XLVIII

424 72 5
                                    


A sra

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

A sra. dona Amélia sorria benevolente ante a cena romântica, mas não teve coragem de voltar a falar, ainda confusa com a atitude do Sr. Fernando com relação a algo tão sem importância quanto o pito que passara em Mariana.

-Espero que aproveitem o banho de mar. - disse o tio Joaquim. - Com licença. - logo em seguida se retirou.

- Teremos todos que usar uma só cabine de banho. - disse Emília. - Uma senhora que cuida da cabine das mulheres está doente. Mas por sorte a esposa de Antonio, que é o senhor que cuida da cabine masculina nos ajudará.

- Que bom. - disse Mariana batendo palmas animadas.  - Mas o que houve com a senhora que cuida da cabine masculina? - indagou, preocupada.

Fernando regozijou-se internamente. Mariana era doce e boa.

- Teve um problema na perna e está mancando. - explicou Emília.

- Eu a vi. - disse Giorgina querendo entrar na conversa. - É uma negra manca. - falou um tanto desdenhosa. - Por sorte ela não nos atenderá.

- E posso saber por que é uma sorte, Srta. Giorgina? - perguntou Fernando com o cenho franzido.

- Ora, Sr. Fernando. - disse Mariana rapidamente e sorriu, nervosa.  - Sorte porque a pobre senhora precisa descansar. - falou  com os olhos fixos na irmã, como se repreendendo-a para não falar nenhuma sandice.

Mas o que Mariana disse não surtiu efeito nenhum em Giorgina e ela prosseguiu.

- Na verdade acho uma sorte... -  propagou Giorgina bem alto, com seu ar de superioridade, como se estivesse jogando pérolas de sabedoria a seres destituídos de inteligência. - ... porque, na minha opinião, não há nada pior do que uma pessoa aleijada, coxeando e batendo em todos os lugares, esforçando-se para conquistar nossa pena e simpatia, tirando vantagem de todos que caem em suas garras! Deus me livre!

Ela riu, afetadamente, mas seu humor cruel deixou os outros es­tarrecidos. A risada perdeu-se no silêncio sepulcral que se estabele­ceu na sala. No fundo Paulo também concordava com ela, mas calou-se pois sabia que Mariana não compactuava de sua opinião.

Mariana estava mais espantada do que nunca com a falta de sentimentos da irmã. Neste caso, entretanto, parecia que os outros se sen­tiam tão enojados quanto ela, com a exceção, é claro, de Paulo. Mariana olhava ora o teto, ora o chão, tentando es­conder o embaraço, e Emília, tendo perdido todo senso de humor com relação às declarações de Giorgina, fitava-a com o desgosto estampa­do no rosto.

O sorriso de Fernando desaparecera, cedendo lugar à raiva, que o fez levantar-se com o máximo da arrogância e dizer, em voz con­trolada e gelada:

Era uma vez... Os Alencar (FINALIZADO)Where stories live. Discover now