Joaquim & Clarissa

975 87 6
                                    

- 1871 -

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

- 1871 -

Joaquim Alencar olhou para entrada do salão e se imaginava fugindo dali. Tinha chegado há pouquíssimo tempo e por isso não poderia dar uma desculpa qualquer para pôr fim àquela tortura. Se tinha uma coisa que ele odiava eram essas festas que a sociedade impunha.

Ele tinha uma reunião marcada na casa de um amigo para poder resolver coisas mais úteis, mas estava ali perdendo tempo. Desde que voltara de Lisboa, tinha se enfiado na fazenda de café que o pai destinara a ele. Era o lugar preferido de Joaquim. Amava a terra e era em Petrópolis que se sentia feliz.

Joaquim não gostava da capital, do movimento, do burburinho, da hipocrisia estampada na face de todos. Mas ele preciosou resolver questões práticas, no banco para ser exato, e quando dona Firmina Magalhães fora visistar sua mãe, no bairro das Laranjeiras, onde a família residia, e o viu, praticamente o intimou a comparecer ao maldito sarau. Ele não teve como recusar e lá estava, entendiado, aborrecido e principalmente, impaciente.

Foi então que numa roda de conversa com homens da sua idade, que ele olhou mais uma vez para a entrada. Então os olhos de Joaquim pousaram sobre ela. Parecia que uma nova estrela tinha cruzado o céu fluminense. Era uma verdadeira deusa, uma musa para os poetas, a formosura em pessoa.

Como num passe de mágica, os olhos dela foram de encontro aos dele e ela sorriu. Então Joaquim se perdeu totalmente naquele lindo sorriso. Ele nem ao menos se despediu dos homens que conversava, simplesmente foi até ela. Ela viu que ele se aproximava e foi até a mesa de refrescos para sair de perto das senhoras e lhes dar uma certa privacidade.

- Sinto dizer, bela dama... - ela o olhou intrigada. - Que todas as suas danças, a partir de agora, serão destinadas a mim.

Ele a achou ainda mais linda quando ela corou. Aquela pele branca acetinada, parecia leite de tão cremosa. Seus olhos castanhos grandes e expressivos aumentaram de tamanho mediante a ousadia dele. O cabelo escuro preso num penteado elaborado emoldurava seu rosto deixando-o ainda mais resplandencente.

- Mas eu nem o conheço, meu senhor.

- Sou Joaquim Alencar. - fez uma leve mensura. - E a senhorita mais bela desse salão, como se chama?

Ela achou a voz dele linda, enigmática, forte e máscula.

- Margarida Camargo.

- És mesmo uma flor, srta Camargo.

E depois daquela noite, o coração de Joaquim era completamente de Margarida Camargo.

Era uma vez... Os Alencar (FINALIZADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora