguém que acabara de o ajudar. No entanto, o seu lobo despertara e estava completamente alerta.

- Bem, Jiminie, foi um verdadeiro prazer conhecer-te. – Mais uma vez lançou-lhe aquele sorriso estranho e arrepiante. O ómega achou a sua informalidade muito estranha, mas não se sentiu capaz de dizer nada. Parecia quase congelado no mesmo local. De repente o sorriso morreu e o rapaz olhou-o com frieza. – Faz-me um favor, sim? – Aproximou-se e encostou o corpo ao de Jimin de forma a poder falar-lhe ao ouvido, fazendo-o ficar extremamente angustiado. Eram quase do mesmo tamanho por isso nem precisava de se inclinar. – Diz ao Jungkook que o Min Yoongi esteve contigo e que eu sei que ele está "mortinho" por me ver.

Depois de pronunciar aquelas estranhas palavras daquela forma fria, o rapaz afastou-se como se nada tivesse acabado de acontecer, com um andar suave e lento. Jimin sentiu um novo arrepio percorrer-lhe a espinha e o seu lobo eriçou-se. Ele podia estar louco, mas aquele aviso soara muito a ameaça. Além disso, como ele sabia que Jimin conhecia o alfa? Andaria a espiá-lo?

Nervoso, praticamente correu até casa para se poder trancar a sete chaves. No entanto, quando lá chegou, as palavras começaram a martelar-lhe na cabeça de forma incessante e acabou sentado no chão encostado à porta da rua. Nem o seu lobo conseguia acalmá-lo.

O Jungkook ia estar "mortinho" por vê-lo. Fora isso que ele dissera... O ómega sentiu-se angustiado, temendo tanto pelo outro que as mãos lhe tremiam à medida que ele as passava no cabelo, dando leves puxões no couro cabeludo. Queria ver o Jungkook e garantir com os próprios olhos que ele estava bem. Sentia uma ansia, uma agonia tão grande que pensou poder vomitar a qualquer momento.

Ouviram-se duas pancadas rápidas na porta, despertando o ómega daqueles pensamentos assustadores. Ele estremeceu e levantou-se devagar e temeroso. Seguiram-se mais duas pancadas, mais urgentes que as anteriores.

- Por favor, abre a porta. – A voz de Jungkook soava tão ansiosa e aflita que Jimin se atrapalhou com o súbito impulso para abrir a porta. Nunca a abrira tão rápido e de forma tão atrapalhada.

Quando aquele pedaço de madeira deixou de os separar, Jungkook apareceu no seu campo de visão, completamente suado de correr, os cabelos negros molhados e colados à testa, e os enormes olhos arregalados de preocupação. O ómega ficava sempre surpreendido pela sua beleza e aroma delicioso, mas agora sabia o motivo disso. Surpreendentemente, não se importou muito com isso. O alfa avançou e apertou-o nos seus braços, como se nunca mais quisesse soltá-lo na vida.

- Estás b...em? Por favor, d...iz-me que es...tás bem. – A sua voz falhava e o corpo tremia levemente. Jimin ficou tão confuso e surpreso que nem teve reação para o abraçar de volta ou responder à sua pergunta. – Jimin?

- Estou bem. – Finalmente recuperou a sua voz perdida e lentamente afastou o outro de si, segurando-o pelos ombros, para poder olhá-lo. – Porque estás assim?

- Eu senti... - O rapaz tinha os olhos vermelhos e parecia olhar para o ómega como se esperasse vê-lo magoado de alguma forma. Engoliu em seco e apertou os punhos ao lado do corpo para se conter. – Eu senti a tua aflição... O teu medo... Parecias chamar-me...

O ómega percebeu então que o alfa viera por si. Ele tinha corrido para o ajudar no que fosse preciso. Provavelmente sentira as suas emoções através da ligação que partilhavam e viera. Sentiu-se emocionado por saber que o outro se preocupava consigo, mas conteve a emoção porque não queria parecer um fraco completo.